sábado, 19 de julho de 2014

Rejeição a Dilma em São Paulo é de 47%; no Estado, Aécio a vence no 2º turno por 50% a 31%; PT decide se colar a movimentos sociais para tentar reverter desvantagem. Grande ideia! Vá fundo!


Ainda voltarei ao tema — e vai me tomar um tempinho —, mas o fato é que foi em São Paulo que tudo começou. Foi neste Estado, especialmente na capital, que alguns aprendizes de feiticeiro do Planalto — entre eles, José Eduardo Cardozo e Gilberto Carvalho — resolveram brincar de insuflar a desordem. 


A ideia era botar Geraldo Alckmin na frigideira. Deram-se mal. Muito mal. Mas este post vai cuidar de outro assunto. São Paulo decidiu ver quem sobe e desce a rampa. E boa parte do eleitorado não quer saber de Dilma Rousseff, o que está deixando os petistas em pânico. 


Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 47% dos eleitores do Estado não votariam nela de jeito nenhum — a sua taxa de rejeição no país é de 35%, a mais alta entre os presidenciáveis. O busílis é que São Paulo, sozinho, concentra 22,4% do eleitorado. A exemplo de Lênin, os petistas estão tentando descobrir o que fazer. E andam tendo ideias esquisitas. Mas não serei eu a tentar convencê-los do contrário.

A situação para a presidente no Estado é dramática. No primeiro turno, ela e Aécio têm, cada um, 25% dos votos — na capital, ele lidera: 28% a 23%. O dramático está no segundo turno. O tucano vence a petista por 50% a 31%. Mesmo Eduardo Campos (PSB) a bateria por 48% a 32%. É evidente que aquela rejeição monstruosa se transforma em votos para seus opositores. E olhem que, como vocês sabem, não há espaço nas televisões para oposicionistas, não é? Já a presidente Dilma aparece dia sim, dia também, mas “como presidente”. É uma piada, mas é assim.

Tudo contra É tudo contra Dilma, não apenas a ruindade do seu governo. A cidade de São Paulo tem hoje uma das gestões mais caóticas de sua história, com Fernando Haddad. Ele já se tornou uma caricatura. Malhá-lo é o passatempo predileto de milhões de paulistanos. Segundo o Datafolha, sua gestão é hoje aprovada por apenas 15% e reprovada por 47%. Já escrevi a respeito. É uma avaliação justíssima. Alexandre Padilha, o candidato do PT ao governo do Estado, amarga modestos 4%.

Pois bem. Segundo informa a Folha, os petistas decidiram injetar mais dinheiro na campanha de Padilha — taí uma coisa que não lhes falta, não é? — e se aproximar mais de alguns setores considerados “cativos” do PT: os movimentos sociais e um grupo de empresários. Por que um grupo de empresários apoia o partido? Não sei. Seria por lucro? Eles que o digam.

Movimentos sociais, é? Eis uma coisa que certamente desperta, a cada dia, mais a paixão dos paulistas, muito especialmente dos paulistanos, não é mesmo? Tudo o que a população desta cidade mais quer é sair de casa sem saber a que hora chegará ao trabalho porque os comandados do sr. Guilherme Boulos, por exemplo, estão obstruindo alguma artéria da cidade. 


Tudo o que a população desta cidade mais quer é sair do trabalho sem saber a que hora chegará em casa porque alguns sindicalistas decidiram que é hora de parar os ônibus, os trens, o metrô…

Os esquerdistas não se dão conta de que existe uma óbvia fadiga. Vai ver é por isso que Gilberto Carvalho tanto quer entregar o governo aos tais movimentos sociais. Ele não quer mais saber de eleitores decidindo o futuro do país…

Contra as pretensões petistas, há ainda o governador Geraldo Alckmin, com 54% das intenções de voto — avançou sete pontos em 15 dias, com rejeição de apenas 19%. Na baderna promovida pelo sindicato dos metroviários, ele preferiu, por exemplo, ficar ao lado do usuário. O PT, na prática, emitiu nota em favor dos grevistas. Uma questão de escolha.

A eleição ainda está longe, o horário eleitoral gratuito vem aí — e Dilma tem um latifúndio. Vamos ver. Algumas fórmulas às quais o petismo sempre apelou já não estão dando mais resultado. Até anteontem, parecia que bastava Lula mandar, e o eleitorado obedecida. 

De certo modo, aconteceu isso com Dilma e Fernando Haddad. Com os resultados conhecidos. Parece que as pessoas que trabalham e estudam e as que estudam e trabalham estão com o saco cheio.

Por Reinaldo Azevedo

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