Política
Todos
ambicionando a mesma coisa: mais poder?
A Redentora nos
deixou com dois partidos, a ARENA e o MDB. Antipática medida, mas com um
lado que facilitava as coisas para as pessoas comuns: sabíamos onde
estavam os bandidos e os mocinhos. Quer dizer, achávamos que sabíamos...
Aos
poucos, como se o Brasil tivesse sido colocado num imenso
liquidificador, foram surgindo filhotes desses dois partidos e hoje são 32 as legendas a abrigar os nossos abnegados defensores.
E
toca a criar ministérios para ter onde colocar os próceres da Nação. Os
nomes dos ministérios são tão parecidos que não sei como os próprios
filiados não se confundem.
Tenho a impressão que às vezes um deputado
mais velho, ou uma senadora mais distraída, ao serem entrevistados têm
que perguntar ao assessor: “rápido, rápido, eu sou PpA, PpB ou PpC?”.
Mas
nossa criatividade não se exibe apenas nas siglas partidárias. No nome
dos ministérios é que nos mostramos em toda a nossa glória. Por exemplo: Pesca e Aquicultura. Acho o nome desse ministério um charme! Aquicultura, não é uma palavra bonita, sonora, com personalidade?
Ilustração: Cartoon Movement
Outros dão a impressão de servirem à mesma causa. Por exemplo: Secretaria
dos Direitos Humanos, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial, Secretaria de Políticas para as Mulheres. E eu que pensava que a igualdade racial e nós mulheres estávamos sob o manto dos Direitos Humanos?
São mistérios insondáveis. Como a existência da Secretaria de Comunicação Social que aliada à opaca Transparência Brasil
permitem que dona Dilma se ache no direito de ir aonde quer, quando
quer e como quer sem dar satisfações ao Brasil. Sinto muito, mas isso
não é bem assim. A presidente nos deve satisfações, sim.
Aliás, o
Brasil caminha a passos largos para uma aventura perigosa... Muita gente
na Esplanada dos Ministérios ainda não aprendeu para que serve a
Imprensa. E que dela depende a nossa sanidade como país.
Outro que
anda confundindo as estações é o ministro Joaquim Barbosa. Desde o
Julgamento do Mensalão sabemos que o ministro tem estopim curto, forte
característica de sua personalidade. Sua declaração que ao ostracismo
devem ser relegados os condenados por corrupção – por fazer parte da
pena, segundo ele – foi espantosa.
Pois eu quero sempre saber o
que pensa, faz e onde está o condenado por corrupção. E isso só através
da Imprensa. Eles, os condenados, têm o direito de dizer que foram
condenados injustamente.
Nós que assistimos ao julgamento e que sabemos
que foi feita Justiça, devemos é dar graças a Deus de viver em um país
onde os condenados têm voz.
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.
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