sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

População clama por mais segurança.O Governo paga ações criminosas do MST

No posto próximo ao local do crime, nenhum sinal da polícia
 
Ludmila Rocha e Eric Zambon
ludmila.ribeiro@jornaldebrasilia.com.br


O assassinato do jovem Leonardo Almeida durante tentativa de assalto chocou a população de Águas Claras, que, assim como a família da vítima, clama por mais segurança. 

A cidade  possui hoje um Batalhão da Polícia Militar  e mais três postos comunitários de segurança (PCSs).

A equipe do JBr. visitou todos  para verificar as condições de funcionamento.

Um deles, o PCS 94,   bem próximo ao prédio de Leonardo, na Avenida Castanheiras, estava fechado. 

 Os outros dois, o PCS 46, próximo ao centro comercial Metrópole, e o PCS 12, próximo ao Parque de Águas Claras e abaixo da Avenida Araucárias, funcionam regularmente. Nossa equipe não pôde, no entanto, fotografar o PCS 12.

Extremamente agressivos, os policiais de plantão reclamaram da presença da equipe e impediram o registro.  

Uma das porteiras do prédio de Leonardo, Elena D'arc, disse que a falta de policiamento na área encoraja a ação criminosa. “Em frente ao prédio há uma obra inacabada que sempre atrai   usuários de drogas. Já vi várias pessoas estranhas saindo de lá, mas um crime como esse é inédito. Leonardo parecia um rapaz tranquilo, lamentamos muito o que aconteceu”, disse.

A jornalista Vivian Alves,    28, é vizinha de Leonardo. Ela conhecia o rapaz e é integrante do grupo Mães Amigas de Águas Claras e Região, do qual a mãe da vítima, Ana Cleide, também participa.

Vivian esteve no prédio para deixar rosas e prestar solidariedade a família. “Essa região anda muito perigosa. Têm ocorrido muitos roubos, furtos e sequestros”, relata.

Leonardo era solteiro, gerente de estoque em uma casa de shows de Taguatinga e filho único. Amigos do rapaz o classificam como uma pessoa tranquila e  querida. Prova disso é que durante todo o dia inúmeras postagens fizeram referência ao ocorrido nas redes sociais:  “Sr. Agnelo, na Bíblia fala para orarmos pelos nossos inimigos. Oro então para que o senhor não perca seu familiar com um tiro no pescoço (...) Porque enquanto você descansa, a gente chora”, desabafou  Raquel Sabino, prima do rapaz.

Versão Oficial

O governador Agnelo Queiroz repudiou, ontem, durante a solenidade de inauguração da DF-451, em Brazlândia, a Operação Tartaruga, deflagrada pela Polícia Militar, que tem contribuído para o aumento da criminalidade nos últimos dias.

"A categoria tem todo o direito de reivindicar. O que não pode é colocar em risco a vida da população. O Governo do Distrito Federal vai tomar todas as medidas necessárias para que Brasília não se torne refém do medo", frisou o governador. "Eu tenho certeza que o que está ocorrendo é fruto de uma ação muito pequena, com interesses políticos, e não da maioria da corporação, que tem compromisso com a nossa população", finalizou.

Passeata

Para pedir mais segurança e lembrar a morte de Leonardo, o Grupo das Mães Amigas de Águas Claras e Região vai promover uma passeata  amanhã, às 9h. A concentração ocorrerá em frente ao Centro Universitário Unieuro e deve ir até a Rua 34, local do crime.  A passeata contará com a participação da comunidade local.

Na Asa Sul, dois crimes em duas horas

No dia seguinte ao assassinato de Leonardo Monteiro, dois crimes ocorreram em menos de duas horas, desta vez na Asa Sul. As vítimas ficaram feridas, uma com um tiro na perna e outra com uma facada. 

Na 412/413 Sul, em frente a um supermercado, um sargento da Polícia Militar atirou em um guardador de carros, atingindo na perna. A ação foi testemunhada por Francisco de Aquino Amorim, 55 anos, magistrado no 1º Juizado Cível e Criminal do Guará. “Eu vi os dois brigando. O policial acertou um soco no rapaz. Com ele já no chão, o policial deu um tiro".

Aí eu intervi”, conta o juiz.

Testemunhas disseram que o sargento teria interpelado o flanelinha após este ter pedido dinheiro a uma senhora, que seria estrangeira. A mulher não teria entendido e se assustado, o que teria chamado atenção do PM. O autor do disparo teria dito que interferiu em uma tentativa de assalto e teria alegado que o flanelinha estaria com uma faca. As informações não foram confirmadas oficialmente.

O caso foi registrado na 1ª DP (Asa Sul). A delegada Mabel de Faria não se pronunciou sobre o assunto.

504 Sul

O outro crime foi na 504 Sul, onde um homem levou uma facada no braço. Ele teria pedido para um morador de rua sair de frente a um supermercado. Ele não teria gostado e quando a vítima saiu do local, ele desferiu o golpe.



Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
28/08/2009 - 21:51 Revista VEJA

Planalto

Governo paga ações criminosas do MST

Assertivos do ponto de vista ideológico, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra são evasivos quando perguntados de onde vêm os recursos que sustentam as invasões de fazendas e manifestações que o MST promove em todo o Brasil. Em geral, respondem que o dinheiro é proveniente de doações de simpatizantes, da colaboração voluntária dos camponeses e da ajuda de organismos humanitários. Mentira.

O cofre da organização começa a ser aberto e, dentro dele, encontram-se as primeiras provas concretas daquilo que sempre se desconfiou e que sempre foi negado: o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente nos cofres públicos e junto a entidades internacionais. Em outras palavras, ao ocupar um ministério, invadir uma fazenda, patrocinar um confronto com a polícia, o MST faz isso com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam imiscuir-se em assuntos do país.

VEJA teve acesso às informações bancárias de quatro Organizações Não-Governamentais (ONGs) apontadas como as principais caixas-fortes do MST. A análise dos dados financeiros da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), do Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e do Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) revelam que o MST montou, controla e tem a seu dispor uma gigantesca e intrincada rede de abastecimento e distribuição de recursos, públicos e privados, que transitam por dezenas de ONGs espalhadas pelo Brasil:

- As quatro entidades-cofre receberam 20 milhões de reais em doações do exterior entre 2003 e 2007. A contabilização desses recursos não foi devidamente informada à Receita Federal.

- As quatro entidades-cofre repassaram uma parte considerável do dinheiro a empresas de transporte, gráficas e editoras vinculadas a partidos políticos e ao MST. Há coincidências entre as datas de transferência do dinheiro ao Brasil e as campanhas eleitorais de 2004 e 2006.

- As quatro entidades-cofre receberam 44 milhões de reais em convênios com o governo federal de 2003 a 2007. Há uma grande concentração de gastos às vésperas de manifestações estridentes do MST.

- As quatro entidades-cofre promovem uma recorrente interação financeira com associações e cooperativas de trabalhadores cujos dirigentes são ligados ao MST.

- As quatro entidades-cofre registram movimentações bancárias estranhas, com vultosos saques de dinheiro na boca do caixa, indício de tentativa de ocultar desvios de dinheiro.

Há muito o que desvendar a respeito do verdadeiro uso pelo MST do dinheiro público e das verbas provenientes do exterior. A Anca, por exemplo, é investigada desde 2005 por suas ligações com o movimento. 

A quebra do sigilo mostra que funcionários da entidade realizaram saques milionários em dinheiro em datas que coincidem com manifestações promovidas pelo MST e também com períodos eleitorais. Outra coincidência: tabulando os gastos das entidades resta evidente que parte expressiva dos recursos é destinada a pessoas físicas ou jurídicas vinculadas ao MST. 

Há também transferências bancárias suspeitíssimas. Em agosto de 2007, 153 000 reais da Cepatec foram parar na conta de Márcia Carvalho Sales, uma vendedora de cosméticos residente na periferia de Brasília. “Não sei do que se trata, não sei o que é Cepatec e não movimento a conta no banco há mais de três anos”, diz a comerciária. A Cepatec também não quis se pronunciar.

Para fugir a responsabilidades legais, o MST, embora seja onipresente, não existe juridicamente. Não tem cadastro na Receita Federal, e, portanto, não pode receber verbas oficiais. 

"Por isso, eles usam estas entidades como fachada", diz o senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, que presidiu a CPI das Terras há dois anos, e, apesar de quebrar o sigilo das ONGs suspeitas, nunca conseguiu ter acesso aos dados bancários. 

Aliados históricos do PT, os sem-terra encontraram no governo Lula uma fonte inesgotável de recursos para subsidiar suas atividades. Uma parcela grande dos convênios com as entidades ligadas ao MST destina-se, no papel, à qualificação de mão-de-obra. Mas é quase impossível averiguar se esse é mesmo o fim da dinheirama. 

"Hoje o MST só sobrevive para parasitar o estado e conseguir meios para se sustentar", diz o historiador Marco Antonio Villa.

As ONGs ligadas ao MST chegaram a receber quase 70 milhões de reais em um único ano. No início do governo Lula, em 2003, esses repasses não chegavam a 15 milhões de reais. No ano seguinte, mais do que dobraram, ultrapassando os 32 milhões de reais. Em 2005, o valor novamente dobrou, atingindo os 64 milhões de reais. 

No segundo mandato, as denúncias de irregularidades envolvendo entidades ligadas aos sem terra ganharam força. E o dinheiro federal para elas foi minguando. Em 2007, ano de abertura da CPI, os repasses às ONGs ficaram em 56 milhões de reais. No ano passado, as entidades receberam 46 milhões. E nos oito primeiros meses deste ano, os cofres das ONGs do MST receberam menos de 20 milhões de reais em convênios com o governo federal. Como reação, a trégua com o governo também minguou.

No início de agosto, 3 000 militantes invadiram a sede do Ministério da Fazenda. A ação em Brasília foi comandada pela nova coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos, vinculada a setores mais radicais do movimento. No protesto, o MST exigiu o assentamento imediato de famílias que estão acampadas. Nos bastidores, negociam a retomada dos repasses para as ONGs e a recuperação do comando das unidades do Incra. Em conversas reservadas, ameaçam até criar problemas para a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. O governo Lula agora experimenta o gosto da chantagem de uma organização bandida que cresceu sob seus auspícios.

 

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