- 30/01/2014 17h56
- Brasília
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco
Sem
esperança de que as instituições financeiras aumentem investimentos para
garantir a segurança de clientes e trabalhadores nas agências
bancárias, representantes do setor e dos vigilantes bateram hoje (30) à
porta do governo.
Representantes da Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Confederação
Nacional dos Vigilantes (CNTV) apresentaram os dados da nova Pesquisa
Nacional de Mortes em Assaltos Envolvendo Bancos,
lançada nesta semana, e pediram à secretária nacional de Segurança
Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, que a pasta adote
providências para alterar este cenário, que vem se agravando nos últimos
anos.
“Projetamos que teríamos um número de
assassinatos maior e, infelizmente, aconteceu o que projetamos [aumento
de assassinatos nas agências bancárias]. Se já sei que isto está
ocorrendo, tenho que tomar medidas”, afirmou o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro. Segundo
ele, depois da conversa com a secretária, que durou quase duas horas, o
grupo saiu com a promessa de que o governo editará uma portaria
obrigando os bancos a fazer mudanças nas estruturas.
Uma das sugestões que serão discutidas em
três reuniões entre banqueiros, bancários e vigilantes é a instalação
de biombos – estruturas semelhantes s tapumes que, colocadas nas
laterais do caixa, impediriam que qualquer pessoa observasse a operação
que o cliente está fazendo, seja saques ou depósitos. “Onde
isso foi efetivado, por leis municipais ou estaduais, como em Belo
Horizonte, rm João Pessoa e no Recife, não temos mais registro dos
crimes de saidinhas, zeramos essa prática”, disse Cordeiro.
O presidente da CNTV, José Boaventura Santos, ressaltou que
essa portaria pode ser uma medida paliativa para minimizar os crimes,
mas defendeu a revisão completa da lei que rege a segurança em agências
bancarias (Lei 7.102, de 1983). “A portaria vai ajudar
agora, porque não temos como esperar o tempo de tramitação legislativa
para revisão da lei. Mas é uma lei de 1983, que precisa ser atualizada”,
completou.
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