sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Novas invasões dos Sem Terra.E o proprietario nem teve o direito de defender sua fazenda!

31/01/2014 12h53 - Atualizado em 31/01/2014 14h31

Polícia investiga confronto entre sem terra e seguranças de fazenda no PA

Há 9 meses, cerca de 60 famílias estão acampadas na propriedade.
Trabalhador sem terra teria sido atingido de raspão no braço no confronto.

Do G1 PA
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A Polícia Civil do Pará investiga um confronto entre um grupo de sem terra e seguranças de uma fazenda no município de Abel Figueiredo, no sudeste do estado, ocorrido na última quarta-feira (29). Um trabalhador que estava na fazenda conta que os seguranças chegaram no acampamento armados para expulsarem o grupo, e durante o conflito, ele foi atingido por tiro de raspão no braço.

"Eles foram tentar descer no nosso acampamento e nós não deixamos. Eles revidaram com balas sobre nós, aí nós não aceitamos e colocamos eles para correr de lá do nosso acampamento. Aí fomos reedificar nossa estrada porque eles tamparam a estrada para não deixar a gente carregar nosso alimento e se manter lá dentro", afirmou José de Jesus.

Imagens registradas pelos acampados mostram um homem caído no chão. Segundo os sem terra, Nelson dos Santos teria levado um tiro nas costas e está internado no Hospital de Marabá e não corre risco de morrer.

O confronto na fazenda Asturia é investigado pela Delegacia Especializada em Crimes Agrários (Deca). Há 9 meses, cerca de 60 famílias estão acampadas dentro da propriedade, que desde 2012 está sendo questionada na Justiça pela Fetagri em um processo que investiga se a fazenda pertence a união ou a pessoas físicas.

O advogado da Pastoral da Terra, José Batista, disse que já havia alertado para os riscos de um confronto na área. "Há cerca de 8 dias, nós chamamos a atenção da Deca e da Ouvidoria Agrária sobre a possibilidade de acontecer um conflito dessa área. Infelizmente, em razão da polícia não ter ido ao local nem a ouvidoria, não se evitou o conflito".

Os sem terra prestaram depoimento na Deca. Segundo o delegado que investiga o caso, Victor Leal, cerca de 50 pessoas vão ser ouvidas, entre acampados e seguranças da fazenda. Já foram apreendidas quatro armas, duas espingardas e dois revólveres.

"Nós vamos angariar, através de meios probatórios, oitivas e dados técnicos de perícia, [informações] a fim de relatar [dados sobre o caso]. E nesse relatório fazer um indiciamento das pessoas, individualizando a autoria", informou o delegado. Além disso, a Deca se compromete em realizar reuniões administrativas promover a pacificação naquele local.

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