Carlos Chagas
Publicado: 20 de março de 2014 às 7:48 Diario do Poder
O país parece haver chegado ao limite. Não há uma
cidade, uma região ou um estado onde a população tenha deixado de
manifestar sua indignação diante da má prestação de serviços públicos,
de episódios de violência policial contra pessoas, de corrupção
envolvendo recursos públicos ou atividades privadas e até de
deficiência no funcionamento das instituições nacionais.
Trata-se de um fenômeno novo em nossa realidade, iniciado em junho do ano passado com as primeiras manifestações populares de protesto e multiplicado até hoje, trazendo em seu bojo excessos, violências e confronto entre o cidadão comum e a autoridade pública.
Tornou-se rotina assistir o povo ir para a rua, interromper o tráfego, erigir barricadas, queimar lixo, pneus e material de toda espécie, protestando porque uma bala perdida tirou a vida de um inocente, uma patrulha policial exorbitou de suas obrigações, uma determinada linha de ônibus ou um trecho do metrô não funcionou. Ou uma quadrilha apropriou-se de seus direitos elementares.
Em ritmo maior ou menor, segmentos cada vez maiores impõem sua resistência diante da má qualidade das obrigações que o Estado deveria prestar às custas de extorsivos impostos e taxas cobrados em ritmo sempre maior.
Claro que em meio a essas manifestações infiltram-se bandidos empenhados em depredar, invadir e até matar. Para não falar que o crime organizado aproveita-se de cada episódio para tirar partido da impotência do poder público em garantir a lei e a ordem, ampliando sua ação perversa e deletéria.
Do que se fala hoje é da evidência de um sentimento de basta, de chega, levado dos corações de cada um para a explosão de todos.
Tome-se Brasília, nas duas últimas semanas. Rodovias interrompidas, ônibus saqueados e incendiados, trabalhadores impedidos de locomover-se, famílias obrigadas a refugiar-se, autoridades públicas desmoralizadas e sitiadas em locais onde seu resgate torna-se mais humilhante do que a impotência demonstrada em manter a lei e a ordem. A hora é do “cada um por si”, diante da falência do poder público.
Indaga-se onde tudo isso vai dar. A resposta surge clara: no caos. Na impossibilidade de continuar indefinidamente o processo de desagregação social corroendo os princípios básicos da convivência civilizada. Em pleno Século XXI retornamos à barbárie, da qual escapam apenas os privilegiados, por ironia os maiores responsáveis pela débâcle que nos assola.
Até justiça pelas próprias mãos começou a ser feita pelos incapazes de conter a própria indignação.
Devem tomar cuidado os chamados poderes constituídos, em pleno processo de desagregação. Já não conseguem mais preservar a autoridade, sequer os locais onde se encastelam. Não é de hoje que as multidões tentam invadir os palácios, depois de haver tomado conta das ruas.
O pior é que agem assim sem ideologia, sem partidos políticos, muito menos sem planos, propostas e programas definidos. São impulsionadas pelo descrédito no que existe à sua volta e pelo desespero de não poder erigir alternativas. Não demora chegará a desagregação final.
Trata-se de um fenômeno novo em nossa realidade, iniciado em junho do ano passado com as primeiras manifestações populares de protesto e multiplicado até hoje, trazendo em seu bojo excessos, violências e confronto entre o cidadão comum e a autoridade pública.
Tornou-se rotina assistir o povo ir para a rua, interromper o tráfego, erigir barricadas, queimar lixo, pneus e material de toda espécie, protestando porque uma bala perdida tirou a vida de um inocente, uma patrulha policial exorbitou de suas obrigações, uma determinada linha de ônibus ou um trecho do metrô não funcionou. Ou uma quadrilha apropriou-se de seus direitos elementares.
Em ritmo maior ou menor, segmentos cada vez maiores impõem sua resistência diante da má qualidade das obrigações que o Estado deveria prestar às custas de extorsivos impostos e taxas cobrados em ritmo sempre maior.
Claro que em meio a essas manifestações infiltram-se bandidos empenhados em depredar, invadir e até matar. Para não falar que o crime organizado aproveita-se de cada episódio para tirar partido da impotência do poder público em garantir a lei e a ordem, ampliando sua ação perversa e deletéria.
Do que se fala hoje é da evidência de um sentimento de basta, de chega, levado dos corações de cada um para a explosão de todos.
Tome-se Brasília, nas duas últimas semanas. Rodovias interrompidas, ônibus saqueados e incendiados, trabalhadores impedidos de locomover-se, famílias obrigadas a refugiar-se, autoridades públicas desmoralizadas e sitiadas em locais onde seu resgate torna-se mais humilhante do que a impotência demonstrada em manter a lei e a ordem. A hora é do “cada um por si”, diante da falência do poder público.
Indaga-se onde tudo isso vai dar. A resposta surge clara: no caos. Na impossibilidade de continuar indefinidamente o processo de desagregação social corroendo os princípios básicos da convivência civilizada. Em pleno Século XXI retornamos à barbárie, da qual escapam apenas os privilegiados, por ironia os maiores responsáveis pela débâcle que nos assola.
Até justiça pelas próprias mãos começou a ser feita pelos incapazes de conter a própria indignação.
Devem tomar cuidado os chamados poderes constituídos, em pleno processo de desagregação. Já não conseguem mais preservar a autoridade, sequer os locais onde se encastelam. Não é de hoje que as multidões tentam invadir os palácios, depois de haver tomado conta das ruas.
O pior é que agem assim sem ideologia, sem partidos políticos, muito menos sem planos, propostas e programas definidos. São impulsionadas pelo descrédito no que existe à sua volta e pelo desespero de não poder erigir alternativas. Não demora chegará a desagregação final.
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