Radiologia sucateada no Hospital de Base do Distrito Federal
Denúncias apontam equipamentos quebrados e outros novos guardados em caixas no corredor
Júlia Carneiro
julia.carneiro@jornaldebrasilia.com.br
A
Unidade de Radiologia do Hospital de Base atende uma média de 10 mil
pacientes por mês.
Conduzindo os exames, o local conta com 31 radiologistas distribuídos no ambulatório e na emergência, segundo a Secretaria de Saúde. Mas os pacientes não estão sendo atendidos.
O motivo: equipamentos sucateados. E os pacientes sentem na pele o problema.
Um deles é Eliseu Pinheiro Farias. Ele retornou ao Hospital de Base pela terceira vez após ter caído de um andaime no trabalho, de uma altura de quatro metros. “Eu caí no dia 19. Até agora não me deram qualquer receita médica. Eu sinto muita dor na barriga, tenho medo de ser uma hemorragia interna”, confessa o pintor.
No dia do acidente, ele chegou ao hospital às 9h e só conseguiu ser atendido às 20h. De acordo com os médicos de plantão naquele dia, a demora foi causada pelo mal funcionamento dos raios X.
Espera
“Tinha mais seis pessoas esperando. Depois que passou a funcionar, tive que voltar para a máquina três vezes porque saia errado. Às vezes dá vontade de ficar em casa esperando Deus curar”, lamenta o paciente.
O irmão, Erlando Pinheiro, 31 anos, foi acompanhá-lo em todas as consultas e já está cansado dos mesmos problemas.
Arrependimento
Morador de Taguatinga, muitas vezes ele vai ao Hospital de Base esperando melhor atendimento e se arrepende. “Olha o tanto de equipamentos e macas que ficam jogados do outro lado do hospital. Sempre que eu venho ser atendido a desculpa pela demora é a falta de equipamentos”, reclama.
Sem tomógrafo e mamógrafo
Além dos três aparelhos de raios X do Pronto Socorro que dão defeitos constantemente, essa área do hospital está sem tomógrafo e mamógrafo. “A vigilância sanitária interditou o equipamento porque é antigo e faz muito tempo que precisa de manutenção”, observa uma servidora do hospital. De acordo com a Secretaria de Saúde, um novo aparelho foi adquirido e espera processo da Anvisa para ser utilizado.
O tomógrafo quebrou na última segunda-feira, mas o Hospital de Base informa que a empresa responsável já está fazendo os reparos e que os pacientes estão sendo encaminhados para o Ambulatório. “Acaba que os exames de ambulatório ficam suspensos para atender os pacientes do pronto socorro”, diz a funcionária.
As denúncias de quem trabalha lá dentro são várias: a processadora de filmes está quebrada e revela imagens de péssima qualidade; e um equipamento de tomografia em área especializada foi comprado e até hoje está na caixa, inutilizado, ocupando espaço no corredor 3. A SES informa que o equipamento aguarda a construção da nova sala onde será instalado.
Versão Oficial
A Secretaria de Saúde informa que um novo mamógrafo deve começar a funcionar neste final de semana. “O aparelho que existia era antigo e dava muito defeito. Um novo já foi adquirido e estamos aguardando apenas a liberação da Anvisa”, conclui. A respeito do equipamento PET CT, guardado em uma caixa, a pasta ressalta que o equipamento é de alta tecnologia e necessita de uma estrutura adequada para seu funcionamento: “Para que ele entre em uso, estamos aguardando processo de licitação/ tomada de processos para que seja feita reforma do prédio, local no qual ele será instalado”
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julia.carneiro@jornaldebrasilia.com.br
A
Unidade de Radiologia do Hospital de Base atende uma média de 10 mil
pacientes por mês.Conduzindo os exames, o local conta com 31 radiologistas distribuídos no ambulatório e na emergência, segundo a Secretaria de Saúde. Mas os pacientes não estão sendo atendidos.
O motivo: equipamentos sucateados. E os pacientes sentem na pele o problema.
Um deles é Eliseu Pinheiro Farias. Ele retornou ao Hospital de Base pela terceira vez após ter caído de um andaime no trabalho, de uma altura de quatro metros. “Eu caí no dia 19. Até agora não me deram qualquer receita médica. Eu sinto muita dor na barriga, tenho medo de ser uma hemorragia interna”, confessa o pintor.
No dia do acidente, ele chegou ao hospital às 9h e só conseguiu ser atendido às 20h. De acordo com os médicos de plantão naquele dia, a demora foi causada pelo mal funcionamento dos raios X.
Espera
“Tinha mais seis pessoas esperando. Depois que passou a funcionar, tive que voltar para a máquina três vezes porque saia errado. Às vezes dá vontade de ficar em casa esperando Deus curar”, lamenta o paciente.
O irmão, Erlando Pinheiro, 31 anos, foi acompanhá-lo em todas as consultas e já está cansado dos mesmos problemas.
Arrependimento
Morador de Taguatinga, muitas vezes ele vai ao Hospital de Base esperando melhor atendimento e se arrepende. “Olha o tanto de equipamentos e macas que ficam jogados do outro lado do hospital. Sempre que eu venho ser atendido a desculpa pela demora é a falta de equipamentos”, reclama.
Sem tomógrafo e mamógrafo
Além dos três aparelhos de raios X do Pronto Socorro que dão defeitos constantemente, essa área do hospital está sem tomógrafo e mamógrafo. “A vigilância sanitária interditou o equipamento porque é antigo e faz muito tempo que precisa de manutenção”, observa uma servidora do hospital. De acordo com a Secretaria de Saúde, um novo aparelho foi adquirido e espera processo da Anvisa para ser utilizado.
O tomógrafo quebrou na última segunda-feira, mas o Hospital de Base informa que a empresa responsável já está fazendo os reparos e que os pacientes estão sendo encaminhados para o Ambulatório. “Acaba que os exames de ambulatório ficam suspensos para atender os pacientes do pronto socorro”, diz a funcionária.
As denúncias de quem trabalha lá dentro são várias: a processadora de filmes está quebrada e revela imagens de péssima qualidade; e um equipamento de tomografia em área especializada foi comprado e até hoje está na caixa, inutilizado, ocupando espaço no corredor 3. A SES informa que o equipamento aguarda a construção da nova sala onde será instalado.
Versão Oficial
A Secretaria de Saúde informa que um novo mamógrafo deve começar a funcionar neste final de semana. “O aparelho que existia era antigo e dava muito defeito. Um novo já foi adquirido e estamos aguardando apenas a liberação da Anvisa”, conclui. A respeito do equipamento PET CT, guardado em uma caixa, a pasta ressalta que o equipamento é de alta tecnologia e necessita de uma estrutura adequada para seu funcionamento: “Para que ele entre em uso, estamos aguardando processo de licitação/ tomada de processos para que seja feita reforma do prédio, local no qual ele será instalado”
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Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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