quinta-feira, 27 de março de 2014

Queda de Dilma em pesquisa valoriza ações da Eletrobras e faz Petrobras disparar na Bolsa--CoroneLeaks

quinta-feira, 27 de março de 2014





A bolsa brasileira ignora a queda dos mercados em Wall Street e pega carona, mais uma vez, nas pesquisas políticas, na tentativa de tirar o atraso de 2014. A piora na avaliação da presidente Dilma Rousseff na pesquisa CNI/Ibope voltou a alimentar as esperanças dos investidores em uma possível vitória da oposição, caso a corrida presidencial chegue ao segundo turno.

Na pesquisa, a avaliação positiva do governo Dilma caiu para 36% em março, ante 43% em dezembro. A aprovação pessoal da presidente da República recuou para 51%, de 56%. Além disso, cresceu a fatia dos que desaprovam o combate à inflação do governo.

“Essa pesquisa foi uma surpresa, tendo em vista que na pesquisa do Ibope divulgada na semana passada, Dilma não tinha perdido terreno para seus opositores”, aponta o economista sênior da INVX Global Partners, Eduardo Velho. “A bolsa já vinha subindo graças à entrada dos estrangeiros. Ao que tudo indica, daqui para frente, as pesquisas eleitorais serão o grande indicador para o mercado, que alimenta uma perspectiva de vitória da oposição no segundo turno.”


Às 16h35, o Ibovespa subia 3,37%, para 49.580 pontos, com volume muito forte, de R$ 8,6 bilhões. Porém, segundo operadores, os estrangeiros estão na ponta vendedora, embolsando ganhos recentes. Assim como aconteceu na semana passada, quando circularam rumores sobre a pesquisa eleitoral do Ibope, as ações de estatais lideram os ganhos: Eletrobras ON dispara 9,84%, seguida de Petrobras PN (7,43%), Petrobras ON (7,18%) e Banco do Brasil ON (7,01%).

Entre as demais ações de peso do índice, os ganhos são mais modestos: Vale PNA sobe 1,41%, Itaú PN avança 1,89% e Bradesco PN tem alta de 3,96%. Apenas Suzano PNA (-0,12%) cai entre as 73 ações do Ibovespa. (Valor)

Dilma bota Brasil no cheque especial. Rombo de fevereiro é de R$ 3,1 bilhões.



Depois de reclamar do rebaixamento da nota do Brasil por uma agência de classificação de risco, o governo divulgou um buraco nas contas do Tesouro Nacional em fevereiro. No mês passado, os gastos federais com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos superaram em R$ 3,1 bilhões as receitas.

Isso significa que, em vez de poupar para o abatimento de sua dívida, o Tesouro Nacional precisou tomar dinheiro emprestado para bancar suas despesas cotidianas e as obras públicas. É o que se chama, em economês, de deficit primário. O resultado contrasta com a promessa, feita para convencer os investidores de que não haverá descontrole das contas neste ano eleitoral, de poupar -fazer um superavit primário- de R$ 80,8 bilhões até dezembro.

Na segunda-feira, a agência Standard & Poor’s reduziu a nota da dívida pública brasileira de BBB para BBB-. Em caso de nova queda, emprestar ao governo deixa de ser considerado um investimento seguro. Em nota, o Ministério da Fazenda chamou a decisão de “inconsistente” e afirmou que “o país tem gerado um dos maiores superavits primários do mundo nos últimos 15 anos”. Verdadeira para o longo período mencionado, a afirmação omite a queda aguda do superavit de 2012 para cá.


O Tesouro encerrou o primeiro bimestre com superavit de R$ 9,9 bilhões, bem abaixo dos R$ 19,7 bilhões do período correspondente de 2013 -ano encerrado com o menor superavit em 15 anos. Os números apontam que o governo Dilma Rousseff mantém os gastos em alta e se apoia em previsões perigosamente otimistas para a arrecadação de impostos. Nos dois primeiros meses do ano, as despesas cresceram 15,5% e somaram R$ 158,5 bilhões, enquanto as receitas, de R$ 168,3 bilhões, subiram apenas 7,3%.

Os tributos sobre os lucros das empresas, casos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) decepcionaram. Os resultados só não foram piores porque o Tesouro extraiu R$ 2,9 bilhões dos lucros das estatais para engordar seu caixa. Manobras do gênero foram citadas pela agência de risco ao explicar a decisão de rebaixar a nota brasileira. (Folha Poder)

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