Para moradores da região, pista íngreme favorece acidentes, como o que matou quatro pessoas
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O acidente violento que matou quatro pessoas na avenida principal de São Sebastião, na manhã de ontem, pode ter sido mais do que uma fatalidade.
Moradores testemunhas do ocorrido enxergam na via – um declive íngreme para quem chega à cidade – um local propício para que veículos mais pesados causem problemas.
Outros acidentes graves já ocorreram na mesma pista.
“Essa pista aqui é uma tragédia”, esbravejou Ailton Soares, de 40 anos, tio de uma das vítimas do incidente, Nelson Souza, pintor e pedreiro de 33 anos. “Não é a primeira vez que algo assim acontece. Por que não colocam mais quebra-molas aqui? Quantas vítimas mais teremos?”, indignou-se o senhor.
Pedestres
O sobrinho de Aílton caminhava com o amigo Ronan Silva, de 36 anos, pelo canteiro central da avenida, quando uma van, arremessada após choque com o caminhão desgovernado, os atingiu em cheio. Ambos morreram no local. Vizinha das vítimas, Maria Francelma se emocionou com os acontecimentos e lamentou a morte dos amigos.
“Tomei café com o Nelson hoje mais cedo e ele me disse 'Um beijo, fica com Deus' e depois partiu. É muita tristeza”, disse, entre soluços. Ela também considera que a avenida deveria sofrer investimentos, fazendo coro a outros protestos.
Responsabilidade
Em nota, a Administração Regional de São Sebastião informou que a via em questão é de responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagem do DF (DER-DF), mas que medidas preventivas já foram tomadas anteriormente e outras ainda estão em vias de realização.
“O DER instalou mais equipamentos eletrônicos do tipo ‘pardal’ na rodovia e diminuiu a velocidade, que antes era de 80km/h, para 60km/h”, informa o pronunciamento. “Também foram instaladas mais placas de sinalização, tanto de velocidade permitida, quanto de advertência de que a via é declive e merece mais atenção dos motoristas”, completa.
Segundo o DER, uma proposta para desviar a entrada e saída de caminhões da cidade pela BR-251 é estudada e um projeto de duplicação da DF-463 está “em fase de análise de documentos”.
Saiba Mais
Além dos quatro óbitos, outras três pessoas ficaram feridas. O motorista do caminhão, Cláudio Santos, e dois ocupantes do ônibus atingido que não foram identificados. Segundo o Corpo de Bombeiros, eles foram encaminhados ao Hospital do Paranoá com ferimentos leves e passam bem.
Após liberação da perícia, por volta das 15h, a Companhia Energética de Brasília (CEB) iniciou trabalho de recuperação dos 14 postes derrubados com o acidente. A previsão inicial era que a energia no trecho fosse reestabelecida até as 20h, quando o Detran-DF também tinha expectativas de liberar a via para circulação normal.
O acidente violento que matou quatro pessoas na avenida principal de São Sebastião, na manhã de ontem, pode ter sido mais do que uma fatalidade.
Moradores testemunhas do ocorrido enxergam na via – um declive íngreme para quem chega à cidade – um local propício para que veículos mais pesados causem problemas.
Outros acidentes graves já ocorreram na mesma pista.
“Essa pista aqui é uma tragédia”, esbravejou Ailton Soares, de 40 anos, tio de uma das vítimas do incidente, Nelson Souza, pintor e pedreiro de 33 anos. “Não é a primeira vez que algo assim acontece. Por que não colocam mais quebra-molas aqui? Quantas vítimas mais teremos?”, indignou-se o senhor.
Pedestres
O sobrinho de Aílton caminhava com o amigo Ronan Silva, de 36 anos, pelo canteiro central da avenida, quando uma van, arremessada após choque com o caminhão desgovernado, os atingiu em cheio. Ambos morreram no local. Vizinha das vítimas, Maria Francelma se emocionou com os acontecimentos e lamentou a morte dos amigos.
“Tomei café com o Nelson hoje mais cedo e ele me disse 'Um beijo, fica com Deus' e depois partiu. É muita tristeza”, disse, entre soluços. Ela também considera que a avenida deveria sofrer investimentos, fazendo coro a outros protestos.
Responsabilidade
Em nota, a Administração Regional de São Sebastião informou que a via em questão é de responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagem do DF (DER-DF), mas que medidas preventivas já foram tomadas anteriormente e outras ainda estão em vias de realização.
“O DER instalou mais equipamentos eletrônicos do tipo ‘pardal’ na rodovia e diminuiu a velocidade, que antes era de 80km/h, para 60km/h”, informa o pronunciamento. “Também foram instaladas mais placas de sinalização, tanto de velocidade permitida, quanto de advertência de que a via é declive e merece mais atenção dos motoristas”, completa.
Segundo o DER, uma proposta para desviar a entrada e saída de caminhões da cidade pela BR-251 é estudada e um projeto de duplicação da DF-463 está “em fase de análise de documentos”.
Saiba Mais
Além dos quatro óbitos, outras três pessoas ficaram feridas. O motorista do caminhão, Cláudio Santos, e dois ocupantes do ônibus atingido que não foram identificados. Segundo o Corpo de Bombeiros, eles foram encaminhados ao Hospital do Paranoá com ferimentos leves e passam bem.
Após liberação da perícia, por volta das 15h, a Companhia Energética de Brasília (CEB) iniciou trabalho de recuperação dos 14 postes derrubados com o acidente. A previsão inicial era que a energia no trecho fosse reestabelecida até as 20h, quando o Detran-DF também tinha expectativas de liberar a via para circulação normal.
Barulho e susto no momento da colisão
De acordo com as imagens do circuito de segurança de um posto de
combustível próximo ao local do acidente, o caminhão perdeu o controle e
atingiu primeiramente a van que vitimou Nelson e Ronan, e depois um
ônibus alguns metros à frente, às 10h38. Nas imagens, é possível ver o
frentista Joel da Cruz cruzando a pista instantes antes de o veículo em
alta velocidade acertar a traseira do coletivo.
“Eu só escutei o barulho e saí correndo, nem olhei para trás na
hora”, contou Joel, ainda abalado devido ao ocorrido. “Ouvi quando o
caminhão atingiu um poste e os outros começaram a cair. Foi uma
barulheira só, mas eu já estava aqui no posto”, completou.
Freio
Segundo sub-tenente do Corpo de Bombeiros Afonso Rodrigues, o
caminhão deve ter “perdido” o freio na descida. “Às vezes ele veio
rápido demais e o freio não aguentou. Mas é algo para a perícia
verificar”, disse. Além de ajudar a preservar e retirar os corpos, a
corporação ainda cobriu as manchas de óleo da pista com pó de serragem.
O autônomo Hernane Rodrigues dirigia na faixa da direita quando o
acidente aconteceu. “Ouvi um barulho grande, como um estouro, e depois
escutei o choque com a van”, relatou o motorista. Essa versão pode
ajudar a comprovar se o caminhão realmente ficou sem freios na descida,
como era a suspeita inicial da polícia. “Ele passou por mim 'voando' e
eu só freei e fiquei parado. Foi bem tenso”, contou.
Vítimas
O motorista do caminhão, Cláudio Augusto Santos, sofreu fraturas no
cotovelo e pulso da mão esquerda e foi encaminhado ao Hospital de Base
do Distrito Federal (HBDF). Apesar do susto, ele passa bem, segundo as
últimas informações. Os dois passageiros do transporte, no entanto,
morreram sob a ferragens. Nivaldo Creto dos Santos e José Acioli
Sobrinho faleceram com impacto, segundo os Bombeiros.
Motorista experiente
O caminhão pertence ao Grupo Horizonte e distribuía refrigerantes e
bebidas alcoólicas por bares da região. De acordo com a empresa, o
motorista tem pelo menos quatro anos de trabalho na empresa e é
experiente. Um porta-voz do Horizonte também afirmou que manutenções
preventivas eram feitas com frequência e ainda faltavam cinco mil
quilômetros para a próxima revisão.
Polícia investiga se houve falha mecânica
O delegado-adjunto da 30ª Delegacia de Polícia de São Sebastião,
André Leite, afirmou em coletiva de imprensa na tarde de ontem que a
provável causa do acidente é falha mecânica. Um laudo pericial deve sair
em até 30 dias e vai concluir se houve falha mecânica no acidente que
resultou na morte de quatro pessoas na avenida principal de São
Sebastião.
“A Polícia Civil vai se aprofundar no caso, mas tudo indica que a
caixa de câmbio teria se soltado durante a tentativa de frenagem do
condutor, o que torna a hipótese de falha mecânica como a mais provável
do acidente”, informou. Leite disse também que já foram convocadas
algumas oitivas de vítimas e testemunhas do acidente.
O dono do caminhão que causou o acidente deve ser ouvido hoje na
30ª DP. O Grupo Horizonte, empresa responsável pelo caminhão, informou
que está prestando assistência aos envolvidos e às respectivas famílias.
A empresa também disse que os veículos passam por manutenções
frequentes.
Investigação
O delegado explicou ainda que um inquérito policial foi instaurado
para verificar as imagens que a polícia teve acesso. “Vamos confrontar
os relatos de vítimas e testemunhas com as imagens que temos, embora
elas só mostrem a carreta já desgovernada”, realçou.
Leite disse que a polícia ainda não interrogou o motorista do
caminhão que provocou o acidente, e não soube informar se ele dirigia em
alta velocidade. O condutor está hospitalizado devido a ferimentos no
femur. A polícia ainda não teve acesso à Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) do condutor. Caso fique comprovada falha humana, o
motorista da carreta pode responder por homicídio culposo (quando não há
intenção de matar).
Memória
Em setembro do ano passado, dois garis morreram na mesma pista,
após o caminhão de lixo em que estavam pendurados ter capotado. Na tarde
do dia 24, o veículo não conseguiu frear na descida e invadiu o sentido
oposto, vitimando os funcionários de 23 e 25 anos.
Em 17 de outubro último, um incidente parecido com o de ontem
deixou três feridos. Um caminhão desgovernado, carregado de concreto,
desceu a avenida principal buzinando, sem conseguir frear, e arrastou
outros três carros.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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