O cerco
contra o PT, que tenta melar a CPI da Petrobras, para varrer para
debaixo do tapete a escandalosa roubalheira na Petrobras, ampliou-se
nesta terça-feira e promete desdobramentos hoje, quarta-feira.
O
esforço concentrado da oposição é liderado pelo senador Aécio Neves,
conforme entrevista que concedeu no Senado (vídeo acima), no sentido de
aprovar uma CPMI, ou seja, uma Comissão Mista, envolvendo também a
Câmara dos Deputados, algo que Lula, Dilma e seus sequazes tentam de
todas as formas impedir.
Aécio
Neves, chama a atenção para o fato de que o recurso interposto pelo
Senado no STF, não tem efeito suspensivo, já que a decisão da ministra
Rosa Weber tem o caráter de medida liminar.
Por
outro lado, o humor do mercado continua extremamente sensível aos sinais
de queda livre da Dilma nas pesquisas eleitorais. O simples anúncio de
que o Instituto DataFolha vai a campo a partir de hoje, quarta-feira,
para medir a tendência dos eleitorado, já mexeu positivamente na
oscilação da Bovespa.
O curioso - como notou o blog do Coronel - é que o DataFolha nem sequer iniciou a pesquisa que deve ser publicada somente na edição do próximo sábado.
Enquanto
isso, os fatos conspiram em favor da Oposição. O representante dos
acionistas minoritários no Conselho da Petrobras, Mauro Cunha, foi
enfático nesta terça-feira ao afirmar que a compra da Refinaria de
Pasadena, é um “gota no oceano”, considerando os problemas de gestão da
Petrobras sob o domínio do PT. Transcrevo abaixo a matéria da revista
Exame.
Refinaria
da Petrobras em Pasadena: segundo Cunha, os problemas de gestão estão
prejudicando a Petrobras desde a sua capitalização, em 2010. (foto da
revista Exame)
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PASADENA É APENAS UMA "GOTA NO OCEANO"
A polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pelaPetrobras é
uma "gota no oceano" considerando os problemas de gestão da empresa,
segundo um conselheiro da estatal que representa os acionistas
minoritários.
"Estamos
perdendo muito tempo com o caso Pasadena. Tem as questões políticas e
tal, mas Pasadena é uma gota no oceano em relação ao que está
acontecendo com a companhia", disse o conselheiro Mauro Cunha a
jornalistas nesta terça-feira, após ser questionado sobre o assunto em
um evento em São Paulo.
Posteriormente,
em nota, Cunha disse à Reuters que referiu-se à perda de valor das
ações da Petrobras "por decisões tais como a capitalização de 2010".
Desde então, as ações da companhia chegaram a acumular desvalorização de
73 por cento.
Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobras informou que a empresa não vai comentar o assunto.
A
compra da refinaria localizada no Texas, envolvida numa controvérsia
sobre os valores desembolsados pela Petrobras, motivou pedido da
instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O
movimento para a instalação da CPI se intensificou após Dilma Rousseff,
presidente do Conselho da estatal na época do negócio, ter dito em março
que o aval para a compra da refinaria foi dado com base num documento
"técnica e juridicamente falho".
Segundo
nota da Presidência da República, o resumo executivo preparado pela
diretoria da Área Internacional na época "omitia" informações como a
cláusula "put option", que levou a Petrobras a pagar valores muito
maiores pela refinaria do que os 360 milhões de dólares desembolsados
inicialmente por 50 por cento da unidade.
Ao
final, a estatal pagou 1,25 bilhão de dólares por Pasadena e ainda teve
de fazer investimentos de 685 milhões de dólares em melhorias
operacionais, manutenção, paradas programadas até 2013.
A
declaração de Cunha, também presidente da Associação de Investidores no
Mercado de Capitais (Amec), foi dada durante entrevista sobre uma
decisão da Comissão de Valores Mobiliários sobre assembleia da
telefônica Oi.
Jornalistas presentes no evento aproveitaram para fazer questões envolvendo a Petrobras.
Segundo
Cunha, devido ao tamanho da Petrobras, um bilhão de dólares nem é
considerado um "valor material", termo usado por contadores para
qualificar quando um tema numa companhia deve ser alvo de maior
escrutínio.
Em
março, Cunha foi voto dissidente na aprovação, pelo Conselho de
Administração da Petrobras, das demonstrações financeiras do exercício
social de 2013.
Segundo
nota da Petrobras na época, ele votou contrariamente à aprovação do
balanço argumentando, entre outras coisas, que houve "falta de envio
tempestivo das demonstrações para análise dos conselheiros", além de ter
considerado que houve "insuficiência de informações e aparente
inadequação da contabilização dos investimentos em refinarias".
Cunha
também discordou quanto à política de "hedge accounting", prática
contábil que a Petrobras passou a adotar em meados de maio de 2013, com o
objetivo de reduzir impactos provocados por variações cambiais em seus
resultados periódicos.
A ação da Petrobras fechou esta terça-feira com alta de 3,8 por cento, a 18,24 reais. O Ibovespa subiu 0,62 por cento. Do site da revista Exame
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