A melhora do candidato do PSDB, Aécio Neves, nas mais
recentes pesquisas eleitorais e a perspectiva mais clara de que o futuro
presidente da República será eleito em 2º turno estão levando empresários a
convergir no apoio à candidatura do senador mineiro.
Votação realizada pelo Valor na festa de entrega do prêmio
Executivo de Valor, na segunda-feira, mostrou o franco favoritismo de Aécio
Neves na elite empresarial. De 249 convidados presentes, entre os quais os CEOs
premiados de 23 setores econômicos e gestores influentes de grandes empresas
brasileiras, votaram 103. Aécio Neves ficou com 72 votos, 70% do total. O
candidato do PSB, Eduardo Campos, teve 17 votos, 16,5% das preferências. A
presidente Dilma Rousseff teve apenas 3 votos.
Até algumas semanas atrás, era nítido o crescente interesse
dos grandes empresários por Campos. O argumento repetido por muitos era que, em
eventual 2º turno, as chances do candidato pernambucano seriam muito maiores,
porque ele contaria com o voto dos eleitores de Aécio enquanto o contrário não
se daria.
Dificilmente, diziam, os eleitores atraídos à candidatura de Campos
pela sua vice Marina Silva votariam em Aécio. Seria alta a probabilidade de que
os eleitores de Marina se dividissem entre Aécio e Dilma levando a candidata do
PT à vitória em 2ºturno. A saída seria então trabalhar para Campos passar ao 2º
turno, única forma de tirar o PT do poder.
A presidente colhe frutos de seu pouco diálogo com a classe
empresarial. O Valor pediu aos convidados que dessem nota de zero a dez ao
governo. 88,5% dos votantes deram notas de zero a cinco, sendo que 16,67%
atribuíram nota zero. Somente uma pessoa deu 10.
A votação realizada pelo Valor, obviamente, não tem
relevância estatística, mas é um termômetro do que discute nesse momento a elite
empresarial. Vários executivos, ao fazer uso da palavra no momento de receber
seus prêmios, não economizaram críticas à situação do país e, com diferentes
palavras, repetiram o conselho a seus pares de que esta é a hora de mudança.
Nas rodas, a conversa ia do entusiasmo com a subida nas
pesquisas de Aécio, que para muitos surpreendia, às críticas à situação fiscal,
à situação da indústria, cada vez mais irrelevante no PIB, até a preocupação
com a crise energética. (Valor Econômico)
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