quarta-feira, 7 de maio de 2014

Brasil do PT tem linchamentos causados pela indignação da população com impunidade dos criminosos.


Parentes e amigos fazem manifestação após enterro de mulher linchada Fabiane Maria de Jesus, 31 anos, foi espancada depois de ter sido confundida com uma suposta sequestradora de crianças
 
Agência Brasil

Publicação: 06/05/2014 15:09 Correio Braziliense

Os agressores moram no mesmo bairro da vítima, Fabiane Maria (Arquivo Pessoa)
Os agressores moram no mesmo bairro da vítima, Fabiane Maria
Carregando cartazes com pedidos de justiça, parentes e amigos da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 31 anos, morta após ser linchada no Guarujá, litoral paulista, fizeram um protesto na manhã desta terça-feira (6/5). A manifestação ocorreu após o enterro da dona de casa, no Cemitério Municipal Jardim Paz do Morrinho. Ela foi espancada depois de ter sido confundida com uma suposta sequestradora de crianças.

Primo de Fabiane, Fabiano Santos das Neves, 33 anos, ajudante geral, falou da emoção de perder um ente querido de forma tão brutal. "Tenho uma mistura de sentimentos. Tristeza, dor, angústia, não tem nem como explicar ao certo. É uma sensação de impotência, [mas] eu creio que a justiça de Deus não falha", disse.

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Segundo ele, novos protestos contra o linchamento de Fabiane estão marcados para esta quarta-feira (7/5), às 10h, e domingo (11/5), às 14h. "A gente quer que não aconteça com outras pessoas o que aconteceu com a Fabiane. A gente quer paz, que comece a ter um verdadeiro amor ao próximo, algo que sumiu", declarou.

Fabiano conta que a prima era uma pessoa que amava crianças e que, além de cuidar de duas filhas – uma de 1 ano e outra de 12 anos –, tomava conta de filhos dos parentes e vizinhos. "Ela era uma ótima pessoa, que só vivia sorrindo. Uma pessoa alegre, para cima, que sempre estendia a mão para as pessoas. É sofrimento saber que uma pessoa inocente perdeu a sua vida por um boato."

Aline Francisca da Silva Barbosa, 24 anos, era amiga de infância e vizinha de Fabiane. "Ela era uma pessoa muito boa, que não fazia mal a ninguém. Não tem nada de sequestro, a Fabiane vivia com muitas crianças, minha filha ficava com a Fabiane, brincava com as crianças dela", contou. "Isso que fizeram com ela foi uma crueldade, [essas pessoas] são um bando de monstros. A gente está indignado, a gente está revoltado, a gente quer justiça. Queremos que pare por aqui. A gente vai continuar lutando por ela", disse.


De acordo com ela, Fabiane havia descolorido o cabelo no dia anterior ao seu linchamento, o que a fez ficar parecida com a imagem postada na internet, que gerou a confusão e terminou com o linchamento da dona de casa. Na página Guarujá Alerta, no Facebook, uma postagem dizia para as mães tomarem cuidado com os filhos, pois uma mulher de cabelos loiros sequestrava crianças para usar em rituais. O boato se espalhou principalmente no bairro do Perequê.

Aline disse que as crianças do bairro estavam realmente assustadas, pois receberam orientações para não aceitar alimentos de estranhos. Momentos antes do linchamento, Fabiane saiu para fazer compras em um sacolão, depois ofereceu uma banana a uma criança na rua, o que gerou confusão. De acordo com a vizinha, uma Bíblia que Fabiane carregava também foi confundida com um livro de rituais. Fabiane foi linchada por um grupo. "Nessa hora, tinha gente que conhecia [Fabiane] e tentou defender, mas apanhou também. Eram vizinhos e conhecidos da igreja", disse ela.


Justiça condena acusados de queimar dentista viva em São Bernardo do Campo Em abril de 2013, o grupo invadiu o consultório da dentista, mas não encontraram dinheiro no local
 

Agência Brasil

Publicação: 06/05/2014 21:11  

 

A 3ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo (SP) condenou nesta terça-feira (6/5) três acusados de matar a dentista Cynthia Magaly Moutinho de Souza. Victor Miguel Souza Silva e Thiago de Jesus Pereira receberam pena de 37 anos de prisão cada. Jonatas Cassiano Araújo foi sentenciado a 36 anos de prisão. Todos foram condenados pelos crimes de roubo, extorsão, latrocínio e formação de quadrilha.

Em abril de 2013, o grupo invadiu o consultório da dentista, mas não encontraram dinheiro no local. Tentaram então sacar dinheiro da conta bancária da vítima. Após constatarem que Cyntia tinha apenas R$ 30, atearam fogo no corpo dela.

Na sentença, o juiz Edegar de Sousa Castro ressaltou que o crime acabou incentivando delitos semelhantes. “A brutal consequência do assalto cometido pelos réus ganhou imediata repercussão social, o que, pelo lado negativo da exposição midiática, ensejou novos crimes perpetrados pela mesma forma de execução por parte de criminosos associados em quadrilhas, isto é, os agentes passaram a aterrorizar os subjugados mediante a ameaça de atear-lhes fogo. O crime, cometido de forma brutal, causou reflexos em toda a sociedade”, destacou o magistrado.

No início de junho do ano passado, pouco mais de um mês após o assassinato de Cyntia, o dentista Alexandre Peçanha Gaddy também morreu depois de ser queimado vivo por criminosos. Ele foi atacado em São José dos Campos, interior paulista.


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