“Estamos trabalhando com o governo para fazer a melhor Copa da história, mas precisamos do apoio do povo brasileiro. Isso é muito importante e tenho certeza que quando começar, todo o país estará apoiando o futebol”, afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, reforçando a preocupação dos organizadores do Mundial com os protestos
6 de Junho de 2014 às 05:38
SÃO PAULO (Reuters) - A uma semana da partida de abertura, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse nesta quinta-feira confiar no apoio do povo brasileiro à Copa do Mundo quando os jogos começarem, em meio a manifestações populares contra o torneio.
“Estamos trabalhando com o governo para fazer a melhor Copa da história, mas precisamos do apoio do povo brasileiro. Isso é muito importante e tenho certeza que quando começar, todo o país estará apoiando o futebol”, afirmou Blatter a jornalistas em São Paulo, após reunião do comitê organizador do Mundial.
O dirigente lembrou que quando o Brasil ganhou o direito de receber o Mundial, em 2007, houve grande festa em Copacabana, no Rio de Janeiro, mas que “algo deve ter mudado desde então”.
“Não é possível agradar a todos, em todos os países do mundo há gente que está insatisfeita. A felicidade geral é impossível... (mas) o futebol conecta as pessoas”, disse o presidente da Fifa.
As declarações de Blatter reforçam a preocupação dos organizadores da Copa com os protestos, que começaram no Brasil em 2013, durante a Copa das Confederações.
As manifestações de junho passado chegaram a levar 1 milhão de pessoas às ruas em um só dia e muitas delas ocorreram perto dos estádios que recebiam jogos do torneio, onde foram registrados confrontos com a polícia.
Desde então, os protestos contra os custos da Copa e por melhorias nos serviços públicos diminuíram em número de pessoas, mas são constantes nas principais cidades do país.
Na quarta-feira, um movimento de sem-teto fechou uma das principais avenidas da zona leste de São Paulo e se dirigiu até a Arena Corinthians, sede da abertura do Mundial no próximo dia 12, com a partida entre Brasil e Croácia.
No que pode ser mais um agravante para o primeiro jogo do Mundial, a capital paulista vive nesta quinta-feira uma greve no metrô, principal meio de transporte para chegar ao estádio de abertura.
Autoridades da Fifa, no entanto, preferiram não comentar os problemas de mobilidade. Questionado sobre o assunto, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, passou a pergunta para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
O ministro disse que o governo federal, junto com Estados e municípios, realizou “planos operacionais” para cada área do Mundial, sem especificar o que poderá ser feito em caso de greve nos dias de jogos.
CATAR Blatter foi questionado sobre o Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, cuja vitória para sediar o evento tem sido alvo de denúncia de suposto pagamento para influenciar na decisão. Blatter, no entanto, disse que não falaria sobre o assunto até que o investigador Michael Garcia termine seu relatório.
“A única coisa que posso dizer aos catarianos é que em março deste ano nós não colocamos a Copa do Mundo no Catar em dúvida e estamos esperando pela investigação”, disse.
“Não sou profeta, então vamos esperar os resultados e ver o que acontece”, completou. Blatter, que indicou que buscará um novo mandato em 2015, também se recusou a comentar sobre um possível limite de mandato na Fifa.
Ele disse que a reunião do comitê executivo da entidade, marcada para a semana que vem em São Paulo, votará sobre a questão.
(Reportagem de Tatiana Ramil; Edição de Eduardo Simões)
Nenhum comentário:
Postar um comentário