sexta-feira, 6 de junho de 2014

PERNAMBUCO 247 Campos sairá da eleição menor do que entrou?



Eduardo Braga/ SEI:
Números do Datafolha são muito ruins para o ex-governador pernambucano; com 7%, ele aparece empatado com o Pastor Everaldo; se não decolar, corre o risco de ser o presidenciável do PSB menos votado, uma vez que Ciro Gomes tinha 17,5% em 2010, antes de ter a candidatura retirada pela direção nacional, e Anthony Garotinho registrou 17,86% em 2002; além disso, governos estaduais estão ameaçados: PSB já perdeu o Ceará, com Cid Gomes, que migrou para o Pros, e pode ficar sem Pernambuco, onde seu candidato Paulo Câmara ainda não decolou; qual é a saída? 



Pernambuco 247 - A vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) anunciou que vai retirar sua pré-candidatura à Câmara Federal nas eleições de outubro. 

Prima do ex-governador de Pernambuco e presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, a socialista afirmou estar "insatisfeita" com os processos internos de escolha de pré-candidatos socialistas, a exemplo da indicação do ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara para disputar o Governo de Pernambuco, e criticou a aliança de Campos com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). 

Nessa semana, a polêmica nas eleições para a diretoria da Juventude Socialista Brasileira (JSB) envolvendo João Campos, filho do ex-chefe do Executivo pernambucano, "foi a gota d'água" para Marília desistir do pleito. Segundo ela, a sua legenda tem pensado "no poder pelo poder".

Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (06), a peessebista afirmou que todas as decisões eleitorais estavam sendo tomadas apenas pela alta cúpula do PSB, da qual Campos, como presidente nacional da legenda, faz parte. "Hoje em dia, o PSB está formando chapa mais por razões eleitorais que por convicção ideológica. 


Há algum tempo eu percebo que os conceitos e os ideais do PSB não estão sendo colocados em prática pela sua cúpula", declarou a socialista. "Isso se reflete em todo o partido. As minhas observações apontam que o movimento interno do PSB é oposto ao da democracia que tanto pregamos. Existe uma tendência para uma imposição de ideias em lugar de diálogo", acrescentou.


A vereadora criticou também a forma como o ex-secretário Paulo Câmara foi escolhido como cabeça de chapa do PSB para disputar o Palácio do Campo das Princesas, afirmando que o pré-candidato "é uma pessoa ótima", mas que muitos socialistas "não haviam participado do processo de escolha". 


Outro motivo de divergência entre Marília e o PSB é a aliança com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), inimigo político histórico da sigla socialista, que se reaproximou de Campos em 2012. O parlamentar estaria pleiteando uma vaga na Câmara Federal, mesmo posto almejado por Marília. 


"Eu não vou ajudar [Jarbas]", disse Marília, em referência aos votos que poderiam ser redistribuídos para o peemedebista caso Marília alcançasse uma votação expressiva.


A parlamentar comentou sobre a eleição da JSB, e voltou a afirmar que havia algo errado no processo. "Existia sim algo fora de ordem, já que poucos dias depois houve o recuo da imposição que denunciamos no Facebook e o processo voltou a correr livre como deveria ter sido desde o princípio. Para mim, esse episódio foi a gota d'água para fazer o copo transbordar. Essa história na JSB não é um fato isolado. Ele está dentro de um contexto muito maior. E que todos nós do Estado vimos percebendo nos últimos tempos", criticou.


A prima de Campos afirmou ainda que as articulações políticas do PSB são um reflexo de que a sigla tem pensado no "poder pelo poder". Apesar das críticas contra a legenda, Marília evitou falar de Campos, declarando ainda que as relações familiares estão mantidas e que as divergências são apenas políticas. Apesar dos motivos destacados por Marília, nos bastidores, a informação é de que a socialista estaria saindo porque não conseguiu o apoio mínimo para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.


Na última terça-feira (3), Marília escreveu uma carta aberta contra o processo de eleição do JSB no Facebook. Segundo ela, o processo estaria sendo "comprometido", devido à uma "articulação para que outro jovem, sem envolvimento na juventude partidária, assuma o posto de Secretário Estadual da JSB-PE, por meio do qual terá assento na Executiva Estadual do PSB", em uma crítica velada a João Campos.


Diante da polêmica, o filho de Eduardo Campos disse, por meio de nota, que não disputará mais o cargo, porque a sua prioridade é concluir o curso de Engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo ele, qualquer passo neste sentido somente acontecerá quando ele se sentir "pronto". 


O jovem negou, também, haver interferências no processo de escolha democracia interna. "Ser filho e bisneto de quem sou me orgulha muito, mas não é o suficiente para, neste momento, me fazer candidato", afirmou.

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