“É uma felicidade sem tamanho. A chegada do Theo completa a família. E saber que pelos próximos seis meses poderei cuidar dele traz uma sensação de muita tranquilidade”, resumiu ele, que é casado com Wilson, há 17 anos.
Juntos, o casal homoafetivo já tem Maria Tereza, 2 anos.
Na noite desta sexta-feira, ocorrerá o primeiro encontro da família,
quando, enfim, a pequena Maria Tereza conhecerá o irmão, que nasceu na
noite desta quinta-feira e ainda está no Hospital Santa Joana, em Recife
(PE).
Ainda emocionado com a chegada do filho, Mailton
comentou que ficou surpreso ao saber que não precisaria ingressar na
Justiça para ter o direito à licença de seis meses. Ele é funcionário
público da prefeitura de Recife. Pela legislação, a licença paternidade é
de apenas cinco dias.
“Foi um momento inédito no País. Entrei com o pedido na prefeitura de Recife em dezembro do ano passado, quando a gravidez chegou ao terceiro mês porque imaginei que a burocracia seria longa. Ao contrário, a prefeitura demonstrou ter uma grande sensibilidade com os seus funcionários”, destacou.
A avaliação é justificada. A prefeitura foi o primeiro
órgão público, nas esferas municipal, estadual e federal, a liberar uma
licença para um pai com direitos maternos. A resposta veio em março
deste ano, pela procuradora-chefe da procuradoria consultiva de Recife,
Flávia Castanheira.
Com a família completa, Mailton espera que outros casais sigam o mesmo exemplo e não tenham medo de construir as suas famílias. Theo, assim como Maria Tereza, nasceu por meio da fertilização in vitro.
A gestação se deu por uma barriga solidária autorizada
pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Inclusive, Maria Tereza foi a
primeira bebê in vitro de um casal homoafetivo no Brasil. “Não somos um
casal revolucionário, mas cidadãos conscientes dos nossos direitos.
Acreditamos que todos são iguais perante à lei”.
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