Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fabrizio Albuja
Prezada anta mater capimunista de nove
dedos. Passei os últimos dias refletindo sobre o real sentido da palavra
“elite”, referendada aos contribuintes presentes num estádio de futebol
financiado com recursos vindos inclusive dos impostos que eu pago com meu
“trabalho”, palavra desconhecida para vossa senhoria, e que outrora poderiam
ser usados em coisas muito mais importantes.
Elite quer dizer: “o melhor do melhor”, se
começarmos a pensar, estamos muito longe disso, seja em qualquer sentido.
Não me relembro de nenhum representante do
meu país que faça parte de alguma categoria que eu considero elite e que tenha
sido encontrado nos arredores do bairro de Itaquera.
Aliás, me espanta esse descaso com a
“elite”. Para alguém com pensamentos tão demagógicos em relação a direitos
iguais, é uma atitude de pobreza de espírito, falta de capacidade de
discernimento e uma postura preconceituosa absurda.
A “elite” referida nos seus discursos
infames faz parte de uma estrutura social que deveria ser tão prioritária
quanto às classes menos favorecidas.
A “elite” investe para que exista geração
de empregos, para que as pessoas trabalhem e, mesmo ganhando pouco, adquiram
algo que não tem preço chamado: dignidade.
A “elite” não tem culpa de herdar posses ou
de possuir negócios de sucesso.
A “elite” gera rotatividade de divisas em
nosso mercado, porque eles compram, gastam e garante lucro de outras elites,
pagamento de salários de trabalhadores e oportunidades para empreendedores.
A maioria das pessoas ali presentes no
estádio e que ofendiam a nossa PresidAnta fazem parte não de uma elite e sim da
classe média que comprou ingresso se endividando no cartão de crédito, ou
gastou parte da poupança ou ganhou o ingresso em algum concurso de posto de
gasolina.
As frases gritadas pelo estádio soaram
ofensa para os vossos ouvidos, porém há quase doze anos ouvimos ofensas vindas
do governo que são muito piores do que: “Ei, Dilma vai tomá no c*”.
Quem realmente tomou no c* somos nós que
vemos essa pouca vergonha de votos comprados com bolsa miséria, da corrupção
escancarada do mensalão, das leis idiotas criadas com o intuito de calar o
povo...
Aliás, “povo” não é só aquele que ganha
salário mínimo.
Atenciosamente,
Um brasileiro com vergonha do país em que
vive.
Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor
Universitário.
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