quarta-feira, 18 de junho de 2014

Oposição derruba chance de Haddad decretar feriado na segunda em SP





De acordo com vereador Paulo Fiorilo, oposição assumiu risco.
Tema pode voltar a ser avaliado na sessão de terça-feira (24).





Roney Domingos Do G1 São Paulo
A cidade de São Paulo não terá feriado na segunda-feira (23). Os vereadores de oposição ao governo Fernando Haddad (PT) manobraram para impedir que fosse votada ainda nesta quarta-feira (18) emenda que permitiria ao prefeito declarar folga no dia que terá jogo da seleção em Brasília e a segunda partida da Copa na capital paulista.


Sem acordo na Câmara e com sessão agendada apenas para a próxima semana, Haddad só tem agora autorização para decretar ponto facultativo, que atingirá apenas o funcionalismo público. A Prefeitura diz que estuda outras medidas para atenuar os efeitos do trânsito na cidade.
 
O PSDB jogou com a irresponsabilidade de a cidade viver o caos na segunda-feira
Paulo Fiorilo, vereador pelo PT
A manobra da oposição ocorreu quando os aliados de Haddad tentavam colocar em prioridade a votação da emenda sobre o feriado. Por três vezes, a base convocou os presentes a se manifestarem favoravelmente à prioridade do projeto.


A base não obteve a maioria, que seria alcançada com 28 votos. No horário, dos 55 vereadores da Casa, mais de 40 estavam no plenário. O número exato não foi divulgado pela Câmara. Sem apoio de vereadores da oposição, o expediente foi encerrado sem que o tema fosse levado de fato à votação.

"A base não teve os 28 votos para aprovar o feriado. O PSDB e outros partidos inviabilizaram", explica o vereador Paulo Fiorilo (PT). "O PSDB jogou com a irresponsabilidade de a cidade viver o caos na segunda-feira", disse Fiorilo.
O governo precisa definir o que é importante. (...) Seriam cinco dias de feriado na cidade."
 O vereador Andréa Matarazzo (PSDB) disse que a administração municipal "precisa definir o que é importante" e rebateu as críticas. "Seriam cinco dias de feriado na cidade", criticou Matarazzo.

No começo da tarde, Haddad explicou que não havia previsão de feriado em todos dias com jogos disputados na cidade. "O que a lei previa é que a abertura seria feriado e depois seria analisado caso a caso", explicou Haddad na Prefeitura, antes da tentativa de votação.



 
Segunda derrota
 
A administração municipal já havia tentado obter permissão para declarar feriado nos dias em que partidas fossem realizadas na capital paulista. Haddad foi derrotado pelos vereadores da oposição em maio, quando o projeto de lei enviado pelo Executivo recebeu uma emenda que liberou feriado apenas no jogo de abertura e ponto facultativo nos demais.


Diante do caos nas ruas na terça (17), a Prefeitura tentou novamente obter poderes para declarar feriado. Não havai tempo para fazer uma nova tramitação do projeto, por isso os vereadores da base optaram por colocar em votação uma emenda no Projeto de Lei (PL) 72 de 2014, do vereador Paulo Fiorilo, que insere a Revolução dos Cravos no calendário oficial da cidade. 

O projeto foi escolhido porque tinha condições técnicos de ser votado em segunda votação nesta tarde.

Como na quinta-feira é feriado e não há sessão convocada para sexta-feira (20), o tema pode voltar a ser analisado somente na próxima terça-feira (24).

Caos na véspera: 302 km
 
O prefeito queria permissão para declarar folga em toda a cidade para evitar um novo caos no trânsito após a cidade registrar 302 km de congestionamento na terça-feira (17). O pico ocorreu por causa do fim de expediente antecipado pelo segundo jogo do Brasil na Copa.


"Nós entendemos que dia 23 tem jogo em São Paulo e jogo do Brasil fora. Isso combinado com a volta do feriado poderia trazer muitos transtornos para a cidade", disse. "Por isso pedimos para sancionar esse projeto, que promova a alteração na lei", afirmou Haddad no começo da tarde.Gráfico de lentidão durante o jogo de terça: de 302km a 0 km  em 2 horas e 30 minutos.

Previsão de mais trânsito
 
Na terça-feira, o trânsito de São Paulo travou horas antes e até mesmo durante parte do primeiro tempo do jogo do Brasil x México. Os problemas começaram por volta das 13h, quando muitas empresas dispensaram seus funcionários para assistir ao jogo.


Em duas horas, o congestionamento aumentou 586%: o índice saltou de 44 km, às 13h, para 302 km às 15h. Um pouco depois, em outro intervalo de duas horas, caiu 91%: do pico de 302 km para 26 km às 17h.

Nem Pelé escapou do congestionamento: em entrevista à TV Globo ele disse que "pela primeira vez na vida" assistiu ao primeiro tempo no carro, por causa do trânsito que enfrentou na vinda de Santos para São Paulo.

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