quarta-feira, 18 de junho de 2014
Matéria Agência Brasil das 22h06 de ontem, 17/6/2014
Depois
de passarem mais de quatro horas esperando o sistema de informática das
delegacias de polícia (DP) voltar a funcionar, em Fortaleza, 22 dos 30
ativistas detidos antes do jogo Brasil e México, no Estádio Castelão,
estão sendo indiciados por incitação ao crime.
De acordo com a defensora pública Gina Kerly, que acompanha os procedimentos na 16ª Delegacia de Polícia, os detidos devem assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e serão liberados ainda hoje (17), mas os processos contra eles seguirão. Gina afirma que a Defensoria Pública questionou a existência de provas, “mas houve insistência no procedimento". "Agora, devemos tomar uma medida cabível, depois de concluídos os procedimentos”, disse.
A
advogada Mayara Justa, que acompanha o caso na delegacia, explicou que
os detidos foram enquadrados pelo Artigo 41, Item “b”, do Estatuto do
Torcedor, que diz que é crime “promover tumulto, praticar ou incitar a
violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos
esportivos”.
Mayara Justa conta que “tinha ficado tudo acordado de que eles seriam liberados após a identificação, porque os próprios policiais que os trouxeram para a delegacia afirmaram que eles não portavam nada. Depois, o delegado trouxe a nova notícia de que ele teria que fazer o procedimento”.
Saiba Mais
Nenhum
dos manifestantes deve ser preso em flagrante. Sobre as denúncias de
violência policial, Mayara informou que a Rede Nacional de Advogados
Populares e o coletivo de assessoria Flor de Urucum devem oficiar as
instituições competentes, como a Corregedoria da Polícia Militar, para
que as denúncias sejam investigadas.
O
ato popular contra gastos públicos na Copa teve a participação de
comunidades ameaçadas de remoção, movimento estudantil, partidos
políticos, entidades sindicais, Movimento Passe Livre, Comitê pela
Desmilitarização da Polícia e Comitê Popular da Copa. Iniciado às 11h30,
o protesto chegou nas proximidades do Estádio Castelão.
Antes
do início da partida entre Brasil e México, os manifestantes foram
dispersados pela PM, após terem, segundo a polícia, fechado uma das vias
de acesso ao Castelão. Também há relatos de que um ônibus foi
apedrejado pelos manifestantes, que foram afastados do estádio por
bombas de efeito moral e jatos de água lançados pelo Caminhão de
Controle de Distúrbios Civis.
A Agência
Brasil tentou contato com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social do Ceará, mas os telefonemas não foram atendidos. Na delegacia,
os delegados que acompanham o caso não puderam falar, sob a alegação de
que estavam fazendo os procedimentos oficiais.
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