segunda-feira, 30 de junho de 2014

Só 17% aprovam a gestão de Haddad; é a voz da maioria dizendo o que pensa do prefeito que governa para uma minoria de militantes



AVALLIAÇÃO HADDAD



Na prancheta, Fernando Haddad, como prefeito de São Paulo, estava destinado a ser um dos grandes cabos eleitorais do candidato do PT ao governo do Estado — no caso, Alexandre Padilha, outro político de perfil igualmente coxinha, também inventado por Lula. 


Afinal, como confessou o ex-presidente, a sua intenção era iluminar este país com os postes que vai tirando da cachola. 


O tiro saiu pela culatra. Não convidem o eleitor e Haddad para um mesmo evento: o resultado é vaia na certa. 


Padilha já tentou grudar seu nome até ao de Paulo Maluf — que está, de mala e cuia, se mudando para a candidatura de Paulo Skaf, diga-se —, mas quer distância do prefeito de São Paulo, que hoje tira votos do PT. O Datafolha explica por quê.


Pesquisa realizada entre os dias 25 e 26 deste mês mostra que apenas 17% consideram a sua gestão ótima ou boa. Está no mesmo patamar de junho do ano passado (18%), mas um ponto abaixo, dentro da margem de erro. 


Os que consideram a gestão ruim ou péssima são 36% (40% há um ano). E os que a avaliam como regular são 44% (antes, 35%). Os que não sabem caíram de 13% para 3%. 


Os dados apontam que Haddad não se recuperou da derrocada iniciada com as manifestações de rua, há um ano. Seus números rivalizam com os piores momentos de Celso Pitta. A margem de erro desta pesquisa, que ouviu 1.101 pessoas, é de três pontos para mais ou para menos.



A pesquisa revela ao menos um dado curioso: aumentou de 74%, em setembro do ano passado, para 81% agora os que acham o trânsito na cidade ruim ou péssimo. Os que dizem que ele é ótimo ou bom caíram de 9% para 4%. 


Não obstante, 22% dizem que ele melhorou muito depois da introdução das faixas, e 42%, que melhorou um pouco. Convenham, esses números não são compatíveis entre si, mas são explicáveis: a faixa se tornou uma espécie de questão moral. As pessoas têm certo constrangimento de criticá-las e, quem sabe?, ser acusadas de inimigas dos pobres… Só 9% dizem que o trânsito piorou muito, e 6%, que piorou um pouco.


A péssima avaliação de Haddad é, antes de tudo, uma questão de justiça. Ele prometeu criar 150 km de corredores de ônibus. Até agora, nada. Os 36 km que estão em construção foram licitados na gestão Kassab. Anunciou a construção de 243 creches. Um ano e meio depois, entregou apenas 26, e há sete em obras. Vale dizer: já cumpriu 38% do mandato e entregou apenas 8,1% da promessa. 


Jurou de pés juntos que faria 20 CEUS — entregou só um, e há nove em andamento. 


Dez deles têm o terreno meramente escolhido. Na saúde, a coisa é mais dramática: ainda não se assentou um tijolo dos três hospitais anunciados. Das 43 UBSs, Haddad entregou só quatro, e há uma em obra. Fez-se também grande estardalhaço com a chamada “Rede Hora Certa” de atendimento; seriam 32 — há apenas seis unidades fixas e quatro móveis.


Haddad avançou nos projetos que não requerem recursos, como as faixas de ônibus — basta pintar a linha no chão e infernizar a vida dos motoristas: anunciou 150 km, e já há 337,3 km. Não por acaso, a população diz o óbvio: o trânsito piorou. O prefeito também foi célere no que não estava prometido: o programa “Braços Abertos”, por exemplo, aplicado na Cracolândia.


 Só que há um probleminha: na disputa eleitoral, ele anunciou uma ação de combate ao crack, e a Prefeitura fez justamente o contrário: entregou um pedaço do Centro da cidade a consumidores e traficantes e promoveu a legalização informal das drogas.


E olhem que, em razão da seca, Haddad não teve de enfrentar o principal demolidor de reputações de um prefeito em São Paulo: as enchentes. Acho, no entanto, que ele não terá mais essa moleza no futuro — não parece que voltaremos a ter tão cedo um ano como este no que diz respeito às chuvas.


Para encerrar, lembro que, dada a forma como Haddad conduz a Prefeitura, o que se vê é um prefeito refém dos sectários que não aceitam reajuste de ônibus, dos movimentos de supostos trabalhadores sem-teto e dos ongueiros que pretendem proclamar a República da Cracolândia. Essa gente ajudou a fazer a sua campanha e agora quer… governar! 


A esmagadora maioria dos paulistanos, que não se sente representada por esses extremistas, dá a sua opinião: Haddad é um dos piores prefeitos da história até aqui.
Texto publicado originalmente às 4h39
Por Reinaldo Azevedo



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