Na
prancheta, Fernando Haddad, como prefeito de São Paulo, estava destinado
a ser um dos grandes cabos eleitorais do candidato do PT ao governo do
Estado — no caso, Alexandre Padilha, outro político de perfil igualmente
coxinha, também inventado por Lula.
Afinal, como confessou o
ex-presidente, a sua intenção era iluminar este país com os postes que
vai tirando da cachola.
O tiro saiu pela culatra. Não convidem o eleitor
e Haddad para um mesmo evento: o resultado é vaia na certa.
Padilha já
tentou grudar seu nome até ao de Paulo Maluf — que está, de mala e cuia,
se mudando para a candidatura de Paulo Skaf, diga-se —, mas quer
distância do prefeito de São Paulo, que hoje tira votos do PT. O
Datafolha explica por quê.
Pesquisa
realizada entre os dias 25 e 26 deste mês mostra que apenas 17%
consideram a sua gestão ótima ou boa. Está no mesmo patamar de junho do
ano passado (18%), mas um ponto abaixo, dentro da margem de erro.
Os que
consideram a gestão ruim ou péssima são 36% (40% há um ano). E os que a
avaliam como regular são 44% (antes, 35%). Os que não sabem caíram de
13% para 3%.
Os dados apontam que Haddad não se recuperou da derrocada
iniciada com as manifestações de rua, há um ano. Seus números rivalizam
com os piores momentos de Celso Pitta. A margem de erro desta pesquisa,
que ouviu 1.101 pessoas, é de três pontos para mais ou para menos.
A pesquisa
revela ao menos um dado curioso: aumentou de 74%, em setembro do ano
passado, para 81% agora os que acham o trânsito na cidade ruim ou
péssimo. Os que dizem que ele é ótimo ou bom caíram de 9% para 4%.
Não
obstante, 22% dizem que ele melhorou muito depois da introdução das
faixas, e 42%, que melhorou um pouco. Convenham, esses números não são
compatíveis entre si, mas são explicáveis: a faixa se tornou uma espécie
de questão moral. As pessoas têm certo constrangimento de criticá-las
e, quem sabe?, ser acusadas de inimigas dos pobres… Só 9% dizem que o
trânsito piorou muito, e 6%, que piorou um pouco.
A péssima
avaliação de Haddad é, antes de tudo, uma questão de justiça. Ele
prometeu criar 150 km de corredores de ônibus. Até agora, nada. Os 36 km
que estão em construção foram licitados na gestão Kassab. Anunciou a
construção de 243 creches. Um ano e meio depois, entregou apenas 26, e
há sete em obras. Vale dizer: já cumpriu 38% do mandato e entregou
apenas 8,1% da promessa.
Jurou de pés juntos que faria 20 CEUS —
entregou só um, e há nove em andamento.
Dez deles têm o terreno
meramente escolhido. Na saúde, a coisa é mais dramática: ainda não se
assentou um tijolo dos três hospitais anunciados. Das 43 UBSs, Haddad
entregou só quatro, e há uma em obra. Fez-se também grande estardalhaço
com a chamada “Rede Hora Certa” de atendimento; seriam 32 — há apenas
seis unidades fixas e quatro móveis.
Haddad
avançou nos projetos que não requerem recursos, como as faixas de ônibus
— basta pintar a linha no chão e infernizar a vida dos motoristas:
anunciou 150 km, e já há 337,3 km. Não por acaso, a população diz o
óbvio: o trânsito piorou. O prefeito também foi célere no que não estava
prometido: o programa “Braços Abertos”, por exemplo, aplicado na
Cracolândia.
Só que há um probleminha: na disputa eleitoral, ele
anunciou uma ação de combate ao crack, e a Prefeitura fez justamente o
contrário: entregou um pedaço do Centro da cidade a consumidores e
traficantes e promoveu a legalização informal das drogas.
E olhem
que, em razão da seca, Haddad não teve de enfrentar o principal
demolidor de reputações de um prefeito em São Paulo: as enchentes. Acho,
no entanto, que ele não terá mais essa moleza no futuro — não parece
que voltaremos a ter tão cedo um ano como este no que diz respeito às
chuvas.
Para
encerrar, lembro que, dada a forma como Haddad conduz a Prefeitura, o
que se vê é um prefeito refém dos sectários que não aceitam reajuste de
ônibus, dos movimentos de supostos trabalhadores sem-teto e dos
ongueiros que pretendem proclamar a República da Cracolândia. Essa gente
ajudou a fazer a sua campanha e agora quer… governar!
A esmagadora
maioria dos paulistanos, que não se sente representada por esses
extremistas, dá a sua opinião: Haddad é um dos piores prefeitos da
história até aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário