Apesar de ainda liderar a disputa
pelo Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff perdeu parte do capital
político que tinha nos grandes centros urbanos — cidades que têm mais de 500
mil habitantes e que costumam funcionar como polos propagadores de votos para o
resto do país. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na
quinta-feira, nos últimos 15 dias, houve queda na intenção de votos na petista
e aumento de seus índices de rejeição. Além disso, piorou a avaliação de
desempenho do atual governo. Os dados foram recebidos com preocupação pelo
comitê que trabalha na reeleição da presidente.
De acordo com a sondagem, o
percentual de eleitores que consideram a gestão de Dilma “ótima ou boa” recuou
de 30%, no início de julho, para 25% nos municípios com mais de 500 mil
habitantes. No mesmo período, a classificação de “ruim ou péssimo” foi de 31%
para 37%, e a “regular”, de 38% para 37%, na mesma região.
Essa piora na avaliação se
refletiu nos demais indicadores da pesquisa. Dilma viu as intenções de voto
nessas cidades caírem de 32% para 29%. O percentual de eleitores que dizem
votar no tucano Aécio Neves — que até aqui aparece como principal adversário à
reeleição de Dilma — diminuiu de 24% para 22%, enquanto o de Eduardo Campos
(PSB) foi de 8% para 9%. Cresceu, neste item, o número de votos em branco e
nulos (de 17% para 19%) e dos eleitores que afirmaram que não sabem quem
escolher (de 9% para 12%).
Já a rejeição de Dilma nos
maiores municípios do país, que era de 37% no início de julho, chega agora a
42%. A de Aécio avançou um ponto percentual (para 21%), e a de Campos foi de
16% para 19%.
A IMPORTÂNCIA DA PROPAGANDA DE TV
Para analistas ouvidos pelo
GLOBO, as atenções do eleitor sobre o processo político foram ofuscadas durante
a Copa do Mundo, o que gerou uma sensação de melhora do governo e se refletiu
nos números divulgados pelo Datafolha no início de julho. Contudo, terminada a
competição, a falta de um legado concreto que melhore a rotina da população das
grandes cidades reativou as tensões sociais expostas desde junho do ano
passado.
Num cenário como este, ressaltam
analistas, a propaganda no rádio e na TV será ainda mais importante na definição
da eleição. A presidente Dilma terá o dobro do tempo de exposição de seus
adversários e precisaria aproveitar isso em seu favor. (O Globo)
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