Atualizado em 19 de julho, 2014 - 16:07 (Brasília) 19:07 GMT
Manifestantes pró-Palestina
entraram em confronto com a polícia neste sábado em Paris. Eles
protestavam contra os ataques de Israel sobre a Faixa de Gaza que,
segundo organizações humanitárias, já deixou pelo menos 300 mortos.
Pouco tempo depois do início do protesto, houve confronto com a polícia. Os manifestantes queimaram carros, pneus, latas de lixo e duas bandeiras de Israel. Também lançaram pedras e até pedaços de asfalto arrancados da calçada contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogênio.
Segundo a polícia, 33 manifestantes foram presos até agora. O número, entretanto, ainda pode subir.
No último domingo, outro protesto em apoio à causa palestina também terminou em confronto com a polícia. Manifestantes tentaram invadir duas sinagogas na capital francesa e foram reprimidos pelos policiais.
Proibição
"Não deve ocorrer importação do conflito (Israel-Palestina) na França. Não pode haver manifestações com possíveis grupos adversários e que criem riscos à ordem pública", justificou na sexta-feira o presidente francês, François Hollande, durante visita ao Níger.
Na noite do mesmo dia, a Justiça francesa confirmou o veto ao evento que havia sido decretado pelas autoridades de segurança da capital.
Neste sábado, Hollande voltou ao tema e disse que "as pessoas que querem se manifestar a qualquer preço assumirão as consequências".
A França reúne a maior comunidade muçulmana da Europa, estimada em mais de 6 milhões de pessoas.
Críticas
"Recusamos a decisão às pressas do ministério do Interior e pedimos ao governo francês para anular rapidamente a proibição da manifestação", afirmaram seis deputados socialistas em um comunicado.
Partidos políticos de extrema esquerda, como o Novo Partido Anticapitalista, disseram estar "indignados" com a proibição à passeata pró-Palestina.
A Liga dos Direitos Humanos criticou um "entrave à liberdade constitucional e uma negação da realidade".
"Não adianta nada abafar o sentimento de revolta que provoca a intervenção militar israelense em Gaza, a não ser que o governo queira reforçar a ideia de que escolheu o seu campo nesse conflito", diz a associação em um comunicado.
Outras manifestações pró-Palestina haviam sido organizadas neste sábado na França. O ministério do Interior pediu às autoridades policiais das cidades para analisar "caso por caso".
Um protesto em Nice, no sul da França, previsto para este sábado, também foi cancelado. O evento havia sido organizado pela internet e a polícia justificou a decisão alegando que não seria possível identificar os organizadores.
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