terça-feira, 1 de julho de 2014

Debate sobre prisão de manifestantes termina com detidos no Centro de SP






Seis pessoas, incluindo advogado, foram levados para delegacia.
PM usou bombas de gás e spray de pimenta contra manifestantes.

Marcelo Mora Do G1 São Paulo
Seis pessoas foram detidas na noite desta terça-feira (1º), no Centro de São Paulo, durante debate sobre a prisão de dois manifestantes em 23 de junho. A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra o grupo.

(O G1 acompanhou em tempo real o ato, com fotos e vídeos)

O ato reuniu cerca de 300 pessoas na Praça Roosevelt, segundo a PM, e começou pacífico. Desde o início os manifestantes informaram que não seguiriam em passeata, como na maioria dos protestos. O objetivo dos organizadores era debater as prisões de Rafael Lusvarghi e Fábio Harano, ocorridas em um protesto contra os gastos públicos na Copa. Ambos tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. 

A dupla foi indiciada por cinco crimes: associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, incitação à violência, resistência e desobediência.

Por volta das 18h, quem queria participar das discussões começou a ser revistado e ter o nome anotado e o documento, verificado. Um advogado ativista foi conversar com os PMs e acabou detido. Não havia informações do motivo da apreensão. Em seguida, outra pessoa foi levada para o 78º Distrito Policial, nos Jardins, após ser revistada.


O estopim da confusão foi a apreensão de um objeto na bolsa de uma militante. Os manifestantes cercaram os PMs, que saíram para uma rua lateral. Lá, policiais do Choque começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo.


Na correria, outras quatro pessoas foram presas. Uma das prisões ocorreu bem em frente à reportagem do G1. Um jovem foi retirado do grupo e levado para um carro policial. Ao questionar o motivo da prisão, ele não obteve resposta. Todos os detidos foram levados para o 78º DP.

Parte dos manifestantes ficou concentrada na Praça Roosevelt, discursando contra a repressão e pedindo a liberdade dos jovens detidos. Entre os que pediram a palavra estavam integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), do Sindicato dos Metroviários e de grupos de direitos humanos, como o padre Júlio Lancellotti.


Um ato semelhante foi marcado pelo Movimento Passe Livre (MPL) para as 15h desta quarta (2), em frente ao Tribunal de Justiça, na Praça da Sé. O MPL quer que um inquérito sobre a atuação de manifestantes seja extinto.


 
 

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