No último dia do prazo para a
composição de alianças para as eleições de outubro, o PP decidiu abandonar
nesta segunda-feira (30) a campanha de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São
Paulo e apoiar o rival Paulo Skaf (PMDB). A decisão foi tomada por
"maioria absoluta" da Executiva estadual, segundo nota divulgada pelo
partido.
Apontada pela cúpula do PT como a
prioridade das eleições estaduais, a campanha de Padilha prometia formar a
maior aliança do partido numa corrida ao Palácio dos Bandeirantes, mas acabou
desidratada por partidos alinhados com a campanha à reeleição da presidente
Dilma Rousseff. Agora, o petista reúne o apoio de PC do B e PR.
A principal opção dos "dilmistas"
no maior colégio eleitoral do país foi Skaf, também escolhido por PROS, PDT e
PSD.
Nos bastidores, interlocutores
dos partidos justificam a adesão a Paulo Skaff pelo maior capital político do
peemedebista que é presidente licenciado da Fiesp e protagonizou nos últimos
meses uma série de campanhas da entidade na televisão, além de ter disputado as
eleições de 2010, ficando em quarto lugar, com 4,56 % dos votos. O empresário
tem como principal fiador o vice-presidente da República, Michel Temer.
Afilhado político de Lula,
Padilha estreia em eleições e é uma aposta para quebrar os 20 anos de gestão
tucana no Estado.
Ele deixou o comando do
Ministério da Saúde do governo Dilma no começo do ano para se tornar mais
conhecido. O efeito das caravanas realizadas por mais de 100 cidades paulistas
ainda não se refletiu nas pesquisas. O petista ocupa a terceira colocação, com
3% das intenções de voto, atrás de Skaf (21%) e Alckmin (44%).
O QG de Padilha, no entanto,
alega que a campanha só começa após a Copa e que ele deve manter o tradicional
eleitorado petista em São Paulo de 30%, além de crescer.
VICE
A mudança de rota do PP ocorre um
mês após o partido declarar apoio a Padilha. Na época, o presidente estadual do
PP, Paulo Maluf, protagonizou uma foto com o petista, que celebrou a união. O rompimento começou a ser
discutido na semana passada após pressão da maioria da bancada federal do
partido em São Paulo. O comando do partido era contra, mas acabou derrotado.
O presidente do PP, senador Ciro
Nogueira (PI), tentou reverter o quadro, chegando a discutir eventuais nomes
para a vice de Padilha, mas não teve sucesso. Com a saída do PP, o PT vai
retomar conversas com PR e PC do B para definir o nome para vice na chapa que
tem o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) buscando a reeleição.
Os petistas negociaram com o PR a
indicação do presidente estadual da sigla, Tadeu Candelaria, para a primeira
suplência de Suplicy. Nos últimos dias, após ameaça de
uma nova debandada do PC do B, tradicional aliado, o PT passou a pressionar o
PR para indicar o vice. O nome seria do deputado Milton Monti (PR-SP). Já o PC
do B lançou Nivaldo Santana para o posto. (Folha Poder)
Nenhum comentário:
Postar um comentário