terça-feira, 1 de julho de 2014

Pobre Padilha, nem Maluf o quer mais.


No último dia do prazo para a composição de alianças para as eleições de outubro, o PP decidiu abandonar nesta segunda-feira (30) a campanha de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo e apoiar o rival Paulo Skaf (PMDB). A decisão foi tomada por "maioria absoluta" da Executiva estadual, segundo nota divulgada pelo partido.

Apontada pela cúpula do PT como a prioridade das eleições estaduais, a campanha de Padilha prometia formar a maior aliança do partido numa corrida ao Palácio dos Bandeirantes, mas acabou desidratada por partidos alinhados com a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Agora, o petista reúne o apoio de PC do B e PR.

A principal opção dos "dilmistas" no maior colégio eleitoral do país foi Skaf, também escolhido por PROS, PDT e PSD.

Nos bastidores, interlocutores dos partidos justificam a adesão a Paulo Skaff pelo maior capital político do peemedebista que é presidente licenciado da Fiesp e protagonizou nos últimos meses uma série de campanhas da entidade na televisão, além de ter disputado as eleições de 2010, ficando em quarto lugar, com 4,56 % dos votos. O empresário tem como principal fiador o vice-presidente da República, Michel Temer.

Afilhado político de Lula, Padilha estreia em eleições e é uma aposta para quebrar os 20 anos de gestão tucana no Estado.

Ele deixou o comando do Ministério da Saúde do governo Dilma no começo do ano para se tornar mais conhecido. O efeito das caravanas realizadas por mais de 100 cidades paulistas ainda não se refletiu nas pesquisas. O petista ocupa a terceira colocação, com 3% das intenções de voto, atrás de Skaf (21%) e Alckmin (44%).

O QG de Padilha, no entanto, alega que a campanha só começa após a Copa e que ele deve manter o tradicional eleitorado petista em São Paulo de 30%, além de crescer.

VICE

A mudança de rota do PP ocorre um mês após o partido declarar apoio a Padilha. Na época, o presidente estadual do PP, Paulo Maluf, protagonizou uma foto com o petista, que celebrou a união. O rompimento começou a ser discutido na semana passada após pressão da maioria da bancada federal do partido em São Paulo. O comando do partido era contra, mas acabou derrotado.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), tentou reverter o quadro, chegando a discutir eventuais nomes para a vice de Padilha, mas não teve sucesso. Com a saída do PP, o PT vai retomar conversas com PR e PC do B para definir o nome para vice na chapa que tem o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) buscando a reeleição.

Os petistas negociaram com o PR a indicação do presidente estadual da sigla, Tadeu Candelaria, para a primeira suplência de Suplicy. Nos últimos dias, após ameaça de uma nova debandada do PC do B, tradicional aliado, o PT passou a pressionar o PR para indicar o vice. O nome seria do deputado Milton Monti (PR-SP). Já o PC do B lançou Nivaldo Santana para o posto. (Folha Poder)
 

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