Carlos Chagas
Publicado: 1 de julho de 2014
Mesmo com a profusão de candidatos a governador
lançados até ontem em diversos estados, por conta da lei eleitoral, fica
difícil dividir as atenções com a copa do mundo de futebol. Só
compareceram às convenções agora encerradas os militantes dos partidos
e os aficionados de determinados candidatos, além, é claro, das
tradicionais claques pagas com dinheiro do fundo partidário.
Do povão, mesmo, que costumava entusiasmar-se com os pretendentes, nada. As eleições de outubro ainda não tocaram a opinião pública, apesar de a mídia cumprir sua obrigação de reportar o que acontece.
Há quem suponha que as campanhas só esquentarão quando começar a propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e a televisão, em agosto. Mesmo a disputa pela presidência da República não tem sensibilizado, exceção das vaias e dos protestos de rua, não propriamente contra a candidata Dilma Rousseff, mas contra a presidente da República e o seu governo.
Sem concorrer, ela receberia as mesmas manifestações de inconformismo popular, ignorando-se apenas se o companheiro que a estivesse substituindo concentraria tanta indignação. Talvez menos, se fosse o Lula, mas garantir, ninguém garante.
A dúvida que fica dessa conjunção estranha entre copa do mundo e eleições refere-se à propaganda eleitoral gratuita. Há quem sustente que da noite para o dia, como num passe de mágica, o cidadão comum ficará colado nas telinhas e microfones, vendo e ouvindo cada um dos candidatos com a máxima atenção.
Possivelmente, não. Mostra a experiência de eleições passadas que qualquer novela fajuta tem batido essa programação, em audiência. O desgaste não atinge apenas as eleições presidenciais, mas as outras também, apesar de a apresentação de candidatos a deputado despertar muita semelhança com os programas humorísticos, em especial depois que saiu do ar a inesquecível Escolinha do Professor Raimundo.
Assiste-se, de ano a ano, ou de eleição em eleição, a rejeição cada vez maior aos políticos. Não será por falta de motivos, é claro, em especial depois que o PT, no governo, mostrou-se igual aos demais partidos empenhados em aproveitar-se do poder para praticar nepotismo, ilegalidades e corrupção generalizada. Saída não há para esse impasse, pois ruim com eleições, pior sem elas.
A registrar, porém, emerge um fato novo: não há mais candidatos-salvadores, aqueles falsos heróis que no passado despertaram multidões entusiasmadas e ilusões desmedidas. Hoje são todos iguais, nivelados pela ausência de expectativas populares. Mesmo o Lula, se viesse a candidatar-se, e por isso mesmo não o fará, dificilmente empolgaria o eleitorado e a nação.
CAINDO NA REAL
De São Paulo surgem indicações de que o governador Geraldo Alckmin caiu na real, sentindo que sua reeleição não será mais um passeio. A sombra do segundo turno parece definitiva, assim como a candidatura de Paulo Skaf começa a assustar. Para qual dos dois irá o voto dos companheiros?
Do povão, mesmo, que costumava entusiasmar-se com os pretendentes, nada. As eleições de outubro ainda não tocaram a opinião pública, apesar de a mídia cumprir sua obrigação de reportar o que acontece.
Há quem suponha que as campanhas só esquentarão quando começar a propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e a televisão, em agosto. Mesmo a disputa pela presidência da República não tem sensibilizado, exceção das vaias e dos protestos de rua, não propriamente contra a candidata Dilma Rousseff, mas contra a presidente da República e o seu governo.
Sem concorrer, ela receberia as mesmas manifestações de inconformismo popular, ignorando-se apenas se o companheiro que a estivesse substituindo concentraria tanta indignação. Talvez menos, se fosse o Lula, mas garantir, ninguém garante.
A dúvida que fica dessa conjunção estranha entre copa do mundo e eleições refere-se à propaganda eleitoral gratuita. Há quem sustente que da noite para o dia, como num passe de mágica, o cidadão comum ficará colado nas telinhas e microfones, vendo e ouvindo cada um dos candidatos com a máxima atenção.
Possivelmente, não. Mostra a experiência de eleições passadas que qualquer novela fajuta tem batido essa programação, em audiência. O desgaste não atinge apenas as eleições presidenciais, mas as outras também, apesar de a apresentação de candidatos a deputado despertar muita semelhança com os programas humorísticos, em especial depois que saiu do ar a inesquecível Escolinha do Professor Raimundo.
Assiste-se, de ano a ano, ou de eleição em eleição, a rejeição cada vez maior aos políticos. Não será por falta de motivos, é claro, em especial depois que o PT, no governo, mostrou-se igual aos demais partidos empenhados em aproveitar-se do poder para praticar nepotismo, ilegalidades e corrupção generalizada. Saída não há para esse impasse, pois ruim com eleições, pior sem elas.
A registrar, porém, emerge um fato novo: não há mais candidatos-salvadores, aqueles falsos heróis que no passado despertaram multidões entusiasmadas e ilusões desmedidas. Hoje são todos iguais, nivelados pela ausência de expectativas populares. Mesmo o Lula, se viesse a candidatar-se, e por isso mesmo não o fará, dificilmente empolgaria o eleitorado e a nação.
CAINDO NA REAL
De São Paulo surgem indicações de que o governador Geraldo Alckmin caiu na real, sentindo que sua reeleição não será mais um passeio. A sombra do segundo turno parece definitiva, assim como a candidatura de Paulo Skaf começa a assustar. Para qual dos dois irá o voto dos companheiros?
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