Repercussão da matéria da Veja. Dilma aparece como a "faxineira".
Aqui a queda do ministro e presidente do PR, Alfredo Nascimento.
Aqui a promessa de ação contra os malfeitos: tudo mentira. As raposas do PR voltam a mandar no DNIT, comandadas da cadeia pelo mensaleiro Valdemar da Costa Neto.
Há exatamente três anos atrás, Dilma, após uma reportagem da revista
Veja, demitiu quatro diretores do DNIT, indicados pelo PR, que dominava o
órgão. Quem comandava o Ministério dos Transportes era o mesmo Alfredo
Nascimento, presidente do partido, que também seria demitido dias
depois. Pois eles, exatamente três anos depois, estão de volta para
reinstalar a roubalheira que escandalizou o país, desviando centenas de
milhões de reais dos cofres públicos ara os cofres do partido aliado a
presidente. Aqui a promessa de ação contra os malfeitos: tudo mentira. As raposas do PR voltam a mandar no DNIT, comandadas da cadeia pelo mensaleiro Valdemar da Costa Neto.
A mudança feita pela presidente Dilma Rousseff no comando do
Ministério dos Transportes para acomodar interesses do PR deve resultar também
na troca da direção do principal órgão executor de obras da pasta. O governo deve anunciar ainda nesta semana um novo
diretor-geral para o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes), responsável pela construção e manutenção da malha viária federal.
O general do Exército Jorge Fraxe deixará o cargo depois de
três anos na função, que assumiu após a chamada "faxina" promovida
por Dilma no ministério em julho de 2011. As trocas resultaram na saída do
então ministro Alfredo Nascimento (PR) e de cinco diretores da pasta, inclusive
o responsável pelo Dnit, Luiz Antônio Pagot.
Acusado de participar de um suposto esquema do PR que
cobrava propina de empreiteiras em obras federais, Pagot chegou a ir ao Senado
e à Câmara para prestar esclarecimentos. Ele negou envolvimento em corrupção.
Fraxe substituiu Pagot em meio à crise moral do órgão por
ter experiência com obras do Exército, como a construção da BR-101 no
Nordeste. O general já vinha desgastado internamente porque o Dnit
ainda não conseguiu voltar ao ritmo de execução de obras do governo
Lula. Em sua gestão, Fraxe implantou sistemas para aumentar a
transparência e cobrou com mais rigor que as empresas contratadas pelo
Dnit
cumprissem seus contratos, o que resultou em punições contra
empreiteiras.
O órgão, no entanto, teve dificuldade para gastar os
recursos destinados pelo Orçamento, o que resultou em queda no ritmo de
estradas novas ou duplicadas. Antes do acordo do governo com o PR na semana passada --que
resultou na nomeação de Paulo Sérgio Passos como ministro dos Transportes no
lugar de César Borges--, o Planalto já cogitava substituir Fraxe por um quadro
técnico ligado ao PT.
No entanto, a pressão do PR para forçar mudanças na pasta em
troca do apoio à reeleição da presidente Dilma levou o Planalto a deixar na mão
do partido a indicação do novo diretor do Dnit. Um nome ainda está sendo
escolhido. Pela lei, o indicado à diretoria do órgão precisa de aprovação do
Congresso após passar por sabatina.
Após ter conseguido mudar o comando do ministério, a
Executiva Nacional do PR anunciou nesta segunda-feira (30) apoio à reeleição de
Dilma à reeleição. O partido contribuirá com um minuto no tempo de propaganda
eleitoral no rádio e na TV. (Folha de São Paulo)
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