Por Andressa Lelli, na VEJA.com:
A Polícia
Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Frota, com o objetivo de
investigar uma fraude cometida em 2013 em licitação do Ministério da
Saúde. Na ocasião, a pasta era chefiada por Alexandre Padilha, hoje
candidato do PT ao governo de São Paulo. O ex-ministro, porém, não é
alvo das investigações, informa a PF. Agentes cumprem dezesseis mandados
de busca e apreensão – quatro em Salvador e doze em Brasília – nas
sedes e escritórios de empresas envolvidas na licitação. A operação se
dá em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria
Geral da União (CGU).
A fraude
investigada ocorreu na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai),
órgão ligado à Saúde. Segundo a PF, em um pregão para a locação de
veículos destinados a atender a sede do Distrito Sanitário Especial
Indígena de Salvador (DSEI/BA), constavam apenas empresas de um mesmo
núcleo familiar – todas sediadas em Brasília. E a empresa vencedora, a
San Marino, de propriedade de Darcio Maria de Lacerda, apresentou preços
muito superiores aos de mercado.
Nos
primeiros nove meses do contrato, a empresa recebeu 13 milhões de reais
do governo – um superfaturamento estimado em 6,5 milhões de reais. De
acordo com a PF, a suspeita, portanto, é de que a licitação tenha sido
encenada com participação de membros do governo. Os crimes investigados
pela operação são de frustração ao caráter competitivo do procedimento
licitatório, fraude em licitação e formação de quadrilha.
Segundo o
Ministério Público Federal na Bahia, a Justiça Federal autorizou o
bloqueio de 5 milhões de reais das contas da San Marino e seus sócios.
Foi também decretada a indisponibilidade de bens do grupo e a suspensão
do pregão.
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