28/03/2014 - 10h36
Da Redação
Cotas raciais para ingresso na
universidade e em concurso público, apesar de importantes para inclusão
dos negros, privilegiam aqueles que já concluíram o ensino médio e
representam “um jeitinho” para escurecer a cor da elite brasileira, na
opinião do senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Para o parlamentar, o desafio do Brasil é fazer com que todos os jovens concluam o ensino médio com qualidade.
– Gostaria de ver todos que lutam por
cotas para negros no serviço público e nas universidades lutando por uma
cota de 100% de jovens concluindo o ensino médio com qualidade – disse,
ao comentar aprovação, pela Câmara dos Deputados, de projeto que
reserva para negros 20% de vagas em concursos públicos.
Conforme Cristovam, o Brasil enfrenta o constrangimento de ser um país de muitas raças e ter uma elite branca.
– Esse embranquecimento da elite de um
povo que não é branco é uma vergonha nacional. Não termos um embaixador
negro é uma vergonha! Não temos juízes negros e médicos negros na
quantidade que deveríamos ter – frisou.
Cristovam disse que as cotas nas
universidades e no serviço público ajudam o país a ter mais negros como
juízes, procuradores, médicos e outras profissões que exigem ensino
superior. No entanto, reafirmou que o desafio é zerar o analfabetismo
entre o povo negro e oferecer escola igual para todos os brasileiros,
desde a primeira série do ensino fundamental.
Ainda em seu pronunciamento nesta
sexta-feira (28), Cristovam defendeu a instalação da CPI da Petrobras.
Na avaliação do senador, a CPI não será contra a estatal, mas em sua
defesa, para alertar os governantes sobre erros que devem ser
corrigidos.
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