27/03/2014
às 22:51
Na VEJA.com:
Ministério
Público e a Siemens assinaram um acordo de cooperação no qual a
multinacional se compromete a colaborar com as investigações sobre
denúncias de cartel no sistema metroferroviário (Fabrizio
Bensch/Reuters)
O
Ministério Público pediu a prisão preventiva de seis suspeitos da
prática de cartel e fraude a licitações do sistema de trens e metrô de
São Paulo.
São cinco executivos da Siemens e o ex-presidente no Brasil
da canadense Bombardier, todos estrangeiros: Peter Rathgeber (gerente de
vendas da Siemens), Robert Huber Weber (diretor da Siemens AG), Herbert
Hans Steffen (membro do conselho regional da Siemens), Rainer Giebl
(diretor comercial da Siemens AG para América do Sul), José Aniorte
Jimenez (diretor técnico regional de vendas de trens e metrô na Espanha,
América do Norte e América do Sul da Siemens AG) e Serge Van Temsche,
ex-presidente da Bombardier no Brasil.
Os
pedidos de prisão foram feitos pelo promotor Marcelo Mendroni, do Grupo
de Delitos Econômicos do Ministério Público. Ele alega “necessidade de
garantia da ordem econômica” e “para assegurar a aplicação da lei
penal”.
Mendroni, autor de cinco denúncias criminais contra o cartel
metroferroviário em São Paulo, pede à Justiça que os mandados de prisão
sejam encaminhados à Polícia Federal e à Interpol (polícia
internacional) “para que promova regular inserção no site próprio como
procurados pelas autoridades brasileiras”.
Nesta
quinta-feira, o Ministério Público e a Siemens assinaram um acordo de
cooperação no qual a multinacional se compromete a colaborar com as
investigações sobre denúncias de cartel no sistema metroferroviário. A
empresa repassará documentos sigilosos aos promotores, como cópias de
contratos de consultoria, comprovantes de transferência e pagamentos
bancários.
O objetivo do MP é descobrir quem teria recebido dinheiro de
propina. Em troca da cooperação, a Siemens se livrará de eventual ação
judicial. “Em razão da colaboração prestada não é necessária, neste
momento, a propositura pelo Ministério Público de ações cautelares ou
ações civis públicas, ou outras medidas constritivas de bens e direitos
em face da Siemens”, diz o acordo.
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