Alberto Goldman
Publicado: 27 de março de 2014 às 20:48 - Atualizado às 21:50
É de uma gravidade sem paralelo o que vem acontecendo
com a gestão petista de Lula e Dilma na Petrobras.
Os episódios recentes, em especial a exposição mais ampla dos negócios que levaram à compra da refinaria em Pasadena (EUA) mostram que, a partir do governo Lula, a Petrobras passou a ser o objeto de desejo de predadores em operações que só agora vêm à tona.
A decisão da companhia, respaldada pelo seu Conselho de Administração que foi presidido por Dilma Rousseff, é apenas a ponta do iceberg que começa a aparecer.
Não se trata aqui de demonizar qualquer membro do Conselho de Administração da empresa. Sei, por experiência própria, que a maioria dos membros desses Conselhos de Administração das estatais não tem acesso à totalidade dos processos que lhes cabe avaliar e homologar.
Não têm equipe para uma análise completa das matérias, nem estão, via de regra, tecnicamente preparados para decidir. Mas alguns desses conselheiros são figuras especiais, que fazem parte da administração do dia a dia das empresas, secretarias e ministérios, e têm a obrigação e a responsabilidade de conhecer todos os aspectos do que será decidido e assim orientar os demais conselheiros.
No caso específico da Petrobras, Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração no início do governo Lula pelo fato de ser a ministra de Minas e Energia. Continuou na função mesmo deixando o ministério para se transformar em Ministra Chefe da Casa Civil.
Ela tinha em suas mãos toda a estrutura de governo para lhe dar assessoria e orientação. Não tem como tirar o dela da reta.
Era de sua responsabilidade e, mais ainda, do presidente Lula a indicação dos diretores da Petrobras, em especial do seu presidente, Sergio Gabrielli, companheiro de partido e membro do Conselho de Administração.
Os outros diretores também foram indicados da mesma forma, prevalecendo a componente de interesse partidário, seja PMDB ou PT, Sarney, Renan Calheiros ou Delcídio Amaral.
Fiar-se em pareceres apresentados por um diretor – Nestor Cerveró – atualmente em férias muito convenientes, ou por outro – Paulo Roberto Costa – atualmente preso foi, além de imprudência, conivência e incompetência.
Os dois diretores foram produtos do condomínio em que se transformou o governo Lula e mesmo o governo Dilma.
Na realidade Dilma assumiu, por omissão, conivência ou puro oportunismo político, ou tudo isso junto, a responsabilidade de confiar nesses indicados.
Mais incrível ainda é o conhecimento que se tem agora do parecer de Cerveró ( incompleto, técnica e juridicamente falho, segundo Dilma, no qual ela se pautou para dar o seu voto ), que lhe valeu a demissão da empresa na época em que se constatou os problemas da compra da refinaria.
Porém, castigado ou premiado ( ? ) foi transferido para a diretoria financeira da BR Distribuidora que comandou até poucos dias atrás. A proteção aos membros da quadrilha são auto explicados.
O episódio da compra em 2006 pela Petrobras de 50% da refinaria, que havia sido adquirida por um grupo belga, um ano antes, por 42 milhões de dólares, e que custou para a empresa 360 milhões de dólares e que foi, posteriormente, obrigada a adquirir os restantes 50% por mais 820 milhões de dólares, é um caso gritante de incompetência e malandragem.
Os belgas devem estar rindo, gargalhando, melhor dizer, até agora. Não vai ser necessário chamar o Mr. Poirot, o detetive belga, personagem das obras de Agatha Christie, para desvendar o crime.
Agora que o véu foi arrancado, a administração petista ficou nua. Muito já vai aparecendo e muito mais virá logo adiante. Pra começar a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que foi programada para ser construída em parceria com a PDVSA, estatal venezuelana, pelo custo de US$ 2,5 bilhões, com 40% de participação da Venezuela.
Lula lançou ao lado de Chávez a pedra fundamental do empreendimento, que já deveria estar funcionando, mas o novo orçamento previsto elevou o custo a US$ 20 bilhões, com a desistência do parceiro em participar do negócio. Se vai acontecer, e quando, ninguém sabe.
A compra da refinaria de Pasadena foi realizada em 2006, ano posterior ao do estouro do episódio do mensalão que começou com uma denúncia de corrupção de diretores dos Correios e em cuja CPI ninguém acreditava, a não ser alguns poucos da oposição.
Diante da dimensão da Petrobras e dos escândalos que agora começam a ser desvendados, o episódio do mensalão vai parecer troco, “peanuts” como diriam os americanos.
Vamos deixar claro. Os grandes responsáveis por tudo isso são o PT e seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva. Eles transformaram as direções dos órgãos estatais em instrumento de manutenção do poder, através da indicação de pessoas cuja única função é o levantamento de dinheiro, seja para campanhas eleitorais, seja para o enriquecimento deles e de seus padrinhos.
Como eu já havia previsto, mais emoções virão por aí.
Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional
Os episódios recentes, em especial a exposição mais ampla dos negócios que levaram à compra da refinaria em Pasadena (EUA) mostram que, a partir do governo Lula, a Petrobras passou a ser o objeto de desejo de predadores em operações que só agora vêm à tona.
A decisão da companhia, respaldada pelo seu Conselho de Administração que foi presidido por Dilma Rousseff, é apenas a ponta do iceberg que começa a aparecer.
Não se trata aqui de demonizar qualquer membro do Conselho de Administração da empresa. Sei, por experiência própria, que a maioria dos membros desses Conselhos de Administração das estatais não tem acesso à totalidade dos processos que lhes cabe avaliar e homologar.
Não têm equipe para uma análise completa das matérias, nem estão, via de regra, tecnicamente preparados para decidir. Mas alguns desses conselheiros são figuras especiais, que fazem parte da administração do dia a dia das empresas, secretarias e ministérios, e têm a obrigação e a responsabilidade de conhecer todos os aspectos do que será decidido e assim orientar os demais conselheiros.
No caso específico da Petrobras, Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração no início do governo Lula pelo fato de ser a ministra de Minas e Energia. Continuou na função mesmo deixando o ministério para se transformar em Ministra Chefe da Casa Civil.
Ela tinha em suas mãos toda a estrutura de governo para lhe dar assessoria e orientação. Não tem como tirar o dela da reta.
Era de sua responsabilidade e, mais ainda, do presidente Lula a indicação dos diretores da Petrobras, em especial do seu presidente, Sergio Gabrielli, companheiro de partido e membro do Conselho de Administração.
Os outros diretores também foram indicados da mesma forma, prevalecendo a componente de interesse partidário, seja PMDB ou PT, Sarney, Renan Calheiros ou Delcídio Amaral.
Fiar-se em pareceres apresentados por um diretor – Nestor Cerveró – atualmente em férias muito convenientes, ou por outro – Paulo Roberto Costa – atualmente preso foi, além de imprudência, conivência e incompetência.
Os dois diretores foram produtos do condomínio em que se transformou o governo Lula e mesmo o governo Dilma.
Na realidade Dilma assumiu, por omissão, conivência ou puro oportunismo político, ou tudo isso junto, a responsabilidade de confiar nesses indicados.
Mais incrível ainda é o conhecimento que se tem agora do parecer de Cerveró ( incompleto, técnica e juridicamente falho, segundo Dilma, no qual ela se pautou para dar o seu voto ), que lhe valeu a demissão da empresa na época em que se constatou os problemas da compra da refinaria.
Porém, castigado ou premiado ( ? ) foi transferido para a diretoria financeira da BR Distribuidora que comandou até poucos dias atrás. A proteção aos membros da quadrilha são auto explicados.
O episódio da compra em 2006 pela Petrobras de 50% da refinaria, que havia sido adquirida por um grupo belga, um ano antes, por 42 milhões de dólares, e que custou para a empresa 360 milhões de dólares e que foi, posteriormente, obrigada a adquirir os restantes 50% por mais 820 milhões de dólares, é um caso gritante de incompetência e malandragem.
Os belgas devem estar rindo, gargalhando, melhor dizer, até agora. Não vai ser necessário chamar o Mr. Poirot, o detetive belga, personagem das obras de Agatha Christie, para desvendar o crime.
Agora que o véu foi arrancado, a administração petista ficou nua. Muito já vai aparecendo e muito mais virá logo adiante. Pra começar a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que foi programada para ser construída em parceria com a PDVSA, estatal venezuelana, pelo custo de US$ 2,5 bilhões, com 40% de participação da Venezuela.
Lula lançou ao lado de Chávez a pedra fundamental do empreendimento, que já deveria estar funcionando, mas o novo orçamento previsto elevou o custo a US$ 20 bilhões, com a desistência do parceiro em participar do negócio. Se vai acontecer, e quando, ninguém sabe.
A compra da refinaria de Pasadena foi realizada em 2006, ano posterior ao do estouro do episódio do mensalão que começou com uma denúncia de corrupção de diretores dos Correios e em cuja CPI ninguém acreditava, a não ser alguns poucos da oposição.
Diante da dimensão da Petrobras e dos escândalos que agora começam a ser desvendados, o episódio do mensalão vai parecer troco, “peanuts” como diriam os americanos.
Vamos deixar claro. Os grandes responsáveis por tudo isso são o PT e seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva. Eles transformaram as direções dos órgãos estatais em instrumento de manutenção do poder, através da indicação de pessoas cuja única função é o levantamento de dinheiro, seja para campanhas eleitorais, seja para o enriquecimento deles e de seus padrinhos.
Como eu já havia previsto, mais emoções virão por aí.
Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional
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