Passageiros da Cidade Ocidental e de outras regiões aguardam melhorias
Patrícia Fernandes, Ludmila Rocha e Rayane Fernandes
redacao@jornaldebrasilia.com.br
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O transporte público que liga a Região Metropolitana ao DF é um dos
mais caros do Brasil, mas o serviço oferecido está longe de ser
considerado eficiente.
Na Cidade Ocidental (GO), por exemplo, a rotina
dos passageiros é árdua.
Ônibus sucateados, frota pequena e paradas de
ônibus precárias compõem a realidade dos moradores.
Para a população, a
solução está na quebra do monopólio da Viação Anapolina, responsável
pelo transporte da região há 50 anos. Ontem foi publicado o Chamamento
Público para selecionar até quatro empresas que vão operar em caráter
emergencial, até que haja contratações definitivas.
Com a paralisação dos rodoviários, a situação, que já era crítica,
ficou ainda pior. Além disso, houve mais protestos ontem. A operadora de
telemarketing Janaína Luzia de Melo, 24 anos, teme perder o emprego por
conta da falta de ônibus.
“Tem duas horas que nem o pirata passa aqui”,
diz. Segundo ela, os moradores da Cidade Ocidental acostumaram-se a
serem deixados de lado. “Os governantes não enxergam o caos que
vivemos”, afirmou.
Paradas ruinsA passageira, que espera o ônibus numa parada improvisada, acredita
que o problema é crônico e atinge vários aspectos da mobilidade dos
cidadãos.
“A situação é caótica nas paradas. As poucas que têm estão
caindo aos pedaços. Nessa que estou, o dono desse comércio colocou um
telhado para ajudar”, relatou.
De acordo com o estudante Wellington Pereira, 21 anos, a superlotação
dos coletivos também incomoda. O jeito é se espremer para chegar a
tempo no trabalho. “É difícil se locomover dessa forma. Sempre foi
complicado, mas vem piorando”.
Ele conta que paga caro pelo transporte e boa parte de sua renda tem
essa finalidade. “A passagem é muito cara. Pagar R$ 3,45 para ser
tratado como lixo é um absurdo”, reclama.
Para Wellington, a tarifa elevada dificulta até a conquista de
emprego no DF. “Quando olham o currículo e se deparam com o endereço,
logo mudam de ideia”, declara.
Sem salário há 2 meses
Para os rodoviários, a situação também é crítica. Sem receber o
salário e o auxílio-alimentação há dois meses, eles estão de braços
cruzados desde a última sexta-feira. De acordo com o motorista Pedro
Luíz, 48 anos, o objetivo dos profissionais é garantir condições dignas
de trabalho. “Não estamos procurando melhorias. Nosso objetivo é
unicamente garantir o básico, que é receber o nosso salário”, diz.
De acordo com o também motorista Helton Flávio de Melo, 32 anos, as
péssimas condições dos veículos oferecem riscos à população. “Muitos
ônibus não têm freio. Só vão resolver isso quando uma tragédia
acontecer”, argumenta.
Segundo a cobradora Edileusa Galvão, 45 anos, alguns colegas estão
enfrentando dificuldades. “Ninguém tem condições de ficar 60 dias sem
receber o salário. Ganhamos muito pouco e o mínimo que esperamos é tê-lo
em dia”, diz.
A Vian foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou.
Medida emergencial após protestos
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou ontem o
Chamamento Público para selecionar a empresa que deverá operar em
caráter emergencial. O resultado da seleção será divulgado em até dez
dias.
A empresa irá operar junto com a Viação Anapolina, que atende
103 mil passageiros por dia. O início das atividades está previsto para
abril. Vão operar 200 veículos, até que seja concluída a licitação. Os
critérios de seleção são capacidade, regularidade e idade máxima da
frota (até dez anos).
Perguntada sobre porque tal medida não foi tomada antes, já que são
problemas antigos, a ANTT respondeu que “a empresa não mais
conseguia atender às necessidades da população e o instrumento adotado
é a forma de não deixar a população sem atendimento”.
O especialista em transporte Carlos Penna está descrente quanto à
ação paliativa da ANTT. “Como se trata de uma medida provisória, a
tendência é que se mantenha a situação de precariedade”, avalia.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
Protesto contra transporte público bloqueia saídas do Gama
Moradores do Gama fecharam as principais entradas da cidade em
protesto contra a má qualidade do transporte público, na manhã desta
quarta-feira (19).
Eles se queixam das mudanças no itinerário e do tempo médio de espera por um ônibus, que chega a uma hora.
Eles se queixam das mudanças no itinerário e do tempo médio de espera por um ônibus, que chega a uma hora.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília 19.03.2014
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