quarta-feira, 19 de março de 2014

Viciados recebem dinheiro da prefeitura e preço do crack INFLACIONA

18 de março de 2014

Haddad muda a estratégia e já volta a usar força policial na Cracolândia

A prefeitura alega que esta etapa do trabalho estava prevista desde o início, mesmo que isso contrarie falas do próprio prefeito há dois meses.

haddad cracolandia Haddad muda a estratégia e já volta a usar força policial na Cracolândia
veja bem

Em janeiro deste ano, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou o lançamento de um programa para tirar os dependentes de crack da Cracolândia, alegando que seu governo encarava a questão como um problema de saúde que não poderia ser resolvido por meio da violência. Denominado Operação Braços Abertos, o programa previa dar casa, comida e emprego aos usuários da droga.
Agora, no entanto, Haddad parece ter mudado de estratégia. Segundo matéria da Folha, a prefeitura decidiu endurecer a ação da Guarda Civil Metropilitana na região da cracolândia, afirmando que já era uma medida prevista.

“A segurança é um dos tripés do programa. Se você abrir mão do combate ao tráfico, há comprometimento do programa”, disse Roberto Porto, secretário de Segurança Urbana de Haddad.

Embora, em janeiro, o prefeito tenha chamado de “lamentável” uma ação policial que findou em confronto com os viciados, agora ele ordenou que a Guarda seja mais ostensiva na região.

“Faremos uma mudança de postura, estaremos mais presentes, ocupando mais as ruas e vias”, disse Porto, ressalvando que a utilização “de bombas de gás está terminantemente proibida”.

Cerca de 40% dos usuários cadastrados – 158 dos 400 iniciais -  já abandonaram a Operação Braços Abertos. No dia seguinte à matéria da Folha, o jornal publicou nota da prefeitura informando que “329 dependentes de drogas da região iniciaram tratamento de desintoxicação, dado omitido da reportagem e necessário para a compreensão da informação relativa à desistência de 132 pessoas (34%) do cadastro inicial de 386″. De certa forma, isso evidencia algo que o Programa Recomeço, lançado por Geraldo Alckmin, prega como essencial: sem tratar o vício, os dependentes não conseguirão uma nova oportunidade de vida.

Criado há um ano, o Recomeço recentemente reforçou a recuperação dos dependentes com ofertas de trabalho. O programa, além de capacitação profissional, prevê vagas de emprego a quem aderir ao tratamento. Segundo Alckmin, desde seu lançamento, já foram mais de 3 mil pacientes internados e 10.246 acolhimentos.

Viciados recebem dinheiro da prefeitura e preço do crack INFLACIONA

A pedra, que custava R$ 10 havia anos, passou a custar R$ 20 no dia em que os viciados em crack receberam a grana do programa de Haddad. Houve quem gastasse em outra coisa, mas o aumento na demanda chegou a inflacionar o preço da droga.

haddad padilha Viciados recebem dinheiro da prefeitura e preço do crack INFLACIONA
Haddad e outro “novo” que tentarão empurrar neste ano.

(atualização necessária: acreditem ou não, houve gente do DCE apena atida ao FATO DE QUE O PREÇO SUBIU – como se isso fosse um fenômeno independente. Vamos explicar: o aumento do preço se deu por AUMENTO DA DEMANDA, ou seja, houve um AUMENTO NA PROCURA PELA DROGA. Entenderam agora? Os de boa-fé, creio que sim, os demais podem continuar esperneando em defesa de um programa que nasceu furado)


O programa “Braços Abertos” é um daqueles casos em que o otimismo (seja inocente ou partidário) acaba vencido pela realidade dos fatos. Dar dinheiro na mão de viciado em crack, e ainda por cima sem a existência ou exigência de qualquer tratamento, não parecia dar certo. E não deu.

Vejam trechos de reportagem da Folha de São Paulo (curiosamente – ou não tão curiosamente assim – simpática ao programa, mesmo relatando o fiasco):
Pagamento de viciados em programa da prefeitura gera ‘inflação do crack’ - O preço da pedra de crack chegou a dobrar já no primeiro dia de pagamento dos 302 usuários da cracolândia que trabalham no programa Braços Abertos, da prefeitura. A pedra, que custava R$ 10, sofreu variação de preço na tarde de ontem e chegou a custar até R$ 20, segundo relatos de usuários à Folha no fluxo (local de venda e consumo). De acordo com a prefeitura, 302 usuários receberam, em dinheiro, R$ 120 pela semana de trabalho na varrição de praças e ruas (…) O fluxo de dinheiro na cracolândia também reforçou uma prática comum entre os usuários: a compra e revenda de pedras de crack. No fim do dia, após o frenesi provocado pela circulação de dinheiro novo, a pedra já podia ser encontrada mais barata, a R$ 10. O pagamento resultou numa injeção de R$ 36.240 na economia da região.” (grifos nossos)
Sim, a reportagem incluiu TODO O VALOR RECEBIDO – não apenas aquele gasto no comércio de produtos legais e razoáveis – no que chamou de “injeção na economia da região”. A “injeção” foi tanta que até inflacionou o preço da pedra. E o fiasco se deu exatamente um dia após a operação que visava prender traficantes e recebeu protestos dos cracudos – e de parte do DCE da Internet.

De um lado, prender traficantes; de outro, jogar dinheiro na mão dos viciados, sem tratamento, “injetando capital na economia da região”. Há quem defenda, a sério, a segunda medida. E há quem defenda por cegueira partidária – ou puro oportunismo. Chegaram a fazer circular notícias de viciados que teriam guardado dinheiro no banco, tal e coisa.

Bobagem. O aumento da demanda foi tanto que o preço da pedra DOBROU. Aconteceu o esperado. Deu lógica. Fim. Mas não esperem aceitação por parte dos que, até hoje, não aceitam – entre outras coisas – que o Muro de Berlim caiu há quase 25 anos.

Por fim, há certa tragicomédia que as besteiras desse partido inflacionam tanto a macroeconomia quanto os preços da Cracolândia.

4 Comentários

  1. Alexandre Sampaio Cardozo de Almeida

    Sinceramente, não sei se as pessoas que defendem esse tipo de imbecilidade o fazem por burrice ou por interesse próprio. Será que alguns iluminados da imprensa consomem essa porcaria? Ou ao defenderem essas barbaridades garantem seus empregos? Essa é uma questão a ser debatida.
  2. Fernando
    Na época em que o Brizola (des)governou o Estado do Rio de Janeiro e proibiu a polícia de fazer operações nas favelas, os traficantes o “homenagearam” e seu nome virou sinônimo de cocaína.
    Pelo andar da carruagem, parece que outro político vai ter a “grande honra” de ser “homenageado” pelos traficantes.
  3. Esse texto aqui mostra um outro aspecto desse programa…
    https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=694609813902679&id=273666875996977
    E é sério que tem gente que ainda defende essas coisas? Sei lá, talvez não saibam de nada ou vivam viajando em um mundo cor de rosa…
  4. Augusto
    Acredito que não seja exatamente – ou somente – aumento de demanda. O que parece mais claro é o aumento do poder de compra dos clientes pré-existentes. “Ora, se os viciados agora têm mais dinheiro, “vamos cobrar mais caro.”




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