Haddad muda a estratégia e já volta a usar força policial na Cracolândia
A prefeitura alega que esta etapa do trabalho estava prevista desde o início, mesmo que isso contrarie falas do próprio prefeito há dois meses.
Em janeiro deste ano, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou o lançamento de um programa para tirar os dependentes de crack da Cracolândia,
alegando que seu governo encarava a questão como um problema de saúde
que não poderia ser resolvido por meio da violência. Denominado Operação
Braços Abertos, o programa previa dar casa, comida e emprego aos usuários da droga.
Agora, no entanto, Haddad parece ter mudado de estratégia. Segundo matéria da Folha,
a prefeitura decidiu endurecer a ação da Guarda Civil Metropilitana na
região da cracolândia, afirmando que já era uma medida prevista.
“A segurança é um dos tripés do
programa. Se você abrir mão do combate ao tráfico, há comprometimento do
programa”, disse Roberto Porto, secretário de Segurança Urbana de
Haddad.
Embora, em janeiro, o prefeito tenha
chamado de “lamentável” uma ação policial que findou em confronto com os
viciados, agora ele ordenou que a Guarda seja mais ostensiva na região.
“Faremos uma mudança de postura,
estaremos mais presentes, ocupando mais as ruas e vias”, disse Porto,
ressalvando que a utilização “de bombas de gás está terminantemente
proibida”.
Cerca de 40% dos usuários cadastrados –
158 dos 400 iniciais - já abandonaram a Operação Braços Abertos. No dia
seguinte à matéria da Folha, o jornal publicou nota da prefeitura
informando que “329 dependentes de drogas da região iniciaram
tratamento de desintoxicação, dado omitido da reportagem e necessário
para a compreensão da informação relativa à desistência de 132 pessoas
(34%) do cadastro inicial de 386″. De certa forma, isso evidencia
algo que o Programa Recomeço, lançado por Geraldo Alckmin, prega como
essencial: sem tratar o vício, os dependentes não conseguirão uma nova
oportunidade de vida.
Criado há um ano, o Recomeço recentemente reforçou a recuperação dos dependentes com ofertas de trabalho.
O programa, além de capacitação profissional, prevê vagas de emprego a
quem aderir ao tratamento. Segundo Alckmin, desde seu lançamento, já
foram mais de 3 mil pacientes internados e 10.246 acolhimentos.
Viciados recebem dinheiro da prefeitura e preço do crack INFLACIONA
A pedra, que custava R$ 10 havia anos, passou a custar R$ 20 no dia em que os viciados em crack receberam a grana do programa de Haddad. Houve quem gastasse em outra coisa, mas o aumento na demanda chegou a inflacionar o preço da droga.
(atualização
necessária: acreditem ou não, houve gente do DCE apena atida ao FATO DE
QUE O PREÇO SUBIU – como se isso fosse um fenômeno independente. Vamos
explicar: o aumento do preço se deu por AUMENTO DA DEMANDA, ou seja,
houve um AUMENTO NA PROCURA PELA DROGA. Entenderam agora? Os de boa-fé,
creio que sim, os demais podem continuar esperneando em defesa de um
programa que nasceu furado)
O programa “Braços Abertos” é um
daqueles casos em que o otimismo (seja inocente ou partidário) acaba
vencido pela realidade dos fatos. Dar dinheiro na mão de viciado em
crack, e ainda por cima sem a existência ou exigência de qualquer
tratamento, não parecia dar certo. E não deu.
Vejam trechos de reportagem da Folha de São Paulo (curiosamente – ou não tão curiosamente assim – simpática ao programa, mesmo relatando o fiasco):
“Pagamento de viciados em programa da prefeitura gera ‘inflação do crack’ - O preço da pedra de crack chegou a dobrar já no primeiro dia de pagamento dos 302 usuários da cracolândia que trabalham no programa Braços Abertos, da prefeitura. A pedra, que custava R$ 10, sofreu variação de preço na tarde de ontem e chegou a custar até R$ 20, segundo relatos de usuários à Folha no fluxo (local de venda e consumo). De acordo com a prefeitura, 302 usuários receberam, em dinheiro, R$ 120 pela semana de trabalho na varrição de praças e ruas (…) O fluxo de dinheiro na cracolândia também reforçou uma prática comum entre os usuários: a compra e revenda de pedras de crack. No fim do dia, após o frenesi provocado pela circulação de dinheiro novo, a pedra já podia ser encontrada mais barata, a R$ 10. O pagamento resultou numa injeção de R$ 36.240 na economia da região.” (grifos nossos)
Sim, a reportagem incluiu TODO O VALOR
RECEBIDO – não apenas aquele gasto no comércio de produtos legais e
razoáveis – no que chamou de “injeção na economia da região”. A
“injeção” foi tanta que até inflacionou o preço da pedra. E o fiasco se
deu exatamente um dia após a operação que visava prender traficantes e
recebeu protestos dos cracudos – e de parte do DCE da Internet.
De um lado, prender traficantes; de
outro, jogar dinheiro na mão dos viciados, sem tratamento, “injetando
capital na economia da região”. Há quem defenda, a sério, a segunda
medida. E há quem defenda por cegueira partidária – ou puro oportunismo.
Chegaram a fazer circular notícias de viciados que teriam guardado
dinheiro no banco, tal e coisa.
Bobagem. O aumento da demanda foi tanto
que o preço da pedra DOBROU. Aconteceu o esperado. Deu lógica. Fim. Mas
não esperem aceitação por parte dos que, até hoje, não aceitam – entre
outras coisas – que o Muro de Berlim caiu há quase 25 anos.
Por fim, há certa tragicomédia que as besteiras desse partido inflacionam tanto a macroeconomia quanto os preços da Cracolândia.
Sinceramente, não sei se as pessoas que defendem esse tipo de imbecilidade o fazem por burrice ou por interesse próprio. Será que alguns iluminados da imprensa consomem essa porcaria? Ou ao defenderem essas barbaridades garantem seus empregos? Essa é uma questão a ser debatida.
Pelo andar da carruagem, parece que outro político vai ter a “grande honra” de ser “homenageado” pelos traficantes.
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E é sério que tem gente que ainda defende essas coisas? Sei lá, talvez não saibam de nada ou vivam viajando em um mundo cor de rosa…