segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ao defender decreto de Dilma, deputado do PT revela sem querer: só as esquerdas têm a má-fé e cara de pau de chamar a exploração dos pobres de “movimento social”. Presidente quer Boulos e Stédile no lugar do Congresso. Quem os elegeu?




Alessandro Molon, o queridinho dos esquerdistas da Vieira Souto, acha que a democracia pertence a quem tem "inserção social"
Alessandro Molon, o queridinho dos esquerdistas da Vieira Souto, acha que a democracia pertence a quem tem “inserção social”


E não é que alguns bocós estão por aí a defender o Decreto 8.243, assinado pela presidente Dilma e que institui a Política Nacional de Participação Social? Assistindo a um debate sobre o assunto, vi um sujeito, conhecido como “tucano”, a considerar delirante a avaliação de que se trata de uma forma de aparelhamento do estado pelo PT. 

Ainda bem que, no PSDB, ninguém dá bola pra ele, e o partido integra o grupo de dez legendas que pede regime de urgência para um Decreto Legislativo que susta o arroubo autoritário da presidente Dilma Rousseff. Outro, numa referência direta a este blog — mas sem citá-lo —, sustenta não ser verdade que a petista decidiu definir o que é sociedade civil.

Vamos ver. O link com a íntegra do decreto de Dilma está aí. O Inciso I do Parágrafo 2º define, sim, o que é sociedade civil, a saber: “o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Vale dizer: sociedade civil é tudo aquilo que o poder de turno decidir que é sociedade civil. 

Se esse decreto prospera, na forma como está, a política brasileira será, definitivamente, refém de grupelhos ideológicos organizados — a maioria deles subordinada ao PT, sempre destacando que os demais estão ligados a partidos de extrema esquerda.


Dilma quer quer gente como Guilherme Boulos, do MTST, e...
Dilma quer quer gente como Guilherme Boulos, do MTST, e…
... João Pedro Stedile, do MST, substituam o Parlamento e deem os rumos do Estado. Quem os elegeu para isso?
… João Pedro Stédile, do MST, substituam o Parlamento e deem os rumos do estado. Quem os elegeu para isso?


Em defesa do decreto de Dilma, o deputado petista Alessandro Molon, do Rio, um dos queridinhos dos socialistas da Vieira Souto, com vista para o mar, confirmou, sem querer, que se trata, sim, de atrelar a administração pública a grupelhos de esquerda e mandou ver: “Se os partidos de direita não têm inserção social, não tem base social, lamento, mas isso não podemos resolver”. 


 Eis aí: é uma confissão. O que ele chama de “inserção social” é o aparelhamento, pelos esquerdistas, dos ditos movimentos sociais, que passam a ser manipulados por grupos que estão, na verdade, disputando o poder.


Pensemos na greve parcial do Metrô de São Paulo. Pergunto: o sr. Altino Prazeres, presidente do sindicato, está preocupado com os usuários do serviço ou, mesmo, vá lá, com a categoria que lidera? Uma ova! Quem dita as suas escolhas é um partido político, o PSTU; é uma ideologia: o socialismo. 

E o que dizer do MTST, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, comandado, em São Paulo, pelo riquinho com complexo de culpa Guilherme Boulos? De onde deriva a legitimidade desse movimento para interferir nas políticas públicas de moradia? 

Ora, do mesmo lugar de onde se origina a legitimidade do MST para ser o dono da reforma agrária: de lugar nenhum! Eles são usurpadores da ordem democrática, que recorrem à truculência para impor a sua vontade.

De algum modo, o sr. Molon está certo: esse tipo de inserção social é, de fato, coisa típica das esquerdas porque só elas transformaram a má-fé e a mentira em categorias de pensamento e manipulam, de modo deliberado, as carências da população para fazer vingar uma ideologia. 

Ora, se o sr. João Pedro Stédile apenas quisesse que um homem tivesse o seu pedaço de terra, conseguido tal intento, o coitado poderia se livrar das garras do MST e tocar a sua vida normalmente. 

Mas não é assim que funciona. Se e quando obtiver o seu lote, será obrigado a prestar serviços para sempre ao movimento. Será seu escravo e terá de participar de novas invasões, sem direito de dizer “não”. 

Afinal, o MST é confessadamente socialista e quer acabar com a propriedade privada no campo. O mesmíssimo método é empregado pelo MTST na cidade de São Paulo. Saibam: boa parte dos líderes da causa nem sequer é sem-teto, a começar de Boulos, o chefão maior. Ele é um militante socialista e viu nas pessoas que querem uma casa um bom filão para brincar de revolucionário.

Ocorre que a ação dos MSTs e MTSTs da vida não é irrelevante ou meramente folclórica. De fato, essa gente impede que se organize uma política pública consequente e democrática, seja sobre a distribuição de terra, seja sobre a construção ou distribuição de moradias. Eles se tornam, isto sim, verdadeiras fontes de privatização do bem público; tornam-se, na marra, sócios do poder sem que tenham sido eleitos por ninguém.


O que o decreto de Dilma faz é, ao arrepio da Constituição, sim, entregar, formalmente, uma parcela do poder a essa gente. Tomo um Engov toda vez que alguém vem pra cima de mim com a cascata de que os ditos movimentos sociais são uma alternativa à chamada crise de representatividade. 

É mesmo, é? Quer dizer que resposta à tal crise está em substituir aquilo que é eleito por todo mundo, o Parlamento, por grupelhos que se autoproclamam representantes do povo, não são eleitos por ninguém e querem impor no berro à sociedade as suas prioridades — ou, então, ameaçam derramar sangue, como fez o sr. Guilherme Boulos?

Foi assim que o PCC…
  Para arrematar: foi abrindo a administração para os “movimentos sociais” ligados ao transporte público que o petismo entregou, em São Paulo, uma fatia desse serviço a cooperativas infiltradas ou controladas pelo PCC.  

Tentar derrubar esse decreto de Dilma é um imperativo moral dos defensores da democracia. E agora termino mesmo. Na estrovenga autoritária de Dilma, está escrito que “as definições previstas neste Decreto não implicam na desconstituição ou alteração de conselhos (…)”, 

Até “no que se refere” (como ela diria!!!) à língua portuguesa, o decreto da Soberana não presta!

Eu e os de má-fé lemos o decreto. 

Eu não gosto; eles sim. Talvez os idiotas estejam opinando sem conhecer a sua gramática — também a política. 
Post publicado às 4h34
Por Reinaldo Azevedo

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