Invasores pedem o arquivamento dos
processos relativos ao denominado catracaço e aos danos provocados
durante festas no Instituto Central de Ciências
O
catracaço aconteceu em fevereiro do ano passado, quando alunos
liberaram as catracas do restaurante universitário, em protesto contra o
sistema de assistência estudantil.
Segundo a universidade, os prejuízos
somam R$ 29 mil. Oito estudantes respondem a processo administrativo e
podem ter que pagar os prejuízos à empresa que administra o restaurante.
A decisão de ocupar a reitoria foi tomada após
reunião dos estudantes. “Houve diálogo, mas a resposta da reitoria foi
intransigente e descaradamente desonesta quanto a não cumprir a promessa
de não criminalizar os estudantes”, disse um dos alunos, que não quis
se identificar.
Os estudantes estão encapuzados, segundo eles, como autodefesa do movimento e prevenção por conta dos processos.
Segundo o reitor da UnB, Ivan Camargo, o ato dos
professores é pela democracia, por respeito à decisões colegiadas e
contra a violência. Ele explica que o processo administrativo em
andamento tem toda a possibilidade de discussão e recursos.
“[Os estudantes] são contra a responsabilização, uma
decisão administrativa, institucional, de que dano ao patrimônio tem que
ser responsabilizado.
O que estamos fazendo é cobrar as contas de ações
como a do catracaço e dos quebra-quebras em festas organizadas pelos
centros acadêmicos”, disse o reitor.
Sobre as festas, os estudantes querem um debate no
qual os estudantes tenham o mesmo poder de decisão da universidade,
“entendendo que não são simplesmente festas, elas fazem parte da cultura
universitária, tanto no sentido político, quanto social”, disse um dos
alunos.
O Diretório Central dos Estudantes é contra os
processos administrativos, mas também é contra a ocupação da reitoria.
Segundo Gabriela Sarkis, coordenadora do diretório, uma ocupação é
válida depois que as vias institucionais não dão resultado.
“Essa ocupação não foi legítima. O professor Ivan
explicou que apenas o Conselho de Administração pode tirar os processos,
e que levaria o assunto na próxima reunião, mas alguns estudantes mais
radicais não ficaram satisfeitos e acabaram ocupando a reitoria sem
mesmo saber quais seriam as pautas”, disse.
Esta marcada para amanhã, ao meio dia, uma assembleia com estudantes para definir os rumos da ocupação.
Fonte: Agência Brasil Jornal de Brasilia
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