Não há mal algum em Geraldo Alckmin (PSDB-SP) priorizar a sua reeleição,
desde que respeite o projeto nacional do seu partido.
Algumas notícias e
números, no entanto, começam a indicar que a eleição presidencial está
em segundo plano, olhada com um certo descaso.
Hoje, uma notícia e uma
manifestação de um novo aliado acendem um sinal amarelo para a Oposição
em relação ao posicionamento do tucanato alckimista. Cabe ressaltar que o
PSDB do maior estado brasileiro não tem o direito atuar contra os
interesses do país, sob pena de ter uma boa parte deste país contra ele.
O PSB sugere que Geraldo Alckmin vai estar no mesmo palanque de Eduardo
Campos. E diz que este é um problema de Aécio Neves.
É um gesto
inaceitável, agressivo e inadmissível vindo de um aliado. É uma
desonestidade que, certamente, será desautorizada no dia de hoje pelo
PSDB de São Paulo.
No Painel da Folha de São Paulo
O paulista Geraldo Alckmin ainda
não ajudou o mineiro Aécio Neves a decolar no maior colégio eleitoral do país. Entre os eleitores do
governador, o presidenciável do PSDB tem apenas 25% das intenções de voto. Está
tecnicamente empatado com Dilma Rousseff (PT), favorita de 24% dos alckmistas.
Se o quadro não mudar, os tucanos viverão uma revanche de 2006. Naquele ano,
Alckmin tentou a Presidência e sofreu com o voto "Lulécio", que uniu
Lula e Aécio em Minas Gerais.
À deriva Segundo o Datafolha, 23% dos alckmistas dizem não ter
candidato a presidente. Outros 10% não sabem em quem votar. O governador tem
aparecido pouco na pré-campanha de Aécio.
Doce vampiro Os serristas, quem diria, são mais generosos com o
mineiro. Entre os que pretendem votar em José Serra (PSDB) para o Senado, Aécio
tem 28%. Dilma aparece com 18%.
No Jornal Valor Econômico
Leiam a declaração de Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, que
recentemente fechou aliança com os tucanos paulistas, contrariando
Marina Silva. O partido deverá ocupar o lugar de vice ou de senador na
chapa de Geraldo Alckmin.
Valor Econômico: Como vai conciliar o
palanque quando a disputa ficar mais acirrada entre Aécio e Campos?
Márcio França: Quem tem que se preocupar
com isso é o Aécio. São Paulo é o principal Estado do PSDB e ele que deveria
ficar preocupado com a possibilidade de Alckmin abrir palanque para os dois
candidatos. Não podíamos deixar o PSDB sozinho em São Paulo, com 32 milhões de
eleitores. Eles controlam 515 prefeituras das 645, entre prefeitos tucanos e
aliados. Marina ajudará nas áreas densas, urbanas, mas no interior não tem
chegada. Quem fará a interlocução no interior é o governador. É provável que
Alckmin esteja no segundo turno, contra PT ou PMDB, que são de Dilma. Se Campos
for para o segundo turno, quem faria o palanque dele no Estado sem essa
aliança?
É importante que Geraldo Alckmin e o PSDB paulista expliquem ao país
quais são os limites desta aliança com o PSB. Se nunca vimos um tucano
subir em palanque com um petista, em campanhas presidenciais, o mesmo
deve valer para um socialista. A política caseira tem limites. E o
limite é o interesse nacional.
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