Edição
do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Pelo menos 170 milhões
de Euros pertencentes à família de um próspero político brasileiro foram
movimentados, na quinta-feira passada, de bancos na Europa para contas no duplo
paraíso fiscal e estético das Ilhas Seychelles. Apelidada de “Filho de Peixe”,
a operação confidenciada pela “turma do dólar cabo” tem tudo para ser alvo de
investigação das Inteligências da Receita Federal e da Polícia Federal – que monitoram
os geniais passos do fenomenal jovem empresário, cuja base familiar de depósito
bancário é o Panamá, triangulando dinheiro entre a França, a Itália e o Brasil.
Grandes movimentações
em moeda estrangeira costumam acontecer nas vésperas de campanhas eleitorais,
quando se tenta importar dinheiro para o Brasil, sob a desculpa, como agora, de
que os juros altos funcionam como atrativos para o chamado “capital motel”. No
entanto, a enorme transferência de euros, feita em favor do esquema brasileiro,
na semana passada, é interpretada como uma manobra defensiva. O grupo político
que faz a movimentação atípica de moeda tem indicações de que pode ser alvo, em
breve, de ações da Polícia Federal, sofrendo denúncias posteriores do
Ministério Público e da Justiça Federal.
A família do
fenômeno empresarial e seus parceiros de negócios vêm chamando a atenção não só
de investigadores tributários e policiais, mas também dos grupos que atuam no
mercado paralelo de dólar – alvo recente de uma megacondenação de 47 doleiros
pela 13ª Vara Federal no Paraná. Nas últimas semanas, o grupo tem feito bruscas
operações de mudança do controle de ações de empresas do setor de alimentação.
O mesmo está previsto para acontecer na alta participação do grupo em uma
empresa de telecomunicações.
O mercado tem
evidências de que “laranjas” são escalados para substituir os reais detentores
das ações. O objetivo da manobra é preservar a fortuna e não comprometer o
santo nome da família do empresário, caso estoure alguma bronca policial ou
judicial. Especialistas na área de dólar cabo avaliam que a ação defensiva
dessa máfia é contra os efeitos colaterais da Operação Lava Jato – cujas investigações
teriam desvendado onde se encontra o elo mais frágil da corrente que movimenta
o sistema que lavou mais de R$ 10 bilhões em dinheiro público ilegalmente
desviado.
O maior perigo para
o grupo mafioso tupiniquim é que seu sistema caiu na malha de monitoramento da
Drug Enforcement Administration – a agência anti-drogas dos EUA. No cruzamento
de informações, ficou clara que uma das práticas comuns da super lavanderia de
dinheiro é o financiamento ao tráfico de drogas – dando um destino supostamente
de investimentos em moeda estrangeira ou ações da grana disponibilizada pelas
máfias colombianas e mexicanas. No meio do negócio, a verba dos traficantes se
mistura com o dinheiro público roubado no Brasil. O que ficou como uma
evidência no escândalo do Mensalão se materializou na Operação Lava Jato – que ainda
tem muitos fatos graves a investigar.
Risco Olímpico
Fica cada vez mais
alto o risco de os jogos olímpicos de 2016 não serem realizados, conforme
programado, no Rio de Janeiro.
A Prefeitura e o
Governo Federal terão de aproveitar o mês de ilusões com a Copa da Fifa para
comprovar, concretamente, que as obras prometidas para as olimpíadas ficarão
prontas a tempo.
Se até julho nada
estiver andando a contento, o Comitê Olímpico Internacional anunciará que os
jogos serão novamente disputados em Londres – para desespero dos incompetentes
brasileiros, bons de roubar e péssimos de cumprir prazos nas obras programadas.
Impostura
A presidenta Dilma
Rousseff ficou PT da vida com a divulgação de um estudo do economista José
Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
(Ibre-FGV), revelando que a Petrobras paga cada vez menos impostos:
“A queda no
recolhimento de tributos pela Petrobras não despertaria maior atenção ou
preocupação se o gasto público não fosse crescente, a dívida pública não fosse
tão alta e a carga tributária nacional não precisasse continuar crescendo. Não
por acaso, enquanto diminuiu a carga dessa estatal, o oposto ocorreu com a
carga dos demais contribuintes, que precisou crescer, não apenas para compensar
o que se perdia com a petroleira, mas também para financiar a expansão de
gastos e dívida do governo em geral, sobretudo o federal”.
O economista aponta
como causas prováveis do pagamento de menos impostos pela Petrobras os
subsídios implícitos e incentivos patrocinados pelo governo federal, a fim de
tentar compensar os prejuízos impostos à Petrobras pela defasagem dos preços
dos combustíveis vendidos no mercado interno em relação aos comprados no
exterior.
Redução brutal
Segundo informações do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), de 2006 para 2013, o recolhimento de impostos, contribuições, royalties e participações especiais da Petrobras passou de 3,04% para 2,05%.
No mesmo período, o peso dos impostos para os demais contribuintes aumentou 3,62 pontos do PIB, de 31,75% para 35,37%.
A carga nacional total cresceu 2,63 pontos, para 37,42%.
Discrepância
Enquanto a carga da
Petrobras caiu 0,39 ponto do PIB, para os demais contribuintes aumentou 0,59
ponto.
Foi brutal a queda
do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL) no período de 2007 a 2013.
Em 2006, os
tributos recolhidos pela estatal equivaliam a 0,48% do PIB e no ano passado
atingiram o equivalente a 0,09% do PIB.
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 9 de Junho de 2014.
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