O porta-voz do Rede
Sustentabilidade em São Paulo, Alexandre Zeitune, disse ontem que o grupo da
ex-senadora Marina Silva já se prepara para deixar o PSB após as eleições.
Segundo Zeitune, somente os candidatos eleitos do Rede continuarão no partido e
deverão sair quando for criada a sigla de Marina. Aliados da ex-senadora, que é
vice na chapa presidencial de Eduardo Campos (PSB), articulam-se para voltar a
coletar em novembro as cerca de 50 mil assinaturas que faltaram em 2013 para
criar o partido Rede Sustentabilidade.
A articulação para deixar o PSB
ganhou força em meio a divergências entre o grupo de Marina e a cúpula
partidária. Os pedidos feitos pela ex-senadora em 2013, quando se filiou à
sigla, não foram acatados e o Rede está enfraquecido dentro do PSB. Marina foi
derrotada nas alianças em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de
desgastes em outros Estados. "A questão de alianças está crítica",
disse o porta-voz.
O porta-voz afirmou que Marina
não participará da eleição no Estado. O grupo discorda da aliança do PSB com o
governador e pré-candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB). O vice deve ser
o presidente do diretório estadual do PSB, Marcio França. "Não espere
Marina nem a militância do Rede em São Paulo", disse. "O que nos
pauta não são cargos nem o calendário eleitoral. Somos um partido independente
dentro do PSB ".
O grupo decidiu adiar para
segunda-feira, prazo final, a decisão sobre o lançamento de um candidato
próprio para o Senado, por desconfiar as intenções da cúpula partidária.
"Não temos garantia nenhuma de que o diretório não vai se aliar ao PSDB
também na chapa para o Senado", disse Zeitune.
Marina tem confidenciado a amigos
sua angústia com os rumos da aliança entre o Rede e o PSB. Pessoas próximas
garantem que a vice de Campos não irá a São Paulo, Rio nem a Minas durante a
campanha presidencial, por discordar das alianças.
Disposta a encampar uma terceira
via, a ex-senadora tem sérias dúvidas sobre como sua chapa com Campos vai
sustentar o discurso da "nova política". Além da aliança com o PSDB
no Rio, o PSB firmou acordo com o PT no Rio, e tende a ficar próximo do PSDB em
Minas.
"Não esperem que a Marina
vá", disse um interlocutor da ex-senadora, que classificou o clima na
aliança como "muito ruim". De acordo com a fonte, Marina está
decepcionada com os acordos regionais, mas continua convencida de que a chapa
com Campos é importante como alternativa à polarização PT-PSDB.
Aliados de Campos procuram
minimizar a crise, mas reconhecem os problemas. "Sem dúvida a situação não
é ideal, mas não havia possibilidade de ir contra toda a direção do partido em
São Paulo", disse um ex-secretário de Campos. Os dois lados insistem, no
entanto, que Campos e Marina nutrem expectativa de crescer nas pesquisas quando
começar a propaganda na televisão.(Link Valor Econômico)
Nenhum comentário:
Postar um comentário