Sabrina Valle
Da Bloomberg
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Nem todos os 10 diretores foram informados antes do anúncio do dia 24 de junho, disseram as fontes, que solicitaram anonimato porque os assuntos do conselho são confidenciais.
O acordo para produzir até 15 bilhões de barris de petróleo bruto, quase o total das reservas comprovadas do Brasil, foi decidido e anunciado pelo Conselho Nacional de Política Energética, que é dirigido pelo Ministro de Minas e Energia e inclui o Ministro da Fazenda e o Ministro do Planejamento.
As assessorias de imprensa da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia não responderam aos pedidos de comentários.
O episódio ressalta como algumas das principais decisões relativas à Petrobras são tomadas pelo governo em Brasília, com pouca participação do conselho, o que debilita a governança corporativa na maior produtora em águas profundas. No ano passado, os membros do conselho tomaram conhecimento de um aumento no preço do combustível através da mídia, informou a Agência Estado na época.
Cinco membros do conselho fiscal disseram em fevereiro, em recomendação arquivada na CVM, que recebiam os resultados trimestrais da empresa apenas na reunião de aprovação, tendo só algumas horas para chancelar centenas de páginas, reportou a Agência Estado em 14 de março.
A empresa petroleira de capital aberto mais endividada do mundo aceitou pagar R$ 15 bilhões (US$ 6,8 bilhões) até 2018 para produzir mais petróleo na região onde se localiza o gigante Campo de Búzios. A empresa está analisando a venda de ativos e a reestruturação de outros projetos para ajudar a arcar com o custo.
Queda nas ações
O anúncio desencadeou o maior declínio no preço da ação em seis semanas e a redução da nota pelo Banco Bradesco SA e pelo UBS AG. O contrato – que inclui o pagamento de R$ 2 bilhões neste ano e o restante até 2018 – aumenta o risco de que a Petrobras procure vender novos ativos, disseram analistas do Banco BTG Pactual em nota aos clientes.A presidente da Petrobras, Graça Foster, descartou duas vezes a possibilidade de venda de ações durante uma entrevista coletiva de imprensa nesta semana no Rio de Janeiro.
O secretário de Petróleo e Gás, Marco Antônio Almeida, disse no dia 24 de junho que o acordo dá à Petrobras uma "excelente" área de exploração de petróleo e que ele não foi projetado para melhorar as contas fiscais do governo.
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