Do UOL, em São Paulo
O estudo indica, no entanto, que o consumo permanece estável, aumentando proporcionalmente com o crescimento da população. A divulgação do relatório foi feita em Viena (Áustria) nesta quinta-feira (26), concomitantemente com o Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e Tráfico Ilícito.
Elaborado pelo Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), o relatório aponta também a existência de uma média de 27 milhões de usuários de drogas problemáticos (aqueles que consomem drogas regularmente ou os apresentam distúrbios ou dependência). Isso corresponde a cerca de 0,6% da população adulta mundial ou 1 em cada 200 pessoas.
Os dados são de 2012 e foram fornecidos à entidade pelos países participantes do levantamento.
Outro dado preocupante, segundo o estudo, é que apenas um em seis usuários de drogas tem acesso ou recebe algum tipo de tratamento para dependência de drogas a cada ano. Em 2012, ocorreram 200 mil mortes relacionadas a drogas.
Maconha
queima neurônio? PARCIALMENTE VERDADE: estudos comprovam que fumar
maconha antes dos 15 anos de idade diminui o QI, mas essas mesmas
pesquisas mostram que, após os 20 anos, a maconha não traz problemas
cognitivos. "Essa diferença tem a ver com a maturação do cérebro, porque
na adolescência ele ainda está terminando de se formar.
Entre os 15 e
os 20 anos é uma faixa nebulosa, onde não foi possível comprovar qual o
impacto. Ainda assim, consideramos uma idade de risco", explica Thiago
Marques Fidalgo, psiquiatra do Hospital A.C.Camargo Leia mais Getty Images
O secretário-geral da ONU chamou ainda a atenção da comunidade internacional para que intensifique o combate às droga, como forma de evitar o aumento da violência e o enfraquecimento de instituições essenciais do Estado.
O diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov, apontou ainda a necessidade de um foco maior na saúde e nos direitos humanos dos usuários de drogas, especialmente daqueles que fazem uso de drogas injetáveis e que vivem com HIV.
Em 2016, a ONU pretende levar o problema das drogas à pauta da Assembleia Geral.
Queda da cocaína e da maconha
De acordo com o relatório, houve queda na disponibilidade de cocaína no mundo devido à menor produção de 2007 a 2012. Porém, o uso permanece alto na América do Norte, apesar de os números caírem na região desde 2006. Na América do Sul, o consumo de cocaína e o tráfico se tornaram mais proeminentes.
A ONU destaca em seu relatório que o Brasil é um país vulnerável ao tráfico de cocaína, devido à sua geografia estratégica no tráfico para a Europa, mas também ao fato de ser um mercado consumidor devido à grande população urbana. Citando dados da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas), o estudo indica que 3% dos estudantes universitários, de todas as idades, usam cocaína.
Linda foi presa a primeira vez quando tinha apenas 22 anos. Desde então, ela foi presa outras cinco vezes por vários delitos, inclusive crimes relacionados a drogas Leia mais
O uso de maconha apresentou um declínio no mundo, segundo a ONU. Porém, na América do Norte, o consumo aumentou: isso porque, na região, usuários da droga acreditam que ela oferece riscos menores à saúde.
A entidade afirma que ainda é cedo para entender os efeitos da legalização da droga em alguns países. No entanto, o relatório aponta que há um maior número de pessoas procurando tratamento para transtornos relacionados à cannabis, o que demonstraria aumento da dependência da droga.
O aumento de dependentes da maconha também é percebido no Brasil, informou a Senad à ONU, baseada em dados colhidos em 2012. Enquanto isso, o país está em sétimo lugar no combate ao plantio e à produção da droga.
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