Dilma e a cúpula do PR: corruptos voltam em troca de um minuto de TV.
Para não perder mais tempo de TV
no horário eleitoral depois da traição do PTB, Dilma Rousseff fez uma das
maiores concessões a um aliado desde que assumiu o governo: trocou o comando de
duas pastas bem avaliadas por ela para contemplar o PR, sigla habituada a
traições à presidente no Congresso.
Os ministérios dos Transportes e
de Portos, duas áreas cruciais para tocar os projetos de infraestrutura,
entraram na partilha, algo que Dilma, por convicção, se recusava a fazer até
dias atrás.
A petista já havia conseguido o
apoio oficial das convenções do PMDB, PDT e Pros. Nesta quarta-feira (25),
ganhou o do PSD e do PP. E acredita ter amarrado o do PR, que, juntamente com
PC do B e PRB, definem a linha de frente da coligação oficial até segunda, data
final das convenções partidárias. Dilma tirou César Borges (PR-BA)
dos Transportes depois de passar os últimos meses afirmando que não mexeria no
ministro por considerá-lo um excelente auxiliar.
A saída do ministro foi
considerada um "retrocesso" pelo setor privado, diante da avaliação
de que ele arrumou a casa e colocou as concessões para andar. Como prêmio de
consolação, Borges foi transferido para a Secretaria de Portos, comandada por
Antônio Henrique Silveira, técnico elogiado pela própria chefe e que foi
deslocado para a secretaria-executiva.
Paulo Sérgio Passos, que
antecedeu Borges nos Transportes por cobrança do próprio PR, retoma o cargo
ministerial por ser visto pela própria sigla como um partidário "menos
pior" que o sucessor no quesito "atendimento à base
parlamentar".
Com isso, a coligação de Dilma
caminha para ter cerca de 45% na fatia do tempo para propaganda eleitoral,
principal instrumento das campanhas políticas. Projeta-se que ela tenha
11min25s em cada bloco de 25 minutos. A decisão de ceder às pressões do
PR ocorre após o PTB deixar a base governista para apoiar Aécio Neves (PSDB).
Segundo a Folha apurou, ambas as
decisões passaram por políticos que estão presos. No caso do PR, a ordem de
demitir César Borges contou com aval de Valdemar Costa Neto, preso no Complexo
Penitenciário da Papuda devido à condenação no processo do mensalão.
Segundo petistas, Costa Neto
transmitiu a mensagem de que o Planalto poderia nomear "qualquer um'', mas
que tirasse Borges. Na avaliação da cúpula do PR, Borges não atendia
parlamentares nem recebia seus partidários. (Folha de São Paulo)
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