Foi depositado US$ 1 bilhão, segundo comunicado do governo.
País havia ameaçado não pagar parcela, que venceria no dia 30.
A Argentina depositou nesta quinta-feira (26) o valor de US$ 1 bilhão como pagamento da parcela da dívida reestruturada que venceria na próxima semana, evitando, dessa forma, um calote a seus credores (investidores que compraram papéis da dívida do país), como era temido pelo mercado. O comunicado foi feito pelo ministro da Economia, Axel Kicillof.
"A República Argentina, em cumprimento ao contrato com os detentores dos títulos que aderiram ao acordo, procedeu o pagamento dos serviços de capitais e os juros”, disse o ministro, durante coletiva de imprensa.
Na semana passada, a Justiça dos EUA rejeitou apelação da Argentina para evitar o pagamento de US$ 1,33 bilhão a credores de fundos especulativos que não aceitaram a renegociação da dívida do país, no início dos anos 2000, ao contrário de cerca de 90% dos demais credores. Estes têm recebido do governo argentino pagamentos parcelados - a chamada dívida reestruturada.
Na ocasião, o ministro Axel Kicillof havia dito que a Argentina pediria a suspensão da sentença norte-americana que obrigava o país a quitar dívidas com esses fundos, garantindo o pagamento da dívida reestruturada.
Entenda
O novo imbróglio argentino remonta à crise de 2001, quando em meio a grave crise econômica e política, a Argentina anunciou um calote em sua dívida pública, que era de cerca de US$ 100 bilhões.
Quatro anos depois, no governo Nestor Kirchner, o país tentou recuperar a credibilidade oferecendo a quem tinha sido prejudicado pelo calote pagamentos com descontos acima de 70%. Mais de 90% dos credores aceitaram a proposta e vêm recebendo esses pagamentos em parcelas (a dívida reestruturada). Os que não aceitaram, no entanto, recorreram a tribunais internacionais.
Em 2012, um dos casos, movido por fundos especulativos, recebeu uma decisão favorável da Justiça dos Estados Unidos, que determinou que a Argentina deveria pagar US$ 1,33 bilhão aos fundos.
O governo argentino recorreu, e o caso chegou à Suprema Corte dos EUA, que decidiu manter a condenação, derrubando uma medida cautelar que suspendia os efeitos da determinação judicial anterior.
"A suspensão do 'stay' (medida cautelar) por parte da Justiça impossibilita o pagamento em Nova York da próxima parcela da dívida reestruturada [as parcelas pagas aos credores que aceitaram o desconto] e revela a ausência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo juiz Griesa", disse o ministério da Economia argentino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário