A quase totalidade das pessoas compartilha o desejo de viver
com conforto e usufruir de algum luxo. As diferenças estão nas estratégias
utilizadas.
O agente capitalista opta por construir sua vida a partir de
seus próprios talentos e esforços, empreendendo negócios ou investindo numa
profissão na qual enxerga a possibilidade de obter as recompensas que atenderão
suas necessidades e seus desejos.
Para tanto, um empresário terá que administrar muito bem seu
negócio para pagar salários, encargos, impostos e fornecedores e para oferecer
bons produtos à sociedade, só então obterá o lucro que precisa para sustentar a
família e a si mesmo, cujo nível de luxo dependerá única e exclusivamente de
sua capacidade administrativa. Um empregado também terá que trabalhar cada vez
mais e melhor para obter as recompensas que deseja.
Do outro lado, puxando a corda no sentido contrário, estão
os socialistas. O socialista acredita que as recompensas dos esforços (o lucro)
alheios devem ser distribuídas arbitrariamente entre todas as pessoas a partir
de um conceito moral de “justiça social” – aquilo que não existe em nenhum
lugar da natureza.
Sendo assim, o militante socialista investe na carreira de
intermediário dessa distribuição, cobrando que uns devem trabalhar pelos
outros, porém, escondendo seu real interesse: que todos trabalhem para ele e
para seu partido. Ironicamente, é através da mais valia de Marx que melhor desmascaramos
a demagogia socialista.
Segundo Marx, o valor de um produto e de um salário deve ser
calculado em função do esforço nele empregado. Comparemos, então, os esforços
empregados por um líder socialista e por um empresário para obterem seus
confortos e luxos.
Em que medida o primeiro participa da produção das
recompensas que usufrui? Na medida de
sua gerência sobre as relações sociais e trabalhistas? Se for, ele se iguala
teoricamente a um empresário, este, que também é responsável por relações sociais
e trabalhistas, já que sustenta famílias com os salários que paga. Podemos,
então, enxergar que o líder socialista é um explorador, já que desfruta de
recompensas desproporcionais aos seus esforços se o compararmos aos demais
trabalhadores?
Outro ponto que escancara a demagogia e a cretinice do
socialista profissional é sua rejeição à responsabilidade, não assumindo seus
fracassos e não admitindo redução de seu lucro (salário e privilégios) a
despeito de qualquer circunstância – considerando que eles sempre são mantidos,
direta ou indiretamente, com dinheiro público. Pior: Comparando os confortos e
luxos tanto de um líder capitalista quanto de um líder socialista veremos que
são os mesmos, porém, como conforto e o luxo do primeiro sendo pagos por ele mesmo
e o conforto e o luxo do segundo, sendo pagos pela sociedade – o primeiro
trabalha para usufruir; o segundo manda os outros trabalharem para que ele
usufrua.
O maior líder socialista brasileiro, Luís Inácio Lula da
Silva, construiu sua fortuna acumulando pensões e “rendas extras” obtidas como
recompensa pela “gerência de demandas sociais”.
Há vinte anos, Lula passa a maior parte de seu tempo em aviões, hotéis e
restaurantes pagos pela sociedade, o que faz sua renda ser praticamente livre
de gastos. Resultado: Ficou milionário. Acumulou dinheiro e patrimônio dignos
apenas dos maiores empresários. Obteve lucros proporcionais ao esforço
empregado só comparado ao de traficantes de drogas e de exploradores de
prostituição.
O que ameaça os confortos e luxos de Lula? Nada. Seja qual
for o resultado de seus mandos e desmandos na política brasileira, continuará
recebendo todas as pensões do Estado. O que ameaça os confortos e luxos de um
empresário? As instabilidades do mercado, as arbitrariedades do governo, uma
dúzia de Black Blocs ou mesmo alguma bobagem administrativa que ele próprio
faça.
O que representa o padrão de vida e o extrato bancário de um
grande empresário sob a ótica da mais valia de Marx? Exploração da classe
trabalhadora.
O que representa o padrão de vida e o extrato bancário de
Lula sob a ótica da mais valia de Marx? Exploração da classe trabalhadora. Opa!
Nesta hora, a lente socialista converte Lula num representante popular que
obteve justas recompensas pelo quanto melhorou a vida da humanidade ao
organizar greves e sabotagens, ao incitar o ódio entre raças e classes, ao
incentivar a perseguição e intimidação a indivíduos independentes eao aparelhar
o Estado, a imprensa, a cultura e até a Justiça em benefício de seu partido.
Eis um líder socialista de sucesso!
Outros exemplos de obtenção justificável (sob o ponto de
vista socialista) de altos lucros são os artistas e intelectuais que têm
patrocínios e verbas garantidas (a despeito da qualidade de seus trabalhos) por
defenderem o governo ou as dezenas de milhares de líderes da militância
socialista espalhados em cada canto do país, que também recebem suas
recompensas pelo engajamento partidário.
Todos eles rejeitam responsabilidades. Todos eles
desrespeitam o trabalho alheio. Todos eles sustentam seus confortos e luxos
sobre os esforços da sociedade que sistematicamente sabotam.
Resumindo: Nenhum agente capitalista obtém lucros maiores e
mais injustos do que os lucros obtidos pelos socialistas.
*Arquiteto e artista plástico. Autor do livro Natureza
Capital.
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