Oficialmente, o veto a
conjuntos habitacionais ao lado de imóveis de alto padrão é explicado
pelo preço do m² nessas regiões. Em alguns casos, o valor ultrapassa os
R$ 20 mil. A votação do texto está marcada para amanhã.
Com as
mudanças, apenas uma garagem municipal, localizada na Vila Leopoldina,
zona oeste, permanece na lista nova de Zonas Especiais de Interesse
Social (Zeis) consideradas nobres. O terreno foi mantido porque já
pertence à Prefeitura, eliminando, assim, a necessidade de gastos com
desapropriação.
Na contramão, o plano mantém uma lista de prédios e terrenos abandonados em bairros com infraestrutura que podem virar moradia popular (mais informações nesta página).
Relator do projeto que criou o novo Plano Diretor, o vereador Nabil Bonduki (PT) disse que a decisão sobre as Zeis que ficariam no texto final se deu em função da viabilidade econômica e urbanística dos terrenos. "Precisamos ter Zeis marcadas onde de fato serão feitas habitações sociais. Por isso, nosso critério foi não marcar Zeis em áreas onde já há protocolo na Prefeitura de projeto distinto."
A decisão acalma moradores que contestavam mudanças visuais em seus redutos. O engenheiro André Sibinelli, de 53 anos, é um deles. Ele vive há 11 anos no City-Boaçava, no entorno do Parque Villa-Lobos, e temia que uma Zeis fosse criada perto da Praça Apecatu. Segundo ele, um empreendimento popular poderia descaracterizar a região, restrita hoje a casas.
"Quantas unidades você colocaria ali? Se fosse respeitar o ordenamento, um prédio não poderia ter mais de 12 metros de altura", alerta. "As normas hoje são restritivas. Os vereadores não poderiam virar o padrão urbanístico." A mudança no conceito urbano poderia ocorrer porque nas Zeis o potencial construtivo é maior e as unidades, menores.
Daslu. Até a votação do plano, a preocupação de Sibinelli era a mesma do engenheiro civil Abrahão Badra, de 75 anos, morador da Vila Nova Conceição, um dos locais mais valorizados da zona sul pela proximidade com o Parque do Ibirapuera. Durante as discussões, um terreno que já serviu como estacionamento da primeira loja Daslu chegou a ser demarcado como Zeis.
Com 2,4 mil m², a área fica na esquina das Ruas Professor Filadelfo Azevedo e Domingos Leme, em um dos lotes mais disputados do bairro, que é residencial. Desde que a construção de moradias populares passou a ser cogitada pela Câmara, a diretoria da Associação dos Moradores da Vila Nova Conceição (AMVNC) se mobilizou com outras entidades de bairro para pressionar pela alteração.
"A nossa oposição é à verticalização. Não somos contra verticalizar para pobre. Somos contra verticalizar para rico também. Quer construir moradia popular? Sejam bem-vindos! Mas em casa de dois pavimentos", diz Badra, presidente do conselho de administração da AMVNC. Nessas condições, no entanto, cada imóvel sairia por pelo menos R$ 4 milhões.
No Alto de Pinheiros, o preço pago pelo m² segue a mesma tabela, ainda que em lotes pequenos, como os que seriam demarcados como Zeis. "São áreas que ficam nas esquinas de ruas como a Fonseca Rodrigues e a Cerro Corá. Lá, o preço é tão alto que impede a construção de unidades para baixa renda", diz a arquiteta Maria Ignez Barretto, integrante do conselho da Associação dos Amigos do Alto de Pinheiros (Saap).
Como resultado da valorização dos terrenos que sobraram em bairros nobres e da pressão dos moradores, a maioria das Zeis classificadas está na periferia, contrariando o conceito principal do Plano Diretor, que é aproximar moradia e emprego.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Na contramão, o plano mantém uma lista de prédios e terrenos abandonados em bairros com infraestrutura que podem virar moradia popular (mais informações nesta página).
Relator do projeto que criou o novo Plano Diretor, o vereador Nabil Bonduki (PT) disse que a decisão sobre as Zeis que ficariam no texto final se deu em função da viabilidade econômica e urbanística dos terrenos. "Precisamos ter Zeis marcadas onde de fato serão feitas habitações sociais. Por isso, nosso critério foi não marcar Zeis em áreas onde já há protocolo na Prefeitura de projeto distinto."
A decisão acalma moradores que contestavam mudanças visuais em seus redutos. O engenheiro André Sibinelli, de 53 anos, é um deles. Ele vive há 11 anos no City-Boaçava, no entorno do Parque Villa-Lobos, e temia que uma Zeis fosse criada perto da Praça Apecatu. Segundo ele, um empreendimento popular poderia descaracterizar a região, restrita hoje a casas.
"Quantas unidades você colocaria ali? Se fosse respeitar o ordenamento, um prédio não poderia ter mais de 12 metros de altura", alerta. "As normas hoje são restritivas. Os vereadores não poderiam virar o padrão urbanístico." A mudança no conceito urbano poderia ocorrer porque nas Zeis o potencial construtivo é maior e as unidades, menores.
Daslu. Até a votação do plano, a preocupação de Sibinelli era a mesma do engenheiro civil Abrahão Badra, de 75 anos, morador da Vila Nova Conceição, um dos locais mais valorizados da zona sul pela proximidade com o Parque do Ibirapuera. Durante as discussões, um terreno que já serviu como estacionamento da primeira loja Daslu chegou a ser demarcado como Zeis.
Com 2,4 mil m², a área fica na esquina das Ruas Professor Filadelfo Azevedo e Domingos Leme, em um dos lotes mais disputados do bairro, que é residencial. Desde que a construção de moradias populares passou a ser cogitada pela Câmara, a diretoria da Associação dos Moradores da Vila Nova Conceição (AMVNC) se mobilizou com outras entidades de bairro para pressionar pela alteração.
"A nossa oposição é à verticalização. Não somos contra verticalizar para pobre. Somos contra verticalizar para rico também. Quer construir moradia popular? Sejam bem-vindos! Mas em casa de dois pavimentos", diz Badra, presidente do conselho de administração da AMVNC. Nessas condições, no entanto, cada imóvel sairia por pelo menos R$ 4 milhões.
No Alto de Pinheiros, o preço pago pelo m² segue a mesma tabela, ainda que em lotes pequenos, como os que seriam demarcados como Zeis. "São áreas que ficam nas esquinas de ruas como a Fonseca Rodrigues e a Cerro Corá. Lá, o preço é tão alto que impede a construção de unidades para baixa renda", diz a arquiteta Maria Ignez Barretto, integrante do conselho da Associação dos Amigos do Alto de Pinheiros (Saap).
Como resultado da valorização dos terrenos que sobraram em bairros nobres e da pressão dos moradores, a maioria das Zeis classificadas está na periferia, contrariando o conceito principal do Plano Diretor, que é aproximar moradia e emprego.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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