Artigo
no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Milton Pires
Assustada
com o desempenho da Seleção Brasileira nessa Copa do Mundo, a petralhada que
tem um pouco mais de capacidade de previsão quanto ao resultado final já
começou a lançar suas teses sobre as relações entre futebol e política. De uma
maneira geral, criticam todos aqueles que torcem contra o Brasil na competição.
Alguns, mais afoitos, afirmam inclusive que “um verdadeiro brasileiro” não tem
o direito de torcer contra o próprio país”. É uma nova edição do antigo
“Brasil: ameo-o ou deixe-o” dos anos 70.
O
que não fica claro para os menos acostumados com o modo de agir do PT é que
esse tipo de gente pensa da seguinte maneira: “Se o Brasil vencer a Copa, foi
uma conquista do Governo Lula e uma lição para quem torcia contra o PT e a
Seleção. Se o Brasil não vencer; foi uma fatalidade - "política é uma
coisa, futebol; outra". Se não fosse verdade isso que eu acabei de
escrever, Lula não teria derramado suas lágrimas de crocodilo quando soube que
o país sediaria a Copa de 2014.
Afirmar
que não existe relação entre política e qualquer grande evento desportivo é uma
asneira que não merece sequer refutação. Quem diz isso agora no Brasil são aqueles
que, com medo de que o time seja desclassificado, querem da Copa do Mundo
somente os bônus mas jamais as consequências negativas.
Não
vale à pena fazer um apanhado histórico das relações entre esporte e política.
Lembrar que guerras eram paradas para que Olimpíadas fossem disputadas ou que
ditadores buscaram em vitórias esportivas a confirmação da superioridade de
raças já foi descrito antes. Tudo isso o PT conhece e sabe explorar
perfeitamente.
As
grandes competições esportivas do século XX praticamente nasceram sob encomenda
dos países gigantescos e das doutrinas totalitárias: não poderia ser diferente
aqui e se eu não tivesse mais nenhum argumento capaz de estreitar ainda mais as
relações entre o resultado da Copa e as eleições de outubro, eu diria que
quando um dia se escrever a história do país em 2014 há que se afirmar sem medo
de errar que, pelo menos economicamente, ela teria sido outra não fosse a vinda
dessa competição para o Brasil.
Numa
ratoeira caem portanto aqueles que, defendendo fanaticamente as relações entre
política e economia, querem agora afirmar a independência das eleições de
outubro com relação ao nosso desempenho dentro de campo.
Conhecimentos
sobre futebol à parte, peço a todos aqueles que escutarem apelos para torcer
para essa seleção que não se sintam constrangidos em dizer não ..que não se
sintam menos brasileiros nem tenham aquela mesma sensação dos que, afirmando
que anularão seu voto, precisam escutar do interlocutor que depois não podem
reclamar. Ninguém tem obrigação de votar em ninguém para depois poder exigir
seus direitos e nenhum de nós deve aceitar ser apresentado como traidor da
pátria por torcer contra uma seleção de mercenários que serve politicamente a
um partido associado aos narcotraficantes.
O
Brasil não pertence nem aos petistas e nem aos torcedores da seleção de
futebol. Eles não são proprietários da nação, não representam a sua totalidade,
nem portam sozinhos a verdade sobre a situação do país. Se pensam que são
pastores, que procurem o rebanho adequado para segui-los em outros campos que
não sejam aqueles das arenas superfaturadas, das licitações de última hora e de
todo dinheiro desviado da saúde, educação e segurança que esse partido de
bandidos que se dizem trabalhadores roubou da nação.
Rezo
todos os dias para que essa seleção seja desclassificada. Nunca em toda minha
torci contra a seleção brasileira, mas prefiro torcer contra ela do que torcer
contra o país e Deus me livre de precisar das palavras de algum vagabundo
petista para me ensinar o que é respeito e amor à pátria onde nasci. Quem hoje
me pede para gritar pelo Brasil trouxe aqui os cubanos que humilharam minha
profissão perante o mundo, trata policiais como bandidos e emprestou para
reforma do porto de Havana dinheiro que poderia construir hospitais, escolas e
presídios aqui mesmo.
Política
e futebol “tem tudo a ver” um com o outro, sim...Só não vê quem não quer...
Milton
Simon Pires é Médico.
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