quarta-feira, 2 de julho de 2014

Aécio começa "Caravana Muda Brasil" pelo Nordeste.



 
 
Candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG) vai realizar uma "caravana" pelo Nordeste no início de sua campanha ao Palácio do Planalto, em agosto, como tentativa de fortalecer seu nome na região –reduto político do PT desde o governo Lula. O tucano pretende visitar três Estados do Nordeste por dia para apresentar seu programa de governo, que terá como foco obras de infraestrutura para a região.

O senador vai se licenciar do mandato no início de agosto para se dedicar integralmente à campanha, que vai começar pelo Nordeste.

O foco na região também tem como objetivo desconstruir a imagem de que o PSDB é contrário a programas sociais criados pelo ex-presidente Lula, como o Bolsa Família. Aécio quer disseminar no Nordeste seu projeto de transformar o Bolsa Família em programa de Estado, atingindo a parcela do eleitorado alvo dos programas de transferência de renda. O projeto tramita no Senado, mas não foi aprovado depois de sucessivas manobras de senadores aliados da presidente Dilma Rousseff para adiar sua análise.

Em seu programa de governo que será entregue à Justiça Eleitoral no final desta semana, o tucano vai dedicar um capítulo ao Nordeste. Aécio vai detalhar obras a serem implementadas na região se for eleito, como a conclusão da rodovia Transnordestina e da transposição do rio São Francisco. O candidato quer mostrar "gargalos" de obras na região, apontando o que considera "erros" de governos do PT. O tucano vai mencionar obras de infraestrutura realizadas no período em que governou Minas Gerais como modelo para serem repetidos na região.

Aécio também espera contar com o que chama de "exército" de militantes no Nordeste depois dos palanques que construiu na região. No Ceará, por exemplo, o senador conseguiu o apoio de Eunício Oliveira (PMDB), candidato ao governo do Estado, que terá como candidato ao Senado o tucano Tasso Jereissati. No âmbito nacional, Eunício é líder do PMDB no Senado, partido que é principal aliado do governo.

O senador diz ter palanques "sólidos" em todos os Estados do Nordeste, especialmente na Bahia, Sergipe, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. O modelo de "caravanas" foi adotado pelo ex-presidente Lula na década de 90, durante campanha ao Palácio do Planalto. O petista realizou "caravanas da cidadania" pelo país para se aproximar do eleitorado e defender suas propostas de governo.

SÃO PAULO

Além do Nordeste, Aécio vai priorizar São Paulo na campanha presidencial. Depois de escolher o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) como vice em sua chapa, o tucano vai explorar o mote da "força" do PSDB no Estado.

Aécio vai investir em estratégias de comunicação específicas para o eleitorado paulista, mostrando que tem ao seu lado o governador Geraldo Alckmin (PSDB), Aloysio e o ex-governador José Serra (PSDB) –que vai disputar uma vaga ao Senado na chapa de Alckmin.

Em conversas com aliados, Aécio disse que a decisão de Serra de disputar o Senado será "crucial" em sua campanha, mostrando unidade do PSDB no Estado. O candidato tucano disse a interlocutores que a "construção" feita por Alckmin foi decisiva para garantir a vaga a Serra, mesmo perdendo o apoio de siglas como o PTB, que disputavam a indicação ao Senado. O senador disse a aliados que Alckmin agiu com "desprendimento" ao permitir um resultado de consenso no PSDB.

A articulação dos tucanos inclui a indicação de Serra para um ministério, caso Aécio seja eleito, abrindo caminho para o deputado José Aníbal (PSDB-SP) assumir a cadeira no Senado –já que o tucano será suplente de Serra. Aníbal pleiteava a vaga ao Senado dentro do PSDB.

Mesmo com a escolha de Márcio França (PSB) para vice de Alckmin, Aécio avalia nos bastidores que não haverá divisão de palanques em São Paulo, sem a possibilidade de seu adversário Eduardo Campos (PSB) ganhar visibilidade com Alckmin.

Os tucanos trabalham com o cenário da disputa direta com Paulo Skaf (PMDB) em São Paulo porque consideram que a candidatura do petista Alexandre Padilha não decolará ao ponto de ameaçar o PSDB no Estado. (Folha Poder)
 
 
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