Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Gelio Fregapani
As pesquisas feitas com amostragens representativas realmente refletem a opinião pública, da mesma forma que um exame de sangue colhe uma amostragem para ver a situação do sangue todo. Além da amostragem correta é indispensável que as questões não induzam as respostas e que as conclusões sejam imparciais.
A pesquisa publicada na Folha sobre a
revisão da Lei da Anistia foi viciosa, pois a pergunta conduzia a resposta. Em
tese todas as pessoas de bem repudiam a tortura e a punição aos torturadores
naturalmente teria uma resposta favorável.
Foi anunciado que 80% acham que os
torturadores devem ser julgados, mas evitou-se publicar que mais gente deseja
punir os antigos terroristas do que aos agentes do Governo apontados como
torturadores (54% a 46%;). A maioria dos brasileiros não tem a ambiguidade
moral das esquerdas, que querem a revisão da Lei da Anistia, mas só sobre os
crimes de seus adversários.
Vicioso também o argumento de que os
militantes que participaram de atentados, de assaltos ou de “justiçamentos” já
teriam sido presos e julgados naqueles dias. Alguns foram, outros não.
A divulgação parcial desta pesquisa soma-se
ao esforço da mídia em antagonizar a Nação com suas próprias Forças, deixando o
País inerme em face das ameaças estrangeiras. O estímulo, a orientação e os
recursos para isto naturalmente vem de fora, mas alguns partidos ajudam para se
aproveitarem eleitoralmente. Serão inconsequentes? Ou talvez apenas burros?
Cenários da
política interna
A cada semana
aumentam as probabilidades de derrota do PT e ele bem merece. Ainda que desde o
início da República a regra fosse o partido do Governo se aproveitar da
situação e a oposição tentar derrubá-lo para poder também se aproveitar, nunca
houve tanto descaramento como no governo petista, ao menos no varejo.
Certamente, a divulgação da corrupção e do roubo ajudam a derrubar um governo, isto já aconteceu com o Collor e contribuiu para a derrubada do Jango, entretanto o fator preponderante para a queda não foi a corrupção da pelegada nem a inegável incompetência que conduziu ao mau desempenho da economia, foi o fator ideológico – mesmo sem ser comunista Jango lhes abria o caminho, num ambiente de Guerra Fria. Os mesmos fatores se repetem agora, alguns atenuados, mas desta vez teremos eleições.
Certamente, a divulgação da corrupção e do roubo ajudam a derrubar um governo, isto já aconteceu com o Collor e contribuiu para a derrubada do Jango, entretanto o fator preponderante para a queda não foi a corrupção da pelegada nem a inegável incompetência que conduziu ao mau desempenho da economia, foi o fator ideológico – mesmo sem ser comunista Jango lhes abria o caminho, num ambiente de Guerra Fria. Os mesmos fatores se repetem agora, alguns atenuados, mas desta vez teremos eleições.
A tendência é que a
economia piore e muito. O ensaio inicial da atual governante de baixar os juros
e nacionalizar o petróleo já seria suficiente para que a oligarquia financeira
internacional decidisse ajudar a mudança e com as posições antiamericanas da
Dilma haverá todo o peso político para que o atual governo se dê mal. Quando
isto ficar evidente talvez ainda haja o ensaio de troca da Dilma pelo Lula
(mais maleável), mas dificilmente dará resultado.
O nacionalismo
inicial do atual governo guardou relação com o nacionalismo varguista -militar,
de apostar nas riquezas nacionais, no mercado interno, na valorização dos
salários, na proteção das empresas brasileiras etc., seguido parcialmente por
JK ou seja, coisas que incomodam os Estados Unidos.
O mercado financeiro anunciou que a confiança dele, no governo PT estava acabando.
O mercado financeiro anunciou que a confiança dele, no governo PT estava acabando.
Dilma já cedeu, mas
mais insatisfações foram criadas pelo apoio aos governos hostis de Cuba e
da Venezuela e pela suspensão da visita da Dilma aos Estados Unidos no ano passado,
devido ao episódio Snowden.
Após a suspensão da visita, Dilma anunciou a compra de aviões da Suécia, deixando a Casa Branca ainda mais abalada. Daí em diante azedou tudo. Dilma, sim, virou pedra no sapato de Washington e do mercado financeiro especulativo, que, nem mesmo a concessão do juro mais alto do mundo fará ceder.
Após a suspensão da visita, Dilma anunciou a compra de aviões da Suécia, deixando a Casa Branca ainda mais abalada. Daí em diante azedou tudo. Dilma, sim, virou pedra no sapato de Washington e do mercado financeiro especulativo, que, nem mesmo a concessão do juro mais alto do mundo fará ceder.
Não adianta tentar
se opor. O atual governo já cedeu tudo e só tem o apoio dos que estão se
aproveitando. Mesmo que não fosse assim não adiantaria. A oligarquia financeira
é forte demais.
Pior do que está
não fica, diria um palhaço sem graça, mas pode ficar, sim! A previsível derrota
de Dilma pode lançar o País em clima de grande instabilidade política, mais
grave do que a balburdia de 64. Os petistas, ressentidos com a derrota, tentarão
inviabilizar o sucessor e não abandonarão os cargos sem antes boicotar o
serviço público e paralisar as atividades do estado com os verdadeiros
exércitos dos sem-terra e com a falta de apetite das Forças Armadas para
intervir de novo, nada estará garantido e em caso de vitória do PT?
Então os
sem-terra, os sem-teto, os índios e seus outros apoiadores se sentirão no
direito de tomar os bens alheios dando origem a reação que pode levar à guerra
civil e principalmente a sabotagem da oligarquia financeira internacional que
levará a nossa economia à dificuldades nunca vistas em nossa História.
Então não há
solução? –Quem sabe. Estes são apenas cenários prováveis. Muita coisa ainda
pode acontecer.
Que Deus proteja a todos nós.
Releia, do mesmo
autor: A dois passos da guerra civil
Gelio Fregapani é
escritor e Coronel da Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência
na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da
Amazônia.
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