"Já sabemos que um empresário de Brasília está à frente do esquema. Resta saber se o sócio dele também fez parte e se os funcionários do BNB foram negligentes ou se participaram"
A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira uma série de mandados de
busca e apreensão relacionados à construção de um hotel na Paraíba. O
empreendimento obteve financiamento de um fundo direcionado à Copa do
Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, e os policiais têm
convicção de que houve fraude...
"Temos convicção absoluta", confirmou o delegado Leonardo Paiva, da
Polícia Federal da Paraíba. "Cumprimos ordens judiciais de busca e
apreensão na casa dos investigados e no estabelecimento comercial para
tentar identificar provas que mostrassem como se deu a fraude",
completou.
O hotel captou R$ 7 milhões do FNE (Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste), uma linha de crédito criada para atividades
de apoio à Copa do Mundo de 2014. A Polícia Federal ainda não conseguiu
medir o tamanho da fraude.
"Já sabemos que um empresário de Brasília está à frente do esquema.
Resta saber se o sócio dele também fez parte e se os funcionários do
Banco do Nordeste do Brasil foram negligentes ou se participaram",
afirmou Paiva.
A operação deflagrada nesta terça-feira recebeu o nome de "Gol Contra".
A suspeita de fraude surgiu em fiscalização de rotina da Controladoria
Geral da União, e os mandados executados pela PF encontraram notas
fiscais frias e R$ 130 mil em espécie. Computadores e documentos foram
apreendidos para análise.
Essa análise é o próximo passo na investigação. Computadores e
documentos passarão por averiguação da perícia da PF, e esse processo
pode levar de 60 a 90 dias. Até aqui, quatro pessoas estão sendo
investigadas.
"Muitos valores foram objetos de notas frias, superfaturamento e
aquisições com valor abaixo do que deveria ter sido feito. Para obter um
financiamento, eu apresento um projeto e digo que preciso de R$ 1
milhão para um sistema de ar condicionado. O banco me dá R$ 1 milhão,
mas eu vou lá e compro por R$ 200 mil. Para onde vão os outros R$ 800
mil?", questionou o delegado da Polícia Federal.
As quatro pessoas que estão sendo investigadas ainda darão depoimentos à
Polícia Federal. Se o crime contra o sistema financeiro nacional for
confirmado, elas podem ser indiciadas e pegar até oito anos de reclusão.
Fonte: GUILHERME COSTA portal UOL - 15/04/2014 -BLOG do Sombra
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