terça-feira, 15 de abril de 2014

IBGE peita Dilma e quer manter pesquisa que dá o real desemprego.


 
A iniciativa de suspender a pesquisa sobre o real desemprego foi capitaneada pelos senadores Armando Monteiro (PTB-CE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR). 
 
Os dois são candidatos ao governo dos seus estados. Não pensam no Brasil. São estafetas de Dilma Rousseff e só pensam no projeto de poder mantido pelo PT à base de mentiras. Mentiras como o desemprego de 4,9%. quando na verdade é de 7,1%.
 

O IBGE criou uma comissão para evitar a interrupção, anunciada na semana passada, da divulgação da Pnad Contínua --pesquisa que, entre outros dados, fornece uma mais ampla taxa de desemprego do país. O objetivo da comissão é pôr fim à crise deflagrada na quinta, quando o anúncio da interrupção levou ao pedido de afastamento de duas dirigentes do instituto e à ameaça, por parte de 18 coordenadores, de deixar seus cargos. Os técnicos temem que a suspensão da divulgação da pesquisa macule a imagem e a credibilidade do instituto.

Em nota, os coordenadores dizem que os trabalhos técnicos do IBGE "não estão sob nenhum domínio ou ingerência política" e que não há "suspeição sobre a integridade" do conselho diretor. Segundo Eulina Nunes, coordenadora dos índices de preço e uma das signatárias da nota conjunta, a motivação foi retirar a conotação política que o caso ganhou: "Em ano eleitoral, tudo ganha outra impressão. Até explicar que gato não é lebre...".

MOBILIZAÇÃO

Os 18 coordenadores se mobilizaram ontem, após a suspeição de interferência política no instituto. "Isso nunca existiu no IBGE e, espero, nunca existirá. Porque, no dia em que houver, eu espero não estar mais aqui", disse Cimar Azeredo, gerente da pesquisa que é alvo da polêmica, a Pnad Contínua. "Todas as pesquisas do IBGE foram colocadas em xeque."

Segundo Eulina, o objetivo não era colocar a direção do órgão sob suspeita, mas defender a divulgação dos dados. O conselho diretor do IBGE justificara a suspensão pela falta de equipe para divulgar a taxa de desemprego neste ano e, ao mesmo tempo, fazer ajustes na pesquisa.

A alteração seria necessária porque a renda domiciliar per capita, calculada pela Pnad Contínua, passará a ser um dos critérios de repartição do Fundo de Participação dos Estados a partir de 2015. O problema é que há grande diferença entre as margens de erro de cada Estado, o que poderia distorcer os repasses.

Os técnicos do IBGE se queixam de não terem sido ouvidos antes da decisão de suspender a divulgação. A presidente do órgão, Wasmália Bivar, reconheceu que foi um erro não consultar o corpo técnico. Ela afirma que só neste mês deu-se conta de que teria de apresentar os dados de renda em 2015, e não em 2016.

SEM TEMPO

A necessidade de antecipar em um ano a revisão da metodologia para reduzir a disparidade entre as margens de erro consumiria, segundo ela, o tempo das equipes que analisam e criticam os dados. Os técnicos contestam a necessidade de suspensão. Em nota, eles afirmam que, mesmo se houvesse necessidade de estudos adicionais, seria possível conciliar as duas tarefas, "apesar das restrições de recursos orçamentários e humanos" do órgão. "A gente queria que os prazos fossem cumpridos, mesmo que tivéssemos que nos virar do avesso", disse Eulina.

Azeredo vai chefiar a comissão criada ontem e deverá entregar um cronograma demonstrando como manter a divulgação e reformular a pesquisa. Segundo os dois técnicos, a direção do IBGE mostrou-se aberta à proposta de manter a divulgação neste ano. A decisão final é do conselho diretor.

O IBGE sofreu um corte de R$ 300 milhões em seu orçamento para 2014, o que postergou a realização de duas pesquisas (a POF, para 2015, e a Contagem da População, para 2016). O número de trabalhadores efetivos, responsáveis pela análise de dados e supervisão da coleta, do órgão caiu 17% em dez anos.
 

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