A iniciativa de suspender a pesquisa sobre o real desemprego foi
capitaneada pelos senadores Armando Monteiro (PTB-CE) e Gleisi Hoffmann
(PT-PR).
Os dois são candidatos ao governo dos seus estados. Não pensam
no Brasil. São estafetas de Dilma Rousseff e só pensam no projeto de
poder mantido pelo PT à base de mentiras. Mentiras como o desemprego de
4,9%. quando na verdade é de 7,1%.
O IBGE criou uma comissão para
evitar a interrupção, anunciada na semana passada, da divulgação da Pnad
Contínua --pesquisa que, entre outros dados, fornece uma mais ampla taxa de
desemprego do país. O objetivo da comissão é pôr fim à crise deflagrada na
quinta, quando o anúncio da interrupção levou ao pedido de afastamento de duas
dirigentes do instituto e à ameaça, por parte de 18 coordenadores, de deixar
seus cargos. Os técnicos temem que a suspensão da divulgação da pesquisa macule
a imagem e a credibilidade do instituto.
Em nota, os coordenadores dizem
que os trabalhos técnicos do IBGE "não estão sob nenhum domínio ou
ingerência política" e que não há "suspeição sobre a integridade"
do conselho diretor. Segundo Eulina Nunes, coordenadora dos índices de preço e
uma das signatárias da nota conjunta, a motivação foi retirar a conotação
política que o caso ganhou: "Em ano eleitoral, tudo ganha outra impressão.
Até explicar que gato não é lebre...".
MOBILIZAÇÃO
Os 18 coordenadores se
mobilizaram ontem, após a suspeição de interferência política no instituto. "Isso
nunca existiu no IBGE e, espero, nunca existirá. Porque, no dia em que houver,
eu espero não estar mais aqui", disse Cimar Azeredo, gerente da pesquisa
que é alvo da polêmica, a Pnad Contínua. "Todas as pesquisas do IBGE foram
colocadas em xeque."
Segundo Eulina, o objetivo não
era colocar a direção do órgão sob suspeita, mas defender a divulgação dos
dados. O conselho diretor do IBGE justificara a suspensão pela falta de equipe
para divulgar a taxa de desemprego neste ano e, ao mesmo tempo, fazer ajustes
na pesquisa.
A alteração seria necessária
porque a renda domiciliar per capita, calculada pela Pnad Contínua, passará a
ser um dos critérios de repartição do Fundo de Participação dos Estados a
partir de 2015. O problema é que há grande diferença entre as margens de erro
de cada Estado, o que poderia distorcer os repasses.
Os técnicos do IBGE se queixam de
não terem sido ouvidos antes da decisão de suspender a divulgação. A presidente
do órgão, Wasmália Bivar, reconheceu que foi um erro não consultar o corpo
técnico. Ela afirma que só neste mês deu-se conta de que teria de apresentar os
dados de renda em 2015, e não em 2016.
SEM TEMPO
A necessidade de antecipar em um
ano a revisão da metodologia para reduzir a disparidade entre as margens de
erro consumiria, segundo ela, o tempo das equipes que analisam e criticam os
dados. Os técnicos contestam a necessidade de suspensão. Em nota, eles afirmam
que, mesmo se houvesse necessidade de estudos adicionais, seria possível
conciliar as duas tarefas, "apesar das restrições de recursos orçamentários
e humanos" do órgão. "A gente queria que os prazos fossem cumpridos,
mesmo que tivéssemos que nos virar do avesso", disse Eulina.
Azeredo vai chefiar a comissão
criada ontem e deverá entregar um cronograma demonstrando como manter a
divulgação e reformular a pesquisa. Segundo os dois técnicos, a direção do IBGE
mostrou-se aberta à proposta de manter a divulgação neste ano. A decisão final
é do conselho diretor.
O IBGE sofreu um corte de R$ 300
milhões em seu orçamento para 2014, o que postergou a realização de duas
pesquisas (a POF, para 2015, e a Contagem da População, para 2016). O número de
trabalhadores efetivos, responsáveis pela análise de dados e supervisão da
coleta, do órgão caiu 17% em dez anos.
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