terça-feira, 15 de abril de 2014
É, Dilma: o cheio da podridão na Petrobras e no teu governo está mesmo insuportável. Se levantar o tapete vai ficar muito pior.
A Polícia Federal concluirá até
quinta-feira o inquérito da Operação Lava-Jato, com o indiciamento das 28
pessoas presas nas duas fases da ação policial que investiga desvios de pelo
menos R$ 10 bilhões para o exterior. O número de indiciados pode até aumentar,
segundo os delegados que preparam o relatório final, com a inclusão de outras
pessoas que não foram presas e cujos nomes surgiram ao longo das investigações.
As 15 pessoas que continuam
presas preventivamente, entre elas o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, deverão permanecer na prisão.
Nesta semana, eles devem ser transferidos para o presídio de segurança máxima
de Catanduvas, no interior do Paraná.
O relatório da PF será enviado ao
juiz federal Sérgio Moro e ao Ministério Público Federal. O MPF vai analisar o
documento da PF e decidir se oferece denúncia ao juiz. Aceita a denúncia, todos
se transformam em réus e aguardarão presos pela sentença.
Os presos da
Lava-Jato serão indiciados por evasão de divisas, manutenção de contas não
declaradas no exterior, operações não autorizadas pelo sistema de câmbio,
desvio de recursos públicos, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva,
formação de quadrilha e financiamento ao tráfico de drogas. Este último crime
deve ser imputado aos quatro doleiros presos na operação, sobretudo a Carlos
Habib Chater, de Brasília, que foi flagrado financiando traficantes.
Ex-diretor foi preso no dia 20
A Lava-Jato investiga
principalmente corrupção e fraudes em licitações da Petrobras, tendo o
ex-diretor de Abastecimento da estatal como o centro das ações coordenadas pela
PF. Paulo Roberto Costa foi preso no dia 20, em seu apartamento, no Rio, onde
os policiais apreenderam centenas de documentos.
O deputado Fernando Francischini
(Solidariedade-PR), membro da Comissão Externa na Câmara que investiga se houve
pagamento de propinas nos negócios da empresa holandesa SMB com a Petrobras,
disse que vai pedir a investigação dos dados publicados pelo GLOBO segundo os
quais empresas fornecedoras da Petrobras pagariam “taxas de sucesso” para Costa
em percentuais que variavam de 5% a 50%.
Além desses contratos, o
ex-diretor da Petrobras receberia mesadas de grandes empreiteiras, como a
Camargo Corrêa, que pagaria mensalmente R$ 100 mil, totalizando R$ 3 milhões
durante a vigência do contrato, em setembro de 2015. Numa nota de apenas uma
linha, a construtora disse apenas que “manteve em 2013 relação contratual com a
consultoria Costa Global”.
— Taxas de 50% só podem ser
resultado de corrupção — disse Francischini, que também é delegado da PF. Ele quer investigar também os
negócios de Costa com a Astromarítima Navegação S/A, com sede no Rio. Segundo o
“Fantástico”, da TV Globo, a empresa tem negócios de R$ 550 milhões com a
Petrobras no fornecimento de navios petrolíferos para a estatal e está entre as
empresas que pagam taxas de sucesso para o ex-diretor.
As planilhas apreendidas
mostram que a empresa pagava uma taxa de sucesso de 5% do bruto dos contratos
com a estatal, mais 50% do que excedesse o total de R$ 110 milhões: — Vamos investigar se esses
navios não são fantasmas.
Em nota, a empresa diz que, “em
consequência de seu valor no mercado, recebeu pelo menos dez propostas de
compra, que não se consumaram” e que assinou “um acordo com a Costa Global para
intermediação com a companhia J&F, que teria interesse em aportar recursos
na Astromarítima ou, alternativamente, adquirir participação societária.
A
remuneração ajustada foi de 5% do preço de venda das ações, cujo valor global
foi fixado em R$ 110 milhões. Apenas se a transação ultrapassasse este valor, a
Costa Global faria jus, ainda, por êxito, à remuneração de 50%do excedente,
conforme prática usual do mercado”. (O Globo)
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