Cidade à beira de um colapso: é muito carro na rua e pouca oferta de transporte público de qualidade
Carla Rodrigues
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
A 62 dias da Copa do Mundo, os problemas de mobilidade urbana no DF ficaram ainda mais evidentes na última semana, com a paralisação dos metroviários.
Os congestionamentos diários nas principais vias e rodovias deixaram de acontecer apenas em horários de pico. A qualquer momento, motoristas e usuários do transporte público são surpreendidos por engarrafamentos. Mesmo assim, as concessionárias continuam lucrando com a crescente venda de carros.
Para Arthur Morais, analista de políticas públicas em transportes, a frota de ônibus do DF ainda é ineficiente para a demanda. Aproximadamente 150 mil pessoas dependem diariamente do transporte coletivo para se locomover. “A lógica de Brasília é incentivar o uso do carro por conta dessa deficiência no transporte de massa. Só que esse modelo vai levar a região ao caos. Se continuar assim, dentro de dez anos, Brasília para”, avalia.
Demora
“Hoje a pessoa leva uma hora para chegar ao trabalho e deixa o carro parado por dez horas. Isso sem contar que o brasiliense não tem o hábito de dar carona. Ou seja, é uma pessoa para cada carro. Enquanto isso, os ônibus lotam”, lembra ainda o especialista.
E basta ir às ruas da cidade para ver que a moda é, realmente, cada um no seu carro. Morador do Gama, Edson Martins revela que não costuma dar carona. Porém, promete uma mudança de comportamento. “É uma coisa a se pensar. Os gastos com gasolina seriam menos e eu ainda teria companhia, né?”. O contador, que havia acabado de sair do trabalho, estava há mais de 40 minutos parado no trânsito, no Eixão Sul, rumo à sua casa.
Quem trabalha no trânsito, como o taxista Antônio Caixeta, acredita que Brasília já não tem mais saída para o tráfego. “Hoje, não tem mais um horário fixo para engarrafamentos. As saídas de Brasília para as cidades do entorno, todas, ficam engarrafadas. É um caos. É estressante”, afirma. Para ele, a solução está em planejar novas vias e aumentar as linhas do Metrô-DF. “Só vejo essa solução. A cidade está mal planejada para essa quantidade de carros. Não dá mais”, critica.
Sem saída
Para motoristas de ônibus, a tortura é ainda maior. “Todos os dias, enfrento o mesmo caminho e sempre é assim. Depois que começaram as obras no Balão do Aeroporto só piorou”, confessa Alves Carvalho, 65 anos. Há 23 anos na profissão, ele ressalta ainda que, normalmente, a partir das 17h o trânsito já fica lento. “Nas saídas de Brasília, essa hora já não há mais caminho livre. O jeito é esperar”, diz, à caminho de Santa Maria.
Metrô: sem ele a situação é pior
Nas ruas do Distrito Federal, o que mais se encontra são pessoas
insatisfeitas com o trânsito e o transporte público. “Levo uma hora e
meia para chegar ao trabalho de ônibus. É um absurdo. Os ônibus não
passam na hora que deveriam passar, ficam lotados e a gente ainda paga
caro por isso. O ideal é investir em metrô. Não dá mais para continuar
assim”, desabafa a diarista Socorro Nascimento, 40 anos, moradora de
Planaltina (GO), na Região Metropolitana do DF. Todos os dias, ela sai
de casa por volta das 5h para ir ao trabalho.
Para quem mora em Planaltina do DF, a rotina não é muito diferente daquela vivida por quem mora na Região Metropolitana. “Acordo por volta de 5h. Saio de casa às 6h e chego no trabalho por volta de 8h10. É pancada. E o que mais estressa, na verdade, não é nem o tempo perdido, mas saber que poderia ser diferente se o governo se preocupasse mais com isso, com a nossa qualidade de vida”, afirma a auxiliar de farmácia, Juliana de Souza, 28 anos. Para ela, a tendência na região é de que o trânsito piore. “Se continuar, o povo não vai mais nem conseguir chegar na hora ao trabalho. Todo mundo atrasando todos os dias. Imagina isso”, reflete.
Metrô, uma necessidade
Desde que os metroviários entreram em greve, no último dia 4, aproximadamente 140 mil pessoas foram prejudicadas com a paralisação. No primeiro dia da paralisação, ficou ainda mais incontestável a necessidade de investimento em transporte de massa na região. Dos sete trens que operam em horários de pico, apenas três estavam em circulação com intervalo de 30 minutos entre as estações Central e Águas Claras.
Demora
Já entre as de Ceilândia e Samambaia, o intervalo foi de 60 minutos. Das 24 estações, 10 ficaram fechadas para embarque. “Foi um dia insuportável para quem depende do transporte público do DF. Somos trabalhadores, o governo sabe que dependemos disso”, lembra Mariana Alencar, 21 anos, moradora de Águas Claras.
Para quem mora em Planaltina do DF, a rotina não é muito diferente daquela vivida por quem mora na Região Metropolitana. “Acordo por volta de 5h. Saio de casa às 6h e chego no trabalho por volta de 8h10. É pancada. E o que mais estressa, na verdade, não é nem o tempo perdido, mas saber que poderia ser diferente se o governo se preocupasse mais com isso, com a nossa qualidade de vida”, afirma a auxiliar de farmácia, Juliana de Souza, 28 anos. Para ela, a tendência na região é de que o trânsito piore. “Se continuar, o povo não vai mais nem conseguir chegar na hora ao trabalho. Todo mundo atrasando todos os dias. Imagina isso”, reflete.
Metrô, uma necessidade
Desde que os metroviários entreram em greve, no último dia 4, aproximadamente 140 mil pessoas foram prejudicadas com a paralisação. No primeiro dia da paralisação, ficou ainda mais incontestável a necessidade de investimento em transporte de massa na região. Dos sete trens que operam em horários de pico, apenas três estavam em circulação com intervalo de 30 minutos entre as estações Central e Águas Claras.
Demora
Já entre as de Ceilândia e Samambaia, o intervalo foi de 60 minutos. Das 24 estações, 10 ficaram fechadas para embarque. “Foi um dia insuportável para quem depende do transporte público do DF. Somos trabalhadores, o governo sabe que dependemos disso”, lembra Mariana Alencar, 21 anos, moradora de Águas Claras.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
j.diass
Aproveitando
a discussão sobre o assunto quero dar duas opiniões que se postas em
prática melhorariamos e muito o transporte público no DF. 1º, que tal
aproveitar as dezenhas de kilometros de linha férrea que liga Brasília a
Luziania como meio de transporte público também. 2º, Que tal comprarem e
adaptarem os trens do metrô para trens de 2 pavimentos! Transportaria o
dobro de passageiros sem precisar mexer nas vias férreas do mesmo.
antonio machado pessoa
O
GDF investiu mais de 1 bilhão para construir o expresso sul para o VLP,
mas deveria era ter feito um Veiculo sobre trilhos que duraria no
mínimo 100 anos. Estamos na contramão da história.
Agnaldo Nunes
Senhor
Jorge Pereira, é de pessoas inteligentes como você que precisamos;
relatos os fatos de maneira bem simplória, mas com propriedade, sem
pensar em si; o governo precisa ouvir pessoas assim, membros do setor
transporte da UNB, comunidade, especialistas, engenheiros, enfim,
somente aqueles que não fazem parte do governo, pois esses, pensam de
forma diferente, que até pensamos que seja em causa própria; é isso JP.
Agnaldo Nunes
E
os incompetentes do pt ainda querem aprovar o PPCUB. Será se eles não
estão vendo que abrir novos espaços, no centro de Brasilia, para mais
construções seria um caos? O tal agnelo disse que Brasília teria novos
ônibus para atender a todos e com ar condicionado, onde estão esses
ônibus? parece que não pensa; esses petistas amaldiçoados precisam ouvir
os especialistas da UNB, Engenheiros, povo, pessoas que não estejam
ligadas na ganância petista; ouçam essas pessoas, com certeza
encontrarão uma solução, mas fazer o que o pt tem em mente, só fazem
asneiras.
JORGE PEREIRA
Vamos
por partes: 1)Isso é reflexo de décadas de abandono; 2)Muitos
engarrafamentos (balão do aeroporto e floricultura) são por causa de
obras; então logo acaba, eu acho; 3)Veja na NatGeo uma reportagem sobre
Londres e Alemanha - existe um "Cerebro" que controla tudo. Semáfaro,
acidentes/agilizar, PEDÁGIO em certos setores, um trabalho muito
sério/ágil; 4) Eu sou usuário de ônibus e me sinto abandonado. Então
como vamos incentivar uso de T.Público? 5)É igual a crime do
"encoxamento"/assédio; Existiria em ônibus vazio? 6)Temos que diminuir o
preço da passagem e aumentar muito a qualidade com outros
financiamentos como percentual do combustível e pedágio...É muita coisa
mas temos que encarar essa e fazer...
Nenhum comentário:
Postar um comentário