quinta-feira, 29 de maio de 2014

Aprovação do fim do rodízio foi 'um cochilo', diz líder do PT na Câmara


Alfredinho afirma que muitos vereadores são contrários ao projeto.


Arselino Tatto, líder do governo, garantiu que Haddad vetará a mudança.

Do G1 São Paulo
O líder do PT na Câmara, o vereador Alfredinho (PT), afirmou que a aprovação do projeto que acaba com o rodízio na cidade de São Paulo foi um "cochilo". 

"Eu não esperava que o projeto estivesse na pauta. Mas aconteceu. Admito que foi um cochilo, porque eu sei que muitos vereadores são contrários. Agora é isso, resta ao prefeito vetar", disse.

Os vereadores aprovaram, em votação simbólica na tarde de quarta-feira (28) o projeto que revoga o rodízio, de autoria do vereador Adílson Amadeu (PTB). A assessoria de imprensa da Prefeitura informou, por meio de nota, que aguarda o envio da proposta para análise. 

O líder do governo na Câmara, vereador Arselino Tatto (PT), porém, garantiu que o projeto será vetado.

A votação simbólica no plenário da Câmara, que ocorre quando não há registro nominal de votos, foi rápida e o resultado foi anunciado pelo presidente José Américo (PT) em menos de um minuto. O projeto de lei, de 2006, estava fora da pauta desde 2007, quando foi votado pela primeira vez.

O vereador Adilson Amadeu (PTB) afirmou que o rodízio não cumpre mais o papel por ocasião de sua implantação, pois quem tem condições adquiriu mais de um carro para circular nos dias da restrição. 

Além disso, o vereador alega ainda que cerca de 2,5 milhões de veículos circulam de forma irregular na cidade sem que haja qualquer tipo de fiscalização para retirá-los da rua. O vereador considera que o rodízio se transformou num caça-níquel.


"Precisamos que os marronzinhos façam educação no trânsito".

Para Sérgio Ejzenberg, especialista em transporte, acabar com o rodízio é uma ideia "estapafúrdia". "Não tem estudo, não tem base, é uma opinião", disse. Ele afirma que a solução para o trânsito passa por investimentos no transporte de massa.

A aprovação do fim do rodízio acontece no momento em que a Secretaria dos Transportes estuda justamente o contrário, uma forma de ampliar o rodízio para outras avenidas além do Centro expandido. Um estudo da CET mostrou que o rodízio deve se estender por mais 371km de vias.

Carros híbridos
 
A votação ocorre na mesma semana que o prefeito aprovou lei de incentivo ao uso de carros elétricos e híbridos. A regulamentação pode excluir esse tipo de veículo do rodízio municipal. A Secretaria Municipal de Transportes informou que, até o momento, não há previsão de quando o benefício começa a valer nem como será feita a fiscalização.


A lei também prevê a devolução integral do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), referente aos cinco primeiros anos de tributação do veículo em questão. Os benefícios, no entanto, estão restritos a automóveis de valor igual ou inferior a R$ 150 mil. O reembolso será definido na regulamentação.

Restrições

 
O rodízio restringe a circulação de veículos no Minianel Viário da cidade nos períodos da manhã, das 7h às 10h, e da tarde, das 17h às 20h, de acordo com o final da placa e o dia da semana. Nesta quarta, por exemplo não podem circular os veículos com placa final 5 e 6 e, na quinta, finais 7 e 8.


O Minianel Viário, conhecido como Centro expandido, é formado pelas marginais Tietê e Pinheiros, avenidas dos Bandeirantes e Afonso D'Esccragnole Taunay, Complexo Viário Maria Maluf, avenidas Tancredo Neves e das Juntas Provisórias, Viaduto Grande São Paulo e avenidas Professor Luís Inácio de Anhaia Melo e Salim Farah Maluf.

O motorista que circula em locais e horários não permitidos comete infração de trânsito de nível médio, que resulta em multa de R$ 85,13 e acréscimo de quatro pontos na carteira de habilitação.

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